CONTEÚDO ADULTO: PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS!!!
Se você era um veado sem grana, José Maria Pintocu (o sobrenome era Fernandes Lucena, mas para os muito íntimos tinha que ser mais resumido) era o homem a se procurar.
Pra ele não tinha tempo ruim.
De frente ou de ré, o cara dava conta do recado!
Só não podia haver beijo!
Também, uma vez determinada a condição, ninguém insistia com o belo mulato de 1,80, 37 anos, divorciado, dois filhos adultos e um dos primeiros funcionários do posto onde eu trabalhava.
Aliás, oral com ele era mexer em vespeiro...vai entender.
Com aqueles braços de dar inveja a todo magricela feito eu, o serviço era rápido e de qualidade! Nada de beijo, nada de oral, nada de promessas de se encontrar depois do serviço.
Metia a sua piroca 17 cm ou arreganhava o seu furinho já carente de algumas preguinhas em qualquer um necessitado, mas a boca era sagrada, assim como a camisinha que ele insistia em fornecer.
Sexo limpo, de qualidade, todos diziam...era satisfação garantida, sem precisarem brigar para ter o dinheiro de volta, já que não havia nenhum.
Alguns diziam que ele não confiava em ninguém pra correr o risco do cara fazer sacanagem e furar a proteção lhe passando alguma doença por maldade mesmo.
Tinha uma namorada fixa o esperando em casa, Cleonice.
Enquanto o parceiro resolvia as emergências dos veados de nosso município, ela garantia um lugar no céu ajudando o pastor Elias na igreja.
As histórias eram públicas...mas só entre o público gay!
Cambada de vadios cúmplices...a maioria, como José Maria, com mulher esperando em casa, enquanto a danação rolava no banheiro dos fundos do posto de gasolina.O local era bem reservado, oculto dos olhares de quem passava na rua ou abastecia o carro.
Eu, porém, sendo hétero convicto, namorado de Edilena e irmão de soldado, filho de soldado e neto de soldado, tinha descoberto aquilo meio que por acaso, ouvindo os caras cochichando um com o outro perto de mim, que fingia não prestar atenção na conversa deles, claro.
Os contatos eram feitos no banheiro público do posto de gasolina em que eu trabalhava.
O veado...enrustido ou não...chegava, olhava em volta pra ver se não tinha gente observando, fazia as necessidades e se dirigia à quinta pia do banheiro.
Se era engano de algum desavisado, lavava as mãos, às vezes ajeitava os cabelos e ia logo embora.
Se não era, esperava algum figurante sair, entrava no último reservado e dava descarga mesmo antes de usar o vaso e depois fazia um pigarro, ao que o Pintocu batia forte a tampa da lixeira, se tivesse aceitado a convocação, depois a abria novamente, pegava o saco com o lixo, às vezes até vazio, dependendo do movimento, e saía para o quartinho das vassouras espremido debaixo de uma escada discreta atrás do banheiro.
O cara só aí saía do reservado, lavava as mãos, se mirava no espelho e se dirigia de fininho atrás do José.
Geralmente, a coisa era rápida...se o movimento do posto estava tranquilo, podia até durar mais.
Trabalhando há quase três anos no mesmo posto, como frentista, no marasmo e no tédio que me invadia às vezes, já aprendera a observar quem vinha e quem ia e o "modus operandi" do José.
Meu patrão, Álvaro Cintra, fazia vistas grossas. Talvez por também utilizar os serviços particulares do José, vez ou outra, e também por observar que Pintocu atraía, cada vez mais, a presença de fregueses para o posto.
Como se soubessem do esquema, sempre compravam algo, fosse gasolina, álcool ou uma garrafinha de água na lojinha de conveniências, para despistar.
Naquele dia, o posto estava parado. Os três frentistas mais coçavam o saco do que atendiam freguês.
Calorão danado, estava naquela moleza depois do almoço, quando fiz sinal para o Gilmar que iria ao banheiro.
Não precisava falar que só queria lavar o rosto ou fazer uma hora lá dentro pra ver se aquele tédio todo melhorava até eu voltar.
O banheiro estava vazio e o José não estava à vista.
Felizmente, como o movimento estava pouco, estava tudo limpinho e dava pra notar que o coroa tinha feito direitinho a sua função.
Fui logo para o segundo reservado, um dos "livres do esquema do José", fechei a porta e sentei no vaso, pensando em tirar um cochilo de uns cinco minutos, deixando os meus colegas intuindo algum "cocozinho" inconveniente e fora de hora.
Soninho atendido, saí e notei o José Maria entrando.
Nos cumprimentamos e eu fui lavar minhas mãos para ganhar mais um tempo ali dentro.
Naquele silêncio de dar eco, não foi difícil perceber que o José estava tamborilando com os dedos na embalagem de desinfetante vagabundo.
Um gesto tão simples, que provocou, instantaneamente, duas reações inesperadas em mim: o coração acelerou e o pau (rola safada e traiçoeira nos meus 21 anos de idade) dobrou de volume na calça verde bandeira do uniforme do posto.
Puta merda! Podia jurar que o José percebeu!
Tentei esconder meu pacote (21 cm não é pouca coisa!) debaixo do vão da pia, mas parece que ele entendeu que eu estava dando alguma contrassenha pra ele, porque se levantou lentamente, mantendo contato visual no espelho descascado.
Eu estava grudado no chão e não sabia se rezava pra alguém chegar e me tirar daquela inércia ou se rezava pra ninguém chegar e presenciar a minha aflição.
Não sabia o que era pior: ficar ali com ele ou encarar meus colegas lá fora com minha piroca pedindo socorro. Menino tudo novo, logo me veriam naquela situação e pensariam bobagem.
Ele veio andando devagar, passou atrás de mim ainda mantendo contato visual pelo espelho de onde eu não conseguia desviar as vistas.
O pânico aumentou, quando José Maria entrou no último reservado e foi logo dando a descarga.
Fechei os olhos com força e só aí notei que já estava ofegante o bastante para acreditar que seria possível os outros frentistas me ouvirem lá do outro lado do pátio.
O safado deve ter dado o maior pigarro que já dera em toda a sua vida, estremecendo até as dobradiças das cinco portas.
Agora o meu dilema estava completo: ou eu encarava o José Maria, ou encarava os meus colegas lá fora, porque havia uma cabeça de rola filha da puta tentando rasgar o meu uniforme!
Talvez até pudesse despistar se chegasse lá com as calças normais, mas se chegasse de pau duro, estaria ferrado.
Deslizei lentamente a mão esquerda para debaixo da pia e toquei meu saco pulsante que implorava por alívio.
Seria fácil bater uma rapidinha, esporrar ali mesmo, que o safado limpasse o banheiro novamente!
Mas algo me dizia que daquela vez não...minha mão não daria conta do recado.
Não tive outra escolha. O tempo passava e eu já estava quase gemendo, quando finalmente bati a tampa da lata de lixo, que ele estrategicamente depositara ao alcance da minha mão trêmula, e me dirigi para o quartinho das vassouras atrás do meu destino, logo atrás do José Maria.
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O CHAMADO DO ARCO-ÍRIS-Contos eróticos para gays e lésbicas-Armando Scoth Lee
Short StoryA gente até que tenta se adequar aos padrões vigentes para não criar atritos dentro da família...a gente tenta se apaixonar por alguém do sexo oposto e até constituir uma família tradicional com papai, mamãe e filhos...a gente tenta não chocar os re...