The Secret Code • BTS

Capítulo 9: Jogo de Palavras

Os irmãos Kim estavam se sentindo muito desconfortáveis naquela pequena sala, ambos estavam sendo observados por quatro policiais, e ainda por Jeon Jungkook.

- O que vocês querem de nós afinal? - Taehyung perguntou irritado.

- Quem faz as perguntas aqui sou eu, garoto. - Jeon respondeu sério, e se aconchegou melhor na cadeira, voltando a olhar para os irmãos que estavam em sua frente.

- Não pode pelo menos se livrar desses guardas? É horrível se sentir o centro das atenções. - S/N se pronunciou, e cruzou os braços fazendo uma expressão de tédio.

- Até onde sei, você gosta de ser o centro das atenções, S/N. E seu irmão também... - Jungkook retrucou, e logo depois suspirou fundo. - Estão escondendo algo... Por que não consigo saber o que é? - ele levou as mãos à cabeça, angustiado.

- Você também esconde muitas coisas, Jeon. - S/N falou, e encarou o policial. - Não se faça de santo... pois sabemos que não é um.

- Do que está falando? - o jovem policial perguntou confuso. - Ninguém é santo.

- Tem razão, mas você, principalmente, não é um. Já aprontou tanta coisa... - Taehyung complementou o comentário da irmã, que fez com que o policial começasse a ficar nervoso com a situação.

- Andaram me investigando? - Jungkook questionou sorrindo. - Já esperava... E então, o que descobriram? - arqueou uma sobrancelha, curioso.

- Isso não vem ao caso agora. Não era você que queria fazer perguntas sobre a investigação, policial? - S/N perguntou.

- Sim, sim... Mas... vocês já ouviram aquele ditado, "a curiosidade matou o gato?" - Jungkook questionou, sorrindo de lado.

Naquele momento, S/N entendeu tudo o que estava acontecendo. Era óbvio que Jungkook queria ser questionado, pois as vezes a curiosidade é tão grande, que faz o próprio questionador revelar coisas que não deveriam ser reveladas. O jovem policial era esperto, mas ela queria ser mais.

- Já sim. - S/N respondeu diretamente. - Jeon, eu tenho uma proposta para fazer... - Kim Taehyung olhou confuso para a irmã, pensando no que ela estava aprontando.

- Prossiga.

- Vamos fazer um jogo de perguntas... A cada duas perguntas que você fizer para nós, teremos o direito de fazer uma a você. - S/N explicou, queria muito que o policial entrasse no jogo dela.

- Hum... me parece justo. - ele respondeu sorrindo de lado, como sempre. - Então, eu começo.

- Claro policial, faça as honras. - Kim Taehyung começou a entrar no jogo da irmã.

- Qual foi a roupa que vocês usaram no dia do roubo?

Taehyung e S/N trocaram olhares confusos.

- Como você quer que eu me lembre disso?! Já fazem dias desde que o roubo aconteceu. - Taehyung retrucou.

- Eu estava usando um vestido florido. - S/N respondeu séria, e lançou um olhar ameaçador para o irmão.

- Aish... - ele reclamou. - Acho que eu estava usando uma camisa social escura... sei lá!

- Escura... - o policial pensou por alguns míseros segundos, e logo depois voltou a falar. - Você não usava uma jaqueta de couro? - perguntou para Taehyung.

- Eu não me lembro, Jeon Jungkook. Já disse. - ele respondeu frio. Hoje o seu humor com certeza não era dos melhores.

- Bom, nossa vez! - S/N exclamou, antes que o policial resolvesse dizer algo. - Onde estava no dia do roubo, policial? Seja sincero, sei quando alguém está mentindo...

- Eu estava no escritório, resolvendo um caso.

- Como ainda se lembra? Você só foi ajudar na investigação no dia seguinte. E o seu pai soube do roubo no dia seguinte, então creio que você também. - S/N falou, deixando o policial confuso, e seu irmão também.

- Eu sempre estou no escritório. - Jeon afirmou.

- E quando não está no escritório? O que faz? - a garota não perdeu tempo e questionou mais.

- Você já fez a sua pergunta, senhorita. Agora é a minha vez de... - o policial foi cortado pela porta sendo aberta, revelando um homem que aparentava trabalhar ali também.

- A-ah... estou atrapalhando? - o homem perguntou, parecia estar nervoso com a situação. - D-desculpe chefe... Mas os senhores Kim querem os seus filhos em casa... - ele ia se retirar da sala, mas voltou rapidamente, e sussurrou para Jeon Jungkook. - Eles parecem estar furiosos com você, chefe.

S/N sorriu para Jeon após escutar o comentário do homem, como se dissesse: Eu avisei que isso seria uma ideia ruim.

[...]

Quando os irmãos chegaram em casa, foram recebidos pelos pais de braços cruzados, e por uma vovó muito preocupada.

- Sentem-se. - Kim Namjoon ordenou bravo, e claro, eles obedeceram e se sentaram no sofá da sala. - Onde estavam com a cabeça?!

- Desculpa, sair sem avisar vocês foi um erro... - S/N falou, com a cabeça baixa.

- Vocês acham que foi só isso que aprontaram? - Namjoon continuou. - Primeiro; Jimin não é o culpado. Segundo; Vocês quebraram uma das regras mais importantes da nossa família. E terceiro; Essa investigação está sendo feita com calma, então tenham paciência!

Um silêncio percorreu a sala inteira. Não se ouvia mais o barulho de absolutamente nada, era como se as palavras de Kim Namjoon tivessem o poder de calar a todos. E tinham mesmo.

- J-jimin não é o culpado? - S/N perguntou, estava desacreditada.

- Não é, ele foi considerado inocente. - Kim Seokjin respondeu sorrindo para a filha, que agora sorria feito boba também.

- Prometemos que isso não acontecerá novamente, estamos arrependidos. Por favor, nos perdoem... - Taehyung era muito sentimental, por isso odiava brigas, e principalmente os sermões dos seus pais.

- Sabemos... - Namjoon suspirou derrotado, e prosseguiu. - Não são mais crianças, mas às vezes os tratamos como se fossem... Estamos errados também. - Seokjin colocou as mãos nos ombros do marido, e sorriu orgulhoso da atitude dele. Logo depois, todos ali na sala se abraçaram, fazendo com que o clima de tensão diminuísse bastante.

Mesmo com as brigas, a família Kim era uma família de se dar inveja! Não só pelo dinheiro, mas pelo amor que eles tinham um pelo outro. Todos queriam ter uma família assim.

- Ah, eu só preciso fazer um último pedido para vocês dois. - Namjoon se afastou do abraço, e olhou sério para os seus filhos. - Quero que parem de tentar investigar o caso.