"Vermelho te faz parecer vadia!"

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''Seu peito havia saltado três vezes sobre a mesa onde estava deitada, a pequena Polly , de olhos fechados, pálida, de cabelos curtos e de um azul esverdeado desbotados pelo tonalizante que ela não havia retocado naquele mês, os cílios curtos ainda úmidos já que havia sido retirada da banheira ainda a pouco antes de parar naquele lugar

Uma, duas, três, seu peito salta mais tres vezes sobre aquela mesa, rodeada de pessoas para fazer o possível para mantê-la com o pobre coração a pulsar

-Vamos tentem mais uma vez!- A doutora que estava agoniada e estressada por não conseguir voltar a pulsar o coração da garota gritava pela sala na esperança de que logo a linha reta na tela ao lado do corpo da garota logo voltaria a ter as linhas desiguais para cima e para baixo, mostrando que seu coração ainda estava ali trabalhando

-Mais uma em 600!- Ela gritava, aquele era seu trabalho, lutar por vidas

Mas....Ela ao menos sabia que era a garotinha de apenas 16 anos "morta" em suas mãos?''

E agora, vou contar-lhe a história de Polly Patterson Collins

"Palida como neve, seu vestido vermelho realçava ainda mais a cor da sua pele , os sapatinhos pretos nos pequenos pés que estavam apoiados no pequeno banco apoiando seu corpo de estatura pequena e frágil, os cabelos curtos , suas bochechas rosadas assim como seus lábios, suas mãos magras estavam a lavar os pratos, ela procurava fazer o máximo de silêncio, já que ele estava sentado na poltrona suja, e ela sabia que ele estava dormindo, e para Polly aquele era seu momento de paz

-Miaw- o pequeno gatinho branco encosta em seus pés, Polly já sabia o que o felino queria

-Xiu, baixo floflle- Ela pede para o que o gato não faça barulho, a última coisa que ela quer e que ele desperte e se levante, sua feição Serena e calma faz com que o pequeno felino se sente aos seus pés esperando aquilo que tanto quer

-Eu já vou colocar esta bem?- A pobre garota tem que sussurrar, e mesmo assim sorri para o gatinho que se anima ao ver em suas mãos o pacote de ração, ela repetia sempre a mesma coisa:

Lavava os pratos, descia do banquinho, pegava a faca branca, abria o sachê, despejava em um potinho e dava ao gatinho, e dessa vez não foi diferente. O gatinho logo começa a se alimentar, a garota estava tão exausta, tudo que ela precisava era se deitar, ela apaga a luz deixando o gatinho lá, e na pontinha dos pés, vai com muita cautela até o corredor, ela já podia ver a porta de seu quarto, a Tv fazia sombras e ruídos e mesmo assim ela tentava não fazer sim algum, pela sombra ela pode ver ele, sentado com um dos braços apoiados segurando o controle e o outro segurava firmemente uma garrafa de vidro, o álcool que tinha lá dentro provavelmente já havia esquentado, a cabeça daquele homem para baixo e o som de sua respiração como um pequeno porco, ela já estava acostumada com aquilo, quando ele dormia era seu momento de tranquilidade, naqueles momentos ela tinha um pouco menos de medo. Deu mais um, dois, três e...

"Nhec!"

O chão fez um ruído alto, Polly congelou, ficou parada, o gatinho sentou-se ao lado do sapato preto da menina, e olhou fixamente para o homen que se remexia na poltrona, ela seguiu, abriu a porta do quarto e a fechou rapidamente sem fazer um barulho se quer, ela retirou o casaco vermelho que sobrepunha o vestidinho, apesar de cautelosa e silenciosa nem todo o seu cuidado foi o suficiente, o homen havia despertado, ele foi até o corredor e abriu a porta da garota que ficou parada, ela se virou lentamente rezando para que não acontece de novo

-Quantas vezes já lhe disse, não use vermelho, te faz parecer uma vadia- o homen gritou a ofendendo e sorriu em sua direção, era uma cessão de tortura e abuso, aquele homen nojento a tocava e a insultava, era sempre assim, ela era só um objeto sexual, era nessas horas em que Polly mais sentia falta de sua mãe e seu irmão, eles antes estavam sempre ali para protegê-la, e agora não estavam mais.... E Polly estava a um passo de surtar

Depois de tudo Polly tinha que se deitar na cama, e dormir, claro que era impossível para ela depois de tudo, o corpo dela doía, sentia que sua cabeça poderia explodir a qualquer momento, e seu coração estava apertado em dor, nessas horas ela colocava seus sapatos, e um agasalho e ia até o único lugar que a acalmava, era um prédio antigo e abandonado que ficava à algumas quadras dali, ela caminhava e chorava todas as vezes que ia até lá já que lembrava de muitas coisas, principalmente da saudade, era o que mais a machucava, ela subia todas as escada chegando ao topo, aquele terraço era onde ia com seu irmão quando eles queria ficar em paz, era onde conversavam e dava altas risadas, era onde ela se sentia amada, confortável e sem medo de ser quem era, era o lugar onde haviam boas memórias

A pequena pollyWhere stories live. Discover now