02.

80 49 11
                                    


Min Yoongi foi condenado a prisão perpétua.

  Eu ainda não acreditava no que os meus ouvidos tinham escutado, nem no que os meus olhos tinham presenciado. Seria mesmo isto possível? Não era apenas uma partida feita através da minha própria mente? Será que era mesmo ele?

  Eu estava pasma a olhar para a televisão, e de certa forma indignada com a informação que acabara de obter. Não que eu e ele fossemos parceiros ou algo do tipo, nem pensar, mas nós já tínhamos colaborado algumas vezes, como naquela vez em que ele estava a ser perseguido por uma gangue: " Red Roses", e ele pediu-me que o ajudasse a livrar-se deles, ou como daquele dia em que ele livrou-me de uma divida que eu possuía para com um amigo do mesmo. Não só essas mas também outras vezes em que salvamos a pele um do outro, era do género de uma união: quando eu precisava ele estava lá, e quando ele precisava eu dava uma mão.

  O mais estranho é que mesmo tendo cooperado algumas vezes, nós nunca nos vimos pessoalmente já que nós mandávamos sempre alguém no nosso lugar, de modo a manter a nossa verdadeira identidade escondida dos olhos alheios. Mas parece que desta vez a cautela não foi a suficiente para o manter longe das celas e dos milhares de canais de notícias que rapidamente espalhavam a sua cara pelo mundo fora.

  Sinceramente nunca pensei que a primeira vez que o veria seria nestas condições. Dei por mim a encarar o rosto bem estruturado do ser apresentado... Ele até que não era feio, a pele dele era claro como o mais bem tratado dos diamantes, tinha um pequeno corte no lábio inferior causado pelo seu hábito de mordisca-lo e também uma cicatriz já quase curada no lado esquerdo do seu pescoço. Os seus cabelos de coloração azul safira dançavam ao nível das suas orelhas devido aos seus movimentos bruscos e descoordenados. Os seus olhos que outrora se alegravam a ouvir a doce música dos gritos e das súplicas das suas vítimas, agora transmitiam raiva e angustia por aquele que o traiu pela sua sombra. E por fim as suas vestes escuras como o pesadelo mais tenebroso que, devido à força que os guardas faziam para controla-lo, deslizavam de uma forma nada suave pela sua pele delicada, deixando o seu ombro completamente desprotegido.

  Realmente, o mesmo encontrava-se numa situação deplorável. A única questão que passava na minha mente era: Como?... Como é que ele tinha deixado a situação chegar a este estado?

  Fui despertada dos meus devaneios pelo som regular do meu relógio, indicando que já estava na hora de sair de casa e procurar quem seria a minha nova vítima. Vesti o meu sobretudo preto e peguei na minha glock . Fui em direção ao meu carro, abandonando a casa logo de seguida.

  Comecei a vaguear por diversas ruas, indo desde as ruas mais movimentadas e alegres até aos becos mais desertos e obscuros. Os meus olhos podiam ser comparados ao de uma águia no momento, eu observava cada minúsculo detalhe de cada respetiva pessoa. Passava por professores, assaltantes, banqueiros, políticos, traficantes, bêbados, operários... mas nada que chamasse a minha atenção. Já estava a ficar farta de procurar por alguma vítima interessante, mas foi só eu pensar na ideia de desistir para que ouvisse um grito extremamente agudo e desafinado vindo do fundo da sombra de uma viela.

_ "Eu odeio-te! O meu único desejo é que morras! Tu e esse teu estúpido egoísmo!"

"Perfeito"

  Aparentemente o grito pertencia a uma mulher, quando me aproximei um pouco mais pude ver que realmente os meus instintos não estavam errados. Os donos da discussão eram um casal jovem, casados recentemente devido ao brilho reluzente das alianças que usavam, provavelmente estariam a argumentar por algum motivo idiota.

  Sem que os mesmos reparassem na minha presença, peguei numa haste de metal que se encontrava perto de uma das paredes do caminho irregular e acertei a cabeça dos dois fazendo-os cair inconscientes no chão gélido cor de lama.

Criminal Love [MY]Onde histórias criam vida. Descubra agora