[...Polly tinha a imagem nítida de seu irmão naquela noite, ela havia sido abusada de novo, sua mãe chorava, ele à havia agredido mais uma vez.Aquela era uma daquelas noites chuvosas e frias, nas quais as família felizes sentavam-se se diante de uma lareira para fazer marshmallows assados ou sentavam-se em frente à TV para ver algum filme comendo golusiemas que mais tarde os fariam ter uma baita dor de barriga e então todos iriam rir, mas com Polly não era assim, apesar de ela ajoelhar-se todos os dias rezando para que algum dia fosse assim.
Ela colocou seus sapatos e um casaco e apenas saiu, era sempre assim:
Ele estava bêbado abusava dela, agredia a mãe, ela se sentia péssima por não ter feito nada, e então saia, ela atinga agora imagens tão nítidas daquela noite chuvosa que fora uma das mais agradáveis para ela, Lucas trabalhava até tarde então eles nem sempre podiam se ver, mais naquela noite tudo foi tão perfeito para ela que se tornou uma de suas melhores lembranças-Vem, vamos, eu preciso te mostrar uma coisa- Lucas a chamou, seu irmão estava com um sorriso que acalmava até mesmo a alma de Polly, ele estendeu a mão a ela em meio a chuva
-Lucas, eu quero ficar sozinha- Estava tão cabisbaixa, e realmente não queria atormentar Lucas com seus problemas
-Você me disse que em noites como essas, as pessoas felizes veem filmes com doces e passam mal não é? Pois bem, o que está esperando?- Ele a puxa, o prédio abandonado agora fazia barulhos com cada gota de chuva gelada que tocava sua estrutura, que parecia suspeita a cair sobre a cabeça de quem quer que estivesse ali
-Lucas onde você...
-Ora pare de fazer perguntas Polly, você fala de mais- o garoto liga a pequena tv que havia dentro do apartamento 503 onde passavam boa parte do tempo quando queriam a paz que um trazia para o outro, a trilha sonora não enganou Polly, ela já sabia que filme seria
-Não acredito nisso, onde achou locadora aberta a essa hora em Lucas?- Ela se sentou ao lado dele naquele sofá de couro marrom desbotado e velho que havia sido abandonado ali, ele a cobriu e a abraçou sorrindo
-Tem como você não bancar o F.B.I e comer esses doces aí?- ele puxou a sacola com todos do doces que ela amava, Polly estava feliz e em paz quando estava com Lucas, um balde de frangos fritos, refrigerantes e doces, há muito tempo ela não sorria com tamanha sinceridade como naquele momento
-Obrigada Lucas- ela sussurrou baixinho o abraçando de forma calorosa, eles passaram aquela noite ali, ainda meio molhados da chuva, ficaram abraçados aninhados um no outro, os dois eram o que se podia chamar de amor verdadeiro, viram juntos aquela noite horas de um filme péssimo que Polly achava engraçado se aquecendo como se suas vidas fossem perfeitas e sem problemas, era exatamente assim quando estavam juntos...]
-ONDE VOCÊ ESTÁ AGORA LUCAS?!- Polly gritou sentada naquele telhado vazio, seu coração estava tão apertado em dor e saudade que seria capaz de arrancá-lo do peito se isso trouxesse Lucas de volta para ela, seus cabelos molhados por conta da chuva que começará a cair sobre ela grudavam pouco a pouco no rosto ruborizado e pálido
Você deve estar se perguntando:
"O que houve com Lucas afinal de contas!?"
Assim como tinha em sua mente nitidamente os momentos perfeitos com Lucas, tinha também nitidamente o dia ele foi tirado dela
"Onde aquele que ela mais amava foi tirado cruelmente dela"
Aquele dia Polly chegou em casa e estava tudo estranho, a casa em completo silêncio, vazia, a porta aberta, e a imagem de Lucas sujo em meio ao vermelho que parecia gritar no chão
-LUCAS!- ela gritou tão alto que parecia que uma faca havia sido cravada em seu peito, até que ela reparou que Lucas não havia se machucado, pelo menos não ainda
-Polly....- Ele chorava, sua voz fraca e trêmula estraçalharam o coração da garota
-Lucas o que..- Ela viu, a pobre mãe, caída nos braços pálidos e sujos de Lucas, ele estava a encarando
-Ela...Se foi- As palavras pareciam pequenos pregos a arranhar a garganta de Lucas ao falar isso
-Lucas o que aconteceu?
-Eu ainda não sei...Cheguei e ela, estava, estava caída assim- Ele abraçava o corpo pálido e vazio sem vida da mãe contra seu peito
-Lucas, calma, por favor - Ela implorava, sabia que sua mãe há muito tempo já não era sua mãe, era apenas um corpo vazio perambulando pela casa, como se fosse uma boneca, há muito tempo as duas estavam distantes, Polly sentia que não tinha apoio da mãe em nada, ela era como uma espécie de escrava do homen que habitava aquela casa fazendo da vida de todos um verdadeiro circo nada divertido
-Lucas vem, levanta, por favor - Ele levantou e a abraçou forte, ela sentia em seu peito o coração dele saltas e sentiu-se feliz em sentir as batidas dento dele
"Tum, Tum, Tum"
Eram rápidas, mais estavam ali
-Me desculpe eu tentei, juro que tentei, ela já não estava viva a muito tempo, creio que agora ela vai ser mais feliz e..
-Ei! Olhe pra mim- Ela segurava seu rosto pouco machucado e sujo perto do seu
-Lucas, eu vou estar sempre do seu lado, eu estou aqui, ok? Amando e lutando, na alegria e no caos, Eu estou aqui com você- Suas testas estavam coladas, ele sorria enquanto chorava, ele se impressionava em como ela podia acalma-lo, mesmo naquela situação
-Sinto muito Polly, sinto muito mesmo- Ele toca o nariz dela com o dele, Polly e Lucas se amavam tanto que era como se suas almas fosse uma só, como se um dependesse do outro para respirar, era quase como se seus corações precisassem bater num mesmo ritmo para funcionarem
-Acho que ela iria gostar de ser colocada ao lado da vovó não acha- Ela sugeriu de forma calma, eles queria fazer aquilo sozinhos, e então fizeram Lucas carregou em seus braços a mãe banhada e vestida de azul que era a cor favorita dela, e em suas mãos frágeis e agora geladas um ramalhete de pequenas margaridas, assim eles caminharam até o lugar onde sua amada vovó havia se deitado para descansar para sempre
-Acha que sofreu muito?- Polly perguntou enterrando a pá no solo duro tentando torná-lo macio para retirar aquela terra úmida
-Na verdade Polly...Acho que não foi suicidio, e sim homicídio, ela estava insana, más não acho que ela cravaria uma faca 6 vezes no estômago
Enterrar a própria mãe suspeitando de homicídio não era fácil, aquilo doía de forma inexplicável, apesar de distantes Polly e sua mãe já haviam sido amigas inseparáveis
-Pronto mamãe, pode descansar em paz agora ok? Fique tranquila, prometo cuidar bem do Lucas e não deixar ele ingerir laticínios e nem dormir sem passar o fio dental- Suas lágrimas molharam o vestido azul que a mãe usava, apesar de gelada ela estava em paz agora, ela poderia ser aquela que guardaria seus filhos do mau, só que agora lá do céu
-Vem- Lucas a cobre com a terra escura colocando as margaridas sobre o local abraçando a garotinha em um momento difícil e emotivo, ficaram ali parados contemplando a imagem de sua mãe de baixo da terra agora em paz
-E agora?
-Polly, eu juro ficar com você, amá-la e cuidar de você como você merece, eu juro amá-la até que essa flor murche- Ele entregou a ela uma rosa vermelha plastificada
-Lucas..
-Eu juro, juro a você amar-te e respeitar-te, sempre, nunca esqueça que eu te amo de mais, eu te amo muito, e não medirei esforços quando se tratar de você- Ela não conseguia por em palavras tudo aquilo que estava em seu peito, ela o abraçou tão forte que seus corpos poderiam se fundir se tornando um só, e ali ficaram, longos minutos abraçados, até escutarem....

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A pequena polly
RomanceAntes dizer se Polly realmente morreu ali, nos braços de pessoas que nunca havia visto e sem saberem qualquer coisa sobre ela, quero que saiba como foi a vida dela, e compreenda sua história, e saiba porque ela cometeu um homicídio