312 - Opinando: Assassinato da vereadora do RJ

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Ontem meus pensamentos borbulharam em relação ao assassinato da vereadora aqui no RJ. Não sou pessoa de opiniões imutáveis, pelo contrário, ontem foi um daqueles dias que foi difícil saber qual era minha real opinião sobre o assunto, e pós leitura de várias outras opiniões nas redes sociais e na mídia, posso dizer que a minha não é uma opinião sobre o assassinato em si, ou sobre a pessoa pública, mas sim sobre a proporção que determinados eventos tomam e fazem da massa a verdadeira manobra.Digo isso não para me isentar de críticas, mas para tentar ser entendida no que de fato quero dizer. Caso contrário, só lamento...Não tenho nervos para acompanhar noticiários nos últimos anos, porém, vez por outra, querendo ou não, somos obrigados a tomar conhecimento de algumas situações. A comoção nacional, ou regional, nos obriga a tomar ciência do fato, o que não me obriga a compartilhar tamanha comoção e ponto. Sequer sou a favor da mesma. Não importa se a vítima, ou outro qualquer, é figura pública ou não. Não me refiro a vereadora em especial, mas todos que exercem a função pública, que nada mais exerce que uma profissão como outra qualquer de acordo com a escolha que ela mesma fez, e por consequência sabia de seus riscos.Particularmente tenho horror a política, há quem vá dizer: "impossível porque todos somos políticos e o que faço nesse momento é política !!!" Concordo plenamente. Quando digo ter horror a política, digo ter horror aos cargos e papeis públicos da atualidade. Não acredito em NENHUM deles. Não voto em nenhum deles e por mim todas as urnas do Brasil estariam vazias. Sob o meu ponto de vista não existe nenhuma honestidade nem luta sem interesses próprios. Não acredito na bondade coletiva. Sorry !Volto a defender papeis pequenos, individualizados e egoístas (talvez os menos egoístas na verdade). E tenho meus motivos. Ter condições para ajudar grandes instituições, ONGs, igrejas, orfanatos, centros espíritas, casas de repouso e afins de forma quase anonimata, é fácil. Difícil é ajudar e lutar pelo seu vizinho de porta literalmente, seus pais, seus amigos de trabalho, pessoas que estão DO seu lado agora.Se vc é uma dessas raras pessoas, vai morrer e não haverá comoção alguma. Defender ideias em alto e bom som exige de vc de repente, uma personalidade mais extrovertida e com isso não será difícil angariar multidões carentes em megafones de forma a ter seu ego massageado com milhares de seguidores. Todos socialmente envolvidos no trabalho possui seus objetivos claros ou obscuros. Não quero dizer com isso que eu estou certa ou errada, é a minha opinião diferente ou não da sua.Ainda defendo que se cada um fizesse seu verdadeiro e eficaz papel social, não haveria a mínima necessidade de nenhum tipo de movimento. E vou além, a maioria dos defensores de tais representantes de movimentos salvo raras exceções, fazem barulho mas não mordem, ou seja, gritar, dar voz e empoderamento aos movimentos é como se fosse uma espécie de terapia coletiva que lhe dá a sensação de dever cumprido. Fácil !!!Os mais religiosos usam seus respectivos segmentos para fazer caridade. Os menos religiosos e ateus usam os partidos políticos, figuras públicas ou qualquer outra agremiação para defender sua consciência e dormir tranquilo, mas varrer a calçada do vizinho ninguém quer. Vc é capaz de participar de um mutirão de Natal e distribuir sopa para centenas de desconhecidos, mas se alguém por ventura lhe pedir um pão no ponto de ônibus vc não tem.Não. Não gosto de tamanha comoção. É matéria rica pras mídias. é acalento para os demais partidos e afago para os órfãos seguidores. Volto a dizer figura pública deveria ser profissão como outra qualquer. Não deveria merecer mais ou menos justiça, mais ou menos homenagens, mais ou menos visibilidade. Cumpra seu papel como verdadeiro cidadão ou cristão e o país não haverá mais necessidade de grandes movimentos, enquanto houver essa necessidade todo movimento será uma indústria, que por definição, gera lucro.

Crônicas pra Hoje - Tilda ComoWhere stories live. Discover now