Destino

Capítulo 19

*Alice

Estava quase a desesperar quando finalmente vejo os rapazes a entrarem no mesmo cómodo que nós. Levantei-me e depois caminhámos em direção ao parque de estacionamento.

-Tens 3 carros à escolha - comentou a Cátia.

-Se calhar vou com o Ricardo, se não te importares....

-Claro que não!

Sorri para ela e dirigi-me ao carro do Ricardo, esperando que ele destrancasse o carro. Ele disse qualquer coisa ao ouvido do André e só depois é que veio ter comigo.

-A Cátia vai a casa deixar o carro e o André vai lá buscá-la. Nós os dois podemos ir já para o lar.

-Okay.

Entrámos no carro e saímos do centro de treinos. Liguei o rádio e comecei a murmurar as músicas que passavam.

-O André ficou triste por não ires com ele...

-E tu foste consolá-lo... ainda fazes isso? - ele riu-se - Parece que voltámos à primária.

-Não sejas assim... Tu sabes bem que o André sempre foi ciumento.

-Pois, mas ele não tem nada que ser ciumento. Tu és tão meu amigo como ele.

-Só que tu nunca dormiste comigo...

-Outra vez esta conversa? O André não foi o primeiro, nem há de ser o último amigo com quem eu dormi. Ele que entenda isso.

-Dormirias comigo?

-Tu és diferente. Tens namorada e vais ter uma filha.

-Ótimo! Assim a Cátia pode estar descansada!

-Estúpido - bati-lhe ao de leve no braço e começámos a rir - E obrigada por sugerires passarmos a tarde juntos, não é por nada, mas não me apetecia muito estar sozinha com o teu irmão...

-Porquê?

-Não sei bem... Não quero que ele fique com a impressão errada sobre nós.

-Então se calhar devias deixar de dormir com ele. Ele não vai para a cama com qualquer uma.

-Já me disseram...

-Só te peço que não o magoes.

-Vou tentar não o fazer. Podes estar descansado.

Pouco depois chegámos ao lar e nesse momento estava também a chegar a ambulância que trazia a minha avó. Ela saiu numa cadeira de rodas como sempre e um funcionário do lar levou-a para o seu quarto. Eu e o Ricardo seguimo-los e depois o Ricardo ajudou o funcionário a colocar a minha avó na cama.

-Olá Vó! Como te sente? - perguntei sentando-me ao seu lado na cama.

-Olá minha querida! Estou bem, um pouco cansada e doi-me a cabeça. Nada a que não esteja habituada!

Ela sorri-me levemente e faço um esforço enorme para não começar a chorar à sua frente. Ela olha para o Ricardo e o seu sorrio chega-lhe aos olhos.

-Olha o rapaz que achava que era um mestre a jogar às cartas!

-É verdade, dona Maria, sou eu. Tenho a dizer-lhe que aprendi muito naquele jogo contra si.

-Eu imagino que sim.

Ficámos a conversar durante mais algum tempo até que nos vêm chamar, porque a minha avó precisava de descansar. Despedimo-nos dela e fomos para a receção, onde encontrámos a Cátia e o André.

-Porque é que não entraram? - perguntei.

-Disseram-me que as grávidas não podem entrar, salvo raras exceções, e o André ficou a fazer-me companhia.

-Como é que ela está? - perguntou o André.

-Cansada... Vamos para minha casa?

Eles assentiram e, desta vez, dirigi-me para o carro do André.

-Já te apetece ir comigo? - perguntou ele, mas não consegui perceber se estava a brincar ou a falar a sério.

-Okay.

Virei-lhe as costas e fui ter com o Ricardo. Disse-lhe que ia com ele e com a Cátia e ele olhou para o irmão e abanou a cabeça. Entrei para o banco detrás e seguimos caminho.

Chegámos a minha casa e a Cristiana ainda não tinha chegado. Mostrei-lhes a pequena casa e depois sentámo-nos no sofá.

-Que filme querem ver? - perguntei.

-Eu ainda não vi o novo do Homem Aranha.

Acenti e pus o filme a dar. Fiz umas pipocas enquanto o filme estava no início e sentei-me na ponta do sofá, ao lado do André.

-Ele é tão sexy - comentei referindo-me ao Tom Holland.

-Amen to that - concordou a Cátia.

-Eu não percebo porque é que toda a gente ficou maluquinha por ele... - disse o André.

-Já viste o corpo dele? E quando ele fala com sotaque torna-se ainda mais irresistível  - respondi.

O André olha para o irmão, ao mesmo tempo, levantam-se do sofá e tiram as camisolas.

-Isto é que é um corpo sexy - disse o Ricardo colocando-se à frente da namorada.

Eles começam a fletir os músculos e eu e a Cátia só nos conseguimos rir.

-Está bem garanhões - disse a rir - Vocês também são sexys. Agora podem-nos deixar ver o filme?

Eles voltaram a sentar-se mas não vestiram as camisolas. A Cátia encostou-se ao tronco do namorado, mas se o André esperava que eu fizesse o mesmo, estava muito enganado.

Acabámos de ver o filme e fui até à cozinha começar a fazer o jantar. Recebi uma mensagem da Cris a dizer que iria jantar com amigos da faculdade e para não esperar por ela. Sorri com a mensagem porque já sabia o resultado desse jantar.

-Podemos falar? - perguntou o André aparecendo atrás de mim.

-Claro!

-Porque é que não quiseste vir comigo?

-A sério que tu estás todo chateadinho por causa disso? Não posso querer estar com o teu irmão ? Eu sou tão amiga tua como dele.

-Eu sei, mas pensei que gostasses mais de mim... - ele fez cara de cachorinho e eu comecei a rir.

Continuei a cortar batatas e senti as mãos do André a rodearem a minha cintura. A sua boca vai para o meu pescoço e começa a depositar beijos.

-André, e que tal parares?

-Porquê?

Ele continuou a beijar-me o pescoço e as suas mãos puxaram a bainha da minha camisola, tocando na minha pele. Eu não o queria magoar, mas ele não me deixava outra hipótese.  Virei-me para ele e empurrei-o.

-Se eu te digo para parares, é para parares. Ai de ti que me voltes a tocar sem eu querer.

Ele bufa, vira costas e sai da cozinha. Viro-me outra vez para o balcão e respiro fundo. Porque é que ele me faz isto?

Coloco a comida no forno e volto para a cozinha. Olho em volta e apenas vejo a Cátia e o Ricardo.

-O André?

-Foi lá acima à casa de banho - respondeu-me o Ricardo - O que é que se passou entre vocês?

-Ele tentou beijar-me depois de eu lhe ter dito que não. Ele não gostou e saiu da cozinha.

Sentei-me ao pé deles e fiquei na pensar no que o André fizera. Será que ele pensa que nós temos alguma coisa apesar de eu estar sempre a frizar que somos apenas amigos?

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Espero que tenham gostado!

Mónica