One Shot

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Damon Salvatore

Já fazia uma semana que Jeremy e Matt estavam brincando de brigar, sim, brincando, era isso que eles estavam fazendo, não era treinamento nem mesmo aquecimento, estavam se esmurrando e derrubando um ao outro como dois colegiais, mas eu não podia esperar muito deles, o irmão de Elena tinha dezesseis, um caçador inexperiente e cabeça oca, era óbvio que eu estava fazendo isso por Elena, me obrigando a ser babá quando na verdade eu só pensava nela, em Elena e na atual descoberta de Stefan, ligada a mim, Elena estava apenas ligada a mim por essa droga de transformação que no início odiei, odiei por saber que Elena odiaria ser como eu, mas aos poucos, vendo esse seu novo lado, ajudando-a com essa nova fase em ser vampiro, eu amei esse seu lado tanto quando amo o seu lado humana, mas então, como um balde de água fria Caroline e Stefan em uma conversa deprimente descobriram a ligação, uma possibilidade em um milhão

Eu tentei acreditar que essa ideia não passava de paranóia do meu irmão, seu desespero em arranjar qualquer explicação para o recente interesse de Elena em mim, infelizmente ele estava certo, Charlotte me provou isso, a garota estava lá contando os tijolos de Nova Orleans como eu tinha mandado que ela fizesse décadas atrás, não tinha como contestar isso, talvez seja maldição ou apenas uma forma de Deus, se ele existir, de brincar comigo, um carma talvez mas era inegável, ela estava sim ligada a mim, não só aconteceu uma vez com Charlotte mas duas e miseravelmente, Elena foi a segunda, o porquê, eu não sei e nem me importo na verdade só penso no quanto sou azarado, eu acreditei, por um momento acreditei que o interesse dela em mim fosse real, que depois de tudo que passamos, de tudo que fiz elena tinha realmente me visto, enxergado algo além do que eu deixo transparecer

Eu me lembro da sensação de ver Elena pela primeira vez, por um segundo, apenas um segundo eu acreditei que fosse Katherine, a mulher por quem perdi tantos anos da minha vida como vampiro, e muitos meses da minha vida como humano, a mistura de sentimentos, a esperança de ser ela, a raiva por ela estar ali, bem, e não estar indo atrás de mim como eu passei cento e quarenta e cinco anos indo atrás dela e felicidade, muita felicidade por vê-la novamente mas então eu percebi que não era aquela vampira desgraçada, apenas se parecia muito com Katherine, conhecer Elena me fez ver o quando elas eram parceiras apenas na aparecia, me apaixonei pela namorada do meu irmão e me odiei por isso, é fácil ser o cara odiado por todos mas eu não queria que ela me odiasse, não queria ver a raiva ou a pena que os outros tinham ao me olhar eu queria mais, queria que ela sentisse o mesmo que eu, essa palpitação a mais nos batimentos cardíacos ao ouvir sua voz, ou a necessidade de protegê-la, a excitação em irrita-la apenas para ver o sorriso surgir em seu rosto, eu quis tanto que ela sentisse isso que na primeira oportunidade que tive eu agarrei e acreditei naquilo como se fosse de verdade, como se Elena pudesse realmente ter me escolhido

Mas eu vi tudo isso, vi cada parte do corpo de Elena me querer como eu a queria, então descobri que tudo era mentira, uma piada do universo, uma droga de ligação que nada mais é do que a necessidade que Elena sente em me servir, não era vontade, a pura e simples vontade de me ver feliz, a vontade que eu tinha de vê-la feliz, o que ela sentia era apenas essa necessidade absurda que o sangue que corre em suas veias, o meu sangue a obriga a fazer

Eu fiz o que tinha que fazer, a mandei embora, obriguei Elena a voltar para Mystic Folls sem olhar para trás, com a desculpa de que me deixaria feliz, mas não deixou, não poderia deixar, me sinto irritado e normalmente eu faço coisas estúpidas quando estou com raiva, mas agora só me sinto vazio e impotente preso nessa vontade de trazê-la de volta e ao mesmo tempo essa necessidade de ser justo com meu irmão, prometi que libertária Elena e fazer algo diferente disso me tornaria o homem que todos acham que sou, o egoísta que pega o que quer, quando quer, sem se importar com as consequências

Apertei a mensagem de voz no celular mais uma vez naquele dia, era uma tortura uma deliciosa tortura ouvir sua voz, e uma droga ser o bom moço, uma droga querer Elena perto e saber que era egoísta fazer isso, egoísmo com Stefan por saber que ele a ama e confia em mim para fazer o certo e liberta-la, egoísmo com Elena que é obrigada a sentir o que sente por estar ligada a mim, egoísta comigo mesmo por estar me enganando

Ligada a MimOnde histórias criam vida. Descubra agora