FILHA DA LUA

CAPÍTULO 6

   Acordei às 6:10 da matina, com uma dor de cabeça alucinante. Levantei-me com dificuldade, fiz minhas higienes e desci a escada, seguindo para a cozinha. Chegando lá, me deparei com a cena de Brianna se aproximando indecentemente de Nicolas.

_Desculpa por atrapalhar. Eu volto depois.- falei dando meia volta, pronta para sair.

_Claro... tinha que ser o projeto de loba para nos atrapalhar justo agora!- a quenga retrucou.

_Projeto de loba é você, sua quenga!-falei com a voz elevada, perdendo a paciência que já não tenho, e que diminuiu ainda mais por conta da dor de cabeça.

Vi Nicolas com uma expressão indecifrável e os braços cruzados, apenas observando a discussão. Mas consegui notar um leve sorriso em seus lábios.

_Brianna, vá embora.- ordenou o Supremo.

_O quê?! Mas amor....

_Vá embora.- tornou a ordenar, com sua superioridade de Alfa.

Ela resolveu ir, apesar da raiva. No entanto, quando passou por mim não perdeu a oportunidade e se chocar contra meu ombro de propósito.

Rosnei, e ela respondeu com um sorriso sínico.

_Você realmente não perde a oportunidade de uma boa confusão. Não é, Alexa?- Nicolas me perguntou, sorrindo.

Fala sério, que sorriso. Meu deus, como ele pode ficar ainda tão atraente só por causa de um maldito sorriso?!

Senti meu corpo esquentar. Engoli em seco e respirei fundo, tentando retomar minha postura.

_Se estiver me chamando de barraqueira, pode cuidar em repensar seus conceitos. Odeio confusão, mas meu temperamento é forte e, com toda a certeza, eu não levo desaforo para casa.- respondi dando de ombros.

_Bem seu estilo. Não é... Aly?- perguntou, falando meu nome de uma forma provocadoramente lenta.

O fato de ele me chamar pelo apelido me fez corar envergonhada, provavelmente por ser a primeira vez que ele o faz, e também porque apenas pessoas próximas é que me chamam assim.

Ele sorriu abertamente. Senhor!!!

_Sabia que você fica linda quando cora?- perguntou, aproximando-se de mim e pondo um fio de cabelo rebelde atrás de minha orelha.

_É, quem sabe.- falei, pigarreando e me afastando rápido dele.

A distância que ele estava de mim era extremamente perto, a ponto de que eu conseguisse sentir o calor de seu corpo. Com certeza, essa distância foi assustadoramente perigosa.

Quando me afastei dele ele cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha, mas tinha um sorriso divertido no rosto.

_Com sua licença, Supremo, tenho assuntos a tratar.- tornei a falar, depois de recuperar um mínimo da minha sanidade.

_Quais assuntos?- perguntou curioso.

_Assuntos pessoais.- respondi.

Ele suspirou.

_Muito bem, pode ir. Tenha cuidado, alguns ataques andam acontecendo recentemente.- disse sério.

Fiquei surpresa pela atitude dele, mas, bem no fundo, senti uma pontada de felicidade em meu peito.

_Vou ter. Não precisa se preocupar.- acenei com a cabeça e sorri gentil.

Em seguida dei meia volta e saí da cozinha, mas antes de virar completamente vi todo o corpo de Nicolas ficar tenso.