fones

651 65 1
                                    

Era mais um dia normal na vida do pequeno Donghyuck. Não, esqueçam, definitivamente nada é normal na vida do nosso pequeno sol, pelo menos é assim que ele julga. O pequeno, e travesso, Hyuck levantou mais uma manhã se questionando o porquê de ter que ir para escola já que, aos seus olhos, nada que aprende ali será utilizado por si quando for um cantor famoso.

Sim, Donghyuck sonha em ser cantor. Mas ora, não era para menos, o pequeno canta como um rouxinol e encanta a todos que o ouvem. Sua mãe mesmo dizia que o garoto possui uma veia artística cada vez que o mesmo faz drama por algo banal e quase insignificante na maioria das vezes.

Donghyuck sai de casa a caminho da escola poucas quadras longe de onde estava, já esperava encontrar Jeno ou Jaemin, por certo os dois juntos, já que ambos amigos moram perto uns dos outros ao contrário do amigo canadense, Mark, e o mais novo dos cinco, Jisung, que moram mais longe.

Ao contrário do que pensara não encontrou Jaemin ou sequer Jeno no meio do caminho mas não se deixou abater por isso, talvez tivessem saído mais cedo ou se atrasado um pouco. Donghyuck deu de ombros e seguiu a andar até seu destino pouco agradável para si.

No caminho, já quase no portão de entrada, escuta um miado baixo. Daqueles que só é possível ouvir se estiver extremamente atento, e o garoto mesmo que distraído possui uma excelente audição e com isso avistou um filhote preto de gato sentado no meio-fio da calçada. Mesmo sabendo que é um bichano de rua e talvez tivesse alguma doença se permitiu acariciar sua cabeça e pensar que o bichinho é extremamente fofo.

Quando criança Donghyuck sempre quis ter um gato, talvez por ter crescido sozinho com os pais sempre trabalhando, mas sempre ansiou por um bichano que lhe fizesse companhia nas tardes frias e solitárias. Depois de anos passados aceitou o fato de que nunca poderia vir a ter um já que, segundo sua mãe, gatos só servem para fazer sujeira e espalhar pelo.

Mas se tinha algo que lhe deixava extremamente feliz era quando ia na casa de Jeno e podia ficar com Bongsik, o gato do amigo. As vezes os amigos até pensavam que ele ia apenas por conta do pequeno felino do que para de fato passar um tempo entre si.

Hyuck logo subiu as escadas em direção ao segundo andar e andou até o fim do corredor, local onde fica sua chatissima sala de aula onde passa as horas mais chatas do dia. Ao entrar viu que Mark já estava lá junto de mais algumas pessoas em suas respectivas meses duplas, o coreano tratou de logo sentar-se ao lado do amigo e tirar suas coisas da bolsa lembrando animadamente do que acontecera antes de chegar no prédio.

- Mark, você não sabe o que eu vi. - diz animado e se contendo para não dar pulinhos mesmo sentado na cadeira.

- Um alienígena que veio de Júpiter? - arriscou rindo e em resposta teve uma careta do coreano.

- Você as vezes consegue ser bem estúpido. - diz revirando os olhos mas logo voltando ao sorriso de antes - Eu vi um gato! E ele era todo pretinho, o pelo macio.

- Isso é bem legal, Hyuck. - Mark sorri e logo volta a sua atenção ao telefone e aos fone que antes estavam nos ouvidos.

Donghyuck permanece imóvel no mesmo lugar ainda olhando na direção do amigo incrédulo. Acabara de contar algo incrível que lhe acontecera e mesmo apenas disse "isso é legal", estava profundamente magoado com a atitude de Mark e logo se virou para frente do quatro, mesmo que ainda não houvesse aula, e ficou com os braços cruzados.

Desde pequeno sempre fora assim, extremamente sensível e talvez (apenas talvez) um pouco exagerado. Embora nunca admitisse isso, se um dia Lee Donghyuck admitir que é dramático os céus ficam vermelho e os mares laranja. Ele sempre teve uma certa inclinação para o lado dramático na vida e todos sabem muito bem disso, até o próprio.

Passeia os olhos pela sala em busca de algo que pudesse atrair sua atenção, um garoto hormonal de dezessete anos precisa ocupar sua mente para não fazer besteiras, pelo menos é o que ele pensa, e acabou por repousar sua atenção na garota sentada encostada na parece com fones de ouvidos que parecia super entretida em sua música.

Detalhe: os fones de ouvidos possuem orelhinhas de gato.

Donghyuck poderia explodir ali mesmo de tanta fofura ao ver a japonesa com aqueles fones. Yumi, como a conhece, sempre fora mais na dela e só a viu falando antes com Jeno e Jaemin pouco mais de quatro palavras, pelo menos que ele tenha reparado. Ela nunca antes viera com tais fones que lhe atraíram atenção e ele então reparou que a garota conseguira ficar ainda mais fofa do que era só que agora elevada na décima segunda potência vezes mil.

O coreano já antes havia conversado com a garota, talvez sobre algum trabalho ou prova, agora nada lhe vinha a mente apenas a forma fofa que a boca dela tem e os olhos fechados parecendo aproveitar a música que toca lhe embaralham a mente.

É isso, sua mente está embaralhada. Tudo parece de cabeça para baixo, como se um desfile de elefantes tivesse passado por ai e bagunçado tudo. Mais nada lhe chamava atenção apenas a visão de Yumi no canto da sala. Talvez estivesse encarando demais e então esta preocupação lhe ocorreu, mas não pode evitar ficar encantado com o que vira.

Quando Donghyuck finalmente toma a iniciativa de se levantar para falar com a garota japonesa o mundo conspira contra si e manda o sinal do começo da aula tocar e junto dele a professora e o resto da classe entrar na sala. O pequeno amaldiçoa o sino que tocou bem no momento que iria tomar uma atitude e volta a se sentar em seu lugar enquanto xinga baixo.

CAT  [lee donghyuck]Onde histórias criam vida. Descubra agora