Bad At Love

Capítulo 1: Lauren Jauregui

Muitas pessoas acreditam em Deus e põem toda sua fé e esperança nele, oram e fazem oferendas, mas gosto de pensar que a maioria das coisas depende de uma coisa chamada destino, ele cuida, por si próprio das soluções, das paixões, das mágoas, ele é autossuficiente, mas dependendo do ponto de vista, ele tem seus defeitos, óbvio, tudo é falho, contudo, nós também temos nossa parcela de culpa nele, toda ação gera uma reação, certo? e como já dizia Marguerite Yourcenar "quase sempre é preciso um golpe de loucura para se construir um destino".
E é sobre ele que Jauregui divagava enquanto metade da sala prestava atenção na aula e a outra metade dormia, não é que ela não gostasse da aula, muito pelo contrário, seu professor de Literatura era maravilhoso aos seus olhos, ela só estava naqueles dias em que você apenas não está disposta a passar o dia todo na escola.
- Ei vadia, vai descer com a gente? - Assustou-se com um sussurro vindo de trás.
- Óbvio, com quem mais eu iria? - Devolveu ironicamente. Naquele momento ela queria apenas ficar quieta, ainda haviam 10 minutos para o lanche e queria ficar em paz.
- Ui, rainha das trevas, desculpa te incomodar - Revirou os olhos e resolveu não rebater, afinal aquilo lhe renderia uma briga de horas já que Dinah nunca sabia a hora de parar.

Ajeitei-me na cadeira e deitei minha cabeça no Bob, sim, eu levava meu travesseiro pra escola, qual é? ninguém pode me criticar, tem aulas que ninguém merece, tipo, todas que possuem cálculos. A única coisa que me animava naquele dia é que era quarta-feira e isso era sinônimo de aula de português a tarde, continuando aquela mini série maravilhosa chamada Capitu, Harry era, sem dúvidas, o melhor professor que já tive.
Consegui ficar mais alguns minutos quieta ouvindo os encostos conversando atrás de mim, a canção (vulgo) sinal tocou, sim, estudo em uma escola militar, e graças a Deus faltava só 2 anos e meio para sair desse pedacinho de desgosto.
Pouco tempo depois já estamos perto da rampa, a escola tem 2 andares, por sermos do ensino médio estudamos no 2°, na verdade, só tem duas turmas do ensino médio que não estudam no 2° piso, os chamados condenados da 1° série 3 que estudavam no 1° piso e a 1° série 5 que estuda no contêiner, sim, contêiner, também achei um absurdo, mas fazer o que né?
O refeitório estava uma zona, também, não sei porque superlotaram essa escola quando ela não tem estrutura pra isso.
Lanchei e resolvi subir sem a galerinha, queria falar com uma das peguetes, opa, esqueci de mencionar, eu gosto de garotas, e nem me pergunte o que sou porque nem eu sei. A vi de longe na porta e resolvi testar a paciência dela, afinal, não sei quem anda levantando o ego dessa menina, mas ela tá se achando demais, fui andando em direção ao final do corredor com meus olhos nela, porém, quando cheguei na última porta entrei e voei na Vero, havia conhecido ela a pouco tempo, mas ela é muito engraçada e louca, e eu adoro gente assim, ficamos conversando até que o embuste da Dinah entrou enchendo o saco do Liam para ele tocar algo no violão, e como sempre, ela conseguiu, ele sentou na em uma das mesas e começou a tocar coisas aleatórias, não demorou muito e eu senti ela me puxando pra perto do seu corpo fazendo com que meu braço que estava na Vero saísse, que apenas me olhou rindo.
- Cala a boca cachorra - sussurrei antes que começasse as provocações, o negócio é que Vero odiava Keana e vice-versa, por puro ciúme e implicância.
- Toca Vaga-lumes, Payne - Keana falou olhando pra mim. Ele apenas acenou e começou.

Vou caçar mais de um milhão de vaga-lumes por aí
Pra te ver sorrir, eu posso colorir o céu de outra cor
Eu só quero amar você
E quando amanhecer eu quero acordar
Do seu lado

Ela fez a voz com o Payne, e nossa, que voz maravilhosa, nunca tinha a escutado, mas ela canta bem

Sei que o mundo tá terrível, mas não vai ser a maldade que
Vai me tirar de você, eu faço você ver
Pra tu sorrir, eu faço o mundo inteiro saber que eu
Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí
Pra te ver sorrir, eu posso colorir o céu de outra cor

Ela olhou nos meus olhos e cantou baixo essa parte, é essa a hora que eu saio correndo? Ela desviou o olhar e eu senti um alívio enorme, sei que pedi ela em namoro, mas foi só porque ela é difícil e queria pegar ela sem problema algum, cruel? Nem tanto, até porque é meio óbvio que nós nunca daremos certo

Vou caçar mais de um milhão de vaga-lumes por aí
Pra te ver sorrir, eu posso colorir o céu de outra cor
Eu só quero amar você
E quando amanhecer eu quero acordar
Do seu lado

A música terminou e ela ficou me encarando, tentando criar coragem pra falar algo, porém, antes que ela pudesse dizer algo o sinal tocou, suspirei, sorri e a abracei, tava louca pra sair daqui

- Ei A4 vem aqui

- Ai Iglessias se for começar com isso é melhor me deixar em paz

- Calma aí estressadinha, alguém já disse que você está precisando dar?

- Fala logo Verônica

- Tá, tá, chata, enfim, dá pra tu controlar tua mulher? Qualquer momento desses ela me mata

- Como assim?

- Eu sei lá, ela olha pra mim como se fosse pular no meu pescoço a qualquer minuto - Eu não me aguentei e comecei a rir até ver Keana na porta revirando os olhos ao me ver com Vero, tá que ela é bonita, mas eu jamais ficaria com ela

- Aquele ali não é teu professor Michelle? - apontou para o professor de Matemática e eu só pensei em sair correndo, cheguei na sala ofegante, acho que preciso começar a correr mais dias. O dia passou se arrastando, e quando finalmente tocou o sinal para ir embora eu fui rapidamente ao banheiro, tinha marcado de encontrar vero lá para podermos ir juntas, quando cheguei perto dela a vadiazinha tava mexendo no celular

- Porra Jauregui, tava dando? Demorou demais, odeio esperar - reclamou já me entregando o celular e entrando em uma das cabines

- Não é minha culpa se eu tenho aula e você não Verônica, além disso, você sabe muito bem como a professora Elizabeth é - e realmente, ela ficava prendendo a gente até o último segundo. Comecei a mexer no celular dela até que achei a foto dela e de uma garota linda, abraçadas e sorrindo

- Mexendo nas minhas coisas Jauregui?

- Quem é essa?

- Minha melhor amiga, eu tenho uma vida fora daqui sabia?

- Credo, não gostei - óbvio que gostei, mas não admitiria, não conhecia ela, e eu sou bem ciumenta com minhas amigas, entreguei o celular nas mãos dela e sai daquele recinto a fim de ir logo pra casa, fomos o caminho todo conversando sobre os machos dela, apesar de todo mundo saber que ela é encubada, segui meu rumo com meus fones de ouvido até chegar na minha bela e maravilhosa cama e me jogar, finalmente, eu ein, que dia, fui tomar meu banho e dormir, afinal, amanhã ainda tinha mais