O VELHO

76 18 14
                                    


O velho
em cena
acena
ao povo
que passa
na praça,
abrindo
o riso
discreto
alerto
tão perto
por certo
euforia.

O velho
cubano
profano
insano
ensaia
gargalha
trabalha
não falha
não pára
por noites
e dias
afora
não come
nem dorme
bafora
e bebe
sangria.

O velho
imprudente
saía 
de cena
descrente
doente,
gemia
sofria
sorria
sem graça,
seu jeito
seu gesto
seu peito
pendia
Calombo
inchado
malvado
calado
crescia.

O velho
cansado
minguado
doído
caído
se ía,
o povo
abalado
arrasado
quieto
partia,
a praça
deserta
escura
sem festa
sumia,
a cena
parada
rasgada
perdida
morria...

(Maria)

VALSAS EM VERSOSOnde histórias criam vida. Descubra agora