Vermelho Bordo

05.O lindo pôr do sol

  Mesmo com todas as notáveis discursões eu acreditava que poderia ter algo de bom em estar com ela.
  Idiotice.
  Era uma madrugada,eu a aguardava,deitada na cama com um livro de costume.Logo ouço a porta se abrir fico animada deve ser ela afinal é a única que possui a chave.Me levanto cuidadosamente pra ninguém ouvir algum barulho  meu mas sorridente pra correr pra aqueles abraços.Porém não tem ninguém ali.Inocentemente penso ser uma brincadeira para encontrar ela então me ponho a procurar pelos cômodos.Sem sucesso começo a desanimar e sinto duas mãos me agarrando nem penso em hesitar,deve ser minha amada.Um sorriso tolo de amor.
  Antes que eu note um pano me tapa a boca e a força evidentemente diferente me faz pensar em ser um homem por trás disso.Inutilmente tento resistir me debatendo mas perdendo às forças caindo nos braços daquele que me conduziria uma tremenda dor.
  Como ao sair de um pesadelo dei um grito ao acordar na minha cama.Não podia ser um pesadelo afinal foi realístico demais para tal coisa.Logo penso no pior mas não sinto nenhuma diferença em mim, fora a uma dor de cabeça devido a provável preocupação.Até penso em ligar para a policia local mas não tenho informações suficientes sobre o tal homem que algo pode ter feito comigo.
  Depois da reflexão ao me despertar,me levanto e fico um bom tempo no banheiro.Ao sair finalmente a vejo depois de passar o dia totalmente fora.
   Se posicionou na beirada da cama,cabiscaixa e fora ao som abafado de um choro me fazem ficar preocupada pois tudo que é possível faço para que eu não seja o motivo de ela se encontrar assim.Sua mão segura algo.Como aquele ser alegre estaria tão triste logo pela manhã? O que aconteceu?Tantas perguntas me vinham a mente.Parecendo inexplicável até o momento.Aos poucos eu fui me aproximando.
  Fotos.Ela segurava fotos minhas nuas.Fotos com um casal,fotos horrentas que me faziam parecer uma traidora,como se eu tivesse cometido o que não cometi.Fiquei sem saber como reagir assim que vi ela jogou as fotos na minha direção.Tentei me aproximar ainda mais,mas a força da sua mão contra meu rosto me fez ficar imovel ao receber o golpe.
  - Como você pode ? Depois de tudo.
  - Você sabe que eu jamais seria capaz!Você me conhece!
  Não me contive à chorar,que merda.Que imensa e esmagadora dor.
  Mesmo ao chorar dei um murro contra a parede aquilo não estava certo.Então percebi o que aquele homem foi fazer,o que me quis causar.Afinal eu não me recordava das fotos,dos momentos explícitos em si.Uma coisa que sou boa é em memorizar.
  Mas sem ao menos querer me ouvir ela saiu.Totalmente diferente da mulher que eu amei.Sem perguntar nada,sem argumentar,eu era jovem,franca e incrivelmente tola.
  Como na noite anterior ela só apareceu no dia seguinte,seus lábios tinha gosto de tequila era óbvio que bebeu mas parecia mais serena.Seu semblante estava calmo depois daquele beijo tentei uma aproximação.Um abraço era tudo o que eu precisava e obtive,então ela se desculpou pois nunca havia me batido até ontem.Me senti perdoada.
  Após um mês ela propôs de irmos aproveitar a vista de um pôr do sol numa montanha pouco frequentava,achei ser o momento certo para nos acertamos pra valer então aceitei a idéia.
  Ela me surpreendeu ao vestir depois daqueles anos a roupa que a vi a primeira vez.Era uma blusa simples com uma calça dando aquela pintada antiga com o suspensório.Logo sorri,este era o meu momento pra poder explicar realmente isso porque desde o ocorrido,o assunto sobre era algo que eu evitava pois ela não me parecia pronta pra conversar sobre.
Foi um lindo piquinique.Com uma doce música ao fundo e cervejas.Então comecei a ficar meio zonza,não demorou muito eu cai.Já fora de mim completamente.