quarta regra. part. II

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Harry

Eu pisquei algumas vezes meus olhos, sentindo as lágrimas caírem por ter me dado conta que era apaixonado pelo meu melhor amigo, mas logo levei minhas mãos ao meu rosto limpando as lágrimas, embora não tenha adiantado muito pois meus olhos permaneceram úmidos. Encarei Briana assustado, ela me olhava de um jeito muito intimador, se aproximou de mim e eu dei um passo pra trás.  Ela ter escutado que eu sou apaixonado por Louis já era ruim, se ela tivesse escutado o que havíamos feito seria pior ainda.

— O que você escutou? — Perguntei direto. Ela soltou uma risada sem humor algum.

— Que você é apaixonado pelo Tommo. Ou vai dizer que escutei errado?

Eu fiquei mais aliviado ao saber que ela provavelmente tinha passado pelo corredor apenas na hora que falei aquilo alto, pois se ela tivesse ouvido o que eu e Louis fizemos com certeza já estaria jogando na minha cara. Porém, aquilo não diminuía o fato de eu estar extremamente assustado. Não era pra ela ter escutado aquilo. Ela poderia contar pro colégio todo, pior, para Louis.

Eu não consegui respondê-la.

Ela se aproximou mais, cruzando os braços e me olhando com um certo nojo de mim? Eu não sabia exatamente.

— Quer dizer então que você resolveu por as garrinhas de fora? No final, todos no colégio estavam certos? Você é apaixonado por Louis? — Ela riu novamente. — Eu vi o beijo de vocês...

Meu coração acelerou e eu só queria sumir dali, chegar em casa, ir pro meu quarto e pesquisar no meu notebook como se faz uma lavagem cerebral pra eu poder fazer Briana esquecer de tudo aquilo.

— Aquilo foi nojento... — Eu queria sumir. — Digo, dois homens? Nunca te disseram que isso é errado? Mas não culpo o Tommo. Ele não tem culpa do melhor amigo dele ter o usado todos esses anos. Você só se aproveitou da amizade dele. Não foi um verdadeiro amigo. Tommo apenas foi seduzido por você, ele realmente não é essa pessoa nojenta que você é.

— Eu não o seduzi. Eu não o usei e não me aproveitei da minha amizade com ele. Eu não sou esse tipo de pessoa.

— Conta outra! Você vive correndo atrás dele como se fosse algo a mais que amigo. Vive fazendo ele se meter em brigas pra te defender. No final, parece que você não é tão inocente assim, não é mesmo?

Neguei com a cabeça várias vezes, as lágrimas caindo naturalmente por ser acusado de algo que eu não fiz. Por ser chamado de nojento só por ter beijado meu melhor amigo. Só por estar apaixonado por ele.

— Mas eu sei que o Tommo vai abrir os olhos. Você pode estar apaixonado por ele mas com certeza ele não sente o mesmo. Ele não é nojento igual a você. E logo ele vai se dar conta que foi seduzido por você e vai te dispensar, a amizade de vocês pode até acabar.

— Você n-não pode falar essas coisas... Você não conhece o Louis, ele não é esse tipo de pessoa. — Limpei minhas lágrimas com raiva. Nunca imaginei que sentiria raiva de alguém como estou sentindo por Briana.

— Tem certeza? Acho que você que não conhece ele. Talvez ele só esteja brincando com você. Sempre foi tão bobinho, tão idiota. Ele deve estar só te usando pro próprio prazer. Não seja um idiota de achar que é mais que isso. Eu não acho nem que ele considere tanto sua amizade assim. Só está acostumado com você, já que cresceram juntos, ele apenas se acostumou com você. Você vai ver. Seus dias de felicidade estão próximos de acabar.

Briana me deu as costas, e eu me permiti chorar.

Eu sabia que Louis não era esse tipo de pessoa. Eu sabia que ele era meu melhor mesmo, e não só dizia isso porque era acostumado, porque cresceu comigo. Eu sei que ele não está me usando. E eu sei que ele não seria capaz de acabar com nossa amizade. Mas eu chorava porque eu tinha medo, medo por Louis não sentir nada por mim além de amizade. Medo de estar sentindo isso sozinho. Medo de sofrer mais ainda por ele agora que eu sei o que sinto. Então eu apenas corri pra fora do colégio, mesmo que eu estivesse extremamente cansado e com o corpo dolorido. Corri pelas ruas até chegar em minha casa, me sentindo aliviado por meus pais não terem me visto entrar chorando.

4 Rules - larryOnde histórias criam vida. Descubra agora