Onironauta

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PAÍS DO VENTO, SUNAGAKURE, ESCRITÓRIO DO KAZEKAGE – DIA 0 – 23:47.


Em uma noite fria e desinteressante, Gaara estava em sua sala olhando para dois dos mais antigos conselheiros que Suna tinha (cabe dizer, ambos já estão experientes nesse negócio de serem antigos...). O Kazekage parou de prestar atenção em algum momento quando ambos tiraram o foco sobre ajudar uma aldeia próxima e quando começaram a discutir sobre o casamento de sua irmã, Temari, e o planejador da União Shinobi, Shikamaru. Não era como se ele não ligasse para os dois! Apenas não era do interesse do Kazekage a administração de um casamento antes do planejamento de sua vila, assim como para Gaara, ele não se importava com a cerimônia desde que a irmã estivesse bem (ela com certeza ficará, será uma embaixadora!).

Os pensamentos do ruivo estavam indo longe, tão longe que estavam em seu futuro, onde ele conseguiria, finalmente, aumentar sua variedade de cactos com a ajuda de uma estufa particular. Com sua dedicação, com certeza os cactos iriam florescer até mesmo duas vezes ao ano! Era realmente animador ser recompensado por todos os dias de cuidado, mas ele se lembra que só conseguiria isso se também conseguisse tempo para projetar sua estufa e mais tempo ainda para se dedicar a ela.

Seus pensamentos estavam agora o deixando um pouco desanimado, só de pensar em todos os papéis que ainda tinha que ler: relatórios, pedidos e informações sobre alianças, documentos, todas as coisas que chegava em sua mesa todos os dias... Seria impossível ele ter mais tempo ainda para cuidar de suas adoráveis suculentas! Com todo o pesar destes pensamentos tediosos e cansativos, Gaara suspira pesadamente, o que para ele era quase um bocejo.

Os conselheiros param de falar e olham-no atentamente, sabiam que não estavam deixando-o dormir bem porque quase todas as noites iam ter esse tipo de reunião, fazendo Gaara deixar a papelada de lado e atrasando todo o trabalho burocrático que um Kazekage realiza. Ambos ainda eram presos ao pensamento de que Gaara era apenas uma "arma" defeituosa, apesar do respeito com que o tratavam, sempre foram temerosos quanto as ações de seu Godaime Kazekage e não queriam incomodá-lo, mas era preciso.

— O senhor tem alguma objeção sobre a nossa escolha? — um dos conselheiros falou, olhando-o como se chegasse a ter medo da resposta.

O ruivo os encara. Não fazia ideia sobre o que estariam falando agora, mas mesmo assim não os deixaria saber onde seus pensamentos estavam.

— Preciso pensar com calma sobre, se me derem licença, agora vou voltar minha atenção para alguns assuntos de maior urgência.

— Esperamos que entenda e aceite nosso conselho, afinal, um casamento selaria a estabilidade assim como uma união e... — este conselheiro chegava a gesticular — bem... Apenas está na hora... — sem conseguir transmitir seu pensamento, ele levantou os ombros, como se fosse um raciocínio lógico e simples que não precisasse de mais nenhuma informação.

— Há tempo. — O Kazekage fala um pouco mais seco do que o deserto em que se encontravam, pegando alguns papeis e começando a ler, agora deixando claro que estava ignorando eles. Afinal de contas, o casamento era de sua irmã, não era ele quem iria se casar!

Os conselheiros se levantam e saem, murmurando algumas coisas sobre qualquer assunto que os dois discordavam e que, provavelmente, os faria perder a noite de sono enquanto discutiam.

"Perda de tempo... Quanto tempo? Duas horas eu acho..." pensou Gaara enquanto olhava-os sair. "Duas preciosas horas perdidas, que não valeram nem cinco minutos. Droga... Estou começando a por valor onde não se deve", ele balançou a cabeça negativamente, repreendendo a si mesmo e então voltou sua atenção para todos aqueles papéis espalhados pelo escritório.

Gaara ChibiOnde histórias criam vida. Descubra agora