Capítulo 3

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[N.A¹] Eu decidi mudar o tempo da narrativa, pois senti que a escrita flui melhor dessa forma. A forma anterior, embora seja minha preferida, estava agindo como uma limitador para mim e por isso decidi mudar. Em breve eu irei alterar os capítulos anteriores para a mesma perspectiva de tempo desse e dos próximos capítulos, para não ficar confuso. Mas não se preocupem, isso em nada vai alterar a história. É apenas para deixar o meu "trabalho" mais agradável e fluído. Peço desculpa aos que não gostarem da mudança, desde já. Boa leitura.

***

Ainda na boate, um Dante muito frustrado retornava para a área vip, de onde tinha saído, e encontrando o primo Gaspar, ao lado da noiva, que ele nem viu quando chegou ali. Os dois bem que tentaram disfarçar o riso ao notar que Dante se aproximava, mas ambos falharam miseravelmente e se deixaram levar por gargalhadas quase histéricas, assim que o advogado se sentou na mesma cadeira que ocupava antes.

— Posso saber qual é a piada? — Dante perguntou enquanto fuzilava os dois com o olhar.

— Você — respondeu Samanta, sem conseguir parar de rir do amigo. — Desculpa, Dan — disse tentando recuperar o fôlego —, mas você não faz ideia de quanto faz tempo eu espero pra ver o grande garanhão levar um fora — ela parou de rir e o encarou, fingindo seriedade. — Eu só não esperava que fosse um fora histórico como esse — e voltou a rir. — Nem conheço o garoto e já sou fã dele — completou, secando uma lágrima que lhe escorreu pela face.

— E o outro palhaço, não vai falar nenhuma gracinha não? — Dante falou com o primo, que apenas levantou os braços em sinal de rendição, ainda rindo.

O advogado voltou a beber, tentando ignorar as provocações dos dois amigos. Às vezes, se perguntava o porquê de aturar aqueles dois palhaços. Nunca viu duas criaturas para combinarem tanto um com o outro quanto Gaspar e Samanta. Embora não entendesse esse relacionamento estranho que eles tinham, onde o ciúme parecia não existir e tudo era permitido.

Como primos, Dante e Gaspar, obviamente, conheciam-se desde crianças. Sempre foram muito próximos. Ambos sendo filhos únicos e tendo, praticamente, a mesma idade, sendo Dante dois meses mais velho, encontraram um no outro o irmão que não receberam dois pais.

Estudaram juntos o curso de direito, onde conheceram Samanta, ainda na primeira semana de aula. Tornaram-se um trio. Mas o namoro entre o primo e a mulata de curvas generosas demorou a sair. De fato, é provável que ainda estivessem naquele "chove e não molha" se Dante não tivesse dado uma "mãozinha".

— Que tanto você pensa aí? —provocou Samanta, ao ver que Dante está silencioso demais desde que sentou ao lado deles, ciente de que o amigo ainda não tinha digerido o fora que tomou do ruivo.

— 'To aqui tentando entender onde é que eu estava com a cabeça quando chamei vocês dois pra trabalharem comigo — Dante respondeu com seriedade fingida.

Diferente do primo e da, então, namorada dele, depois da formatura, Dante preferiu abrir o próprio escritório de advocacia, enquanto os amigos foram contratados por um grande escritório local. Um ano depois, Dante já possuía certo prestígio no meio jurídico e seu escritório só crescia. De outro lado, os dois amigos se sentiam frustrados ao perceberem que trabalhavam para dar nome e prestígio ao escritório já famoso que os contratou.

Vendo a insatisfação dos amigos e conhecendo o potencial deles, Dante os convidou para trabalharem com ele. Não como empregados, mas como sócios do seu escritório. Assim, surgiu a Agnelli Advogados Associados.

— Mas olha que audácia! — disse Samanta num tom indignado ainda mais teatral que o do amigo.

— Vai passar a noite toda remoendo o fora que levou? — interveio Gaspar, impedindo que o primo e a noiva continuassem com a troca de farpas que, conhecendo-os, duraria a noite inteira. — Cara, eu avisei. Chamam ele de príncipe do gelo não é à toa...

O caçador e o Príncipe do geloOnde histórias criam vida. Descubra agora