Além das Falésias

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PAÍS DO VENTO, SUNAGAKURE, ÁREA SABAKU – DIA 1 – 05:49.


A claridade do sol entrava intensamente pela janela, iluminando todo o quarto de Temari. A loira começava a acordar, havia tido sonhos estranhos demais em uma noite só e não tinha tempo para ficar na cama e pensar sobre eles.

Uma das primeiras coisas que notou foi que Kankuro realmente havia entrado em seu quarto e mexido em suas roupas. "Esse desgraçado me paga...", pensou ela, rangendo os dentes enquanto arrumava a gaveta. Temari é do tipo de pessoa que morde e depois assopra, por sorte, Kankuro nem se importava mais quando ela o acertava com o leque uma ou duas vezes, mas depois tentava falar algo para se justificar.

Por alguns segundos, Temari ficou parada, encarando o nada enquanto se lembrava de uma das partes de seu sonho, a mais fofa, onde havia um pequeno Gaara olhando para ela. "Kankuro pode até ter entrado aqui e mexido nas minhas coisas, mas não tem como o resto ter sido real... Tem? ", ela acena negativamente a cabeça, como se respondesse a si mesma. "Você tem mais o que fazer, Temari... Foco!"


PAÍS DO VENTO, SUNAGAKURE, ESCRITÓRIO DO KAZEKAGE – DIA 1 – 06:01.


Dois homens observavam sem palavras uma certa loira, chocados ainda por sua entrada: a porta foi aberta até o limite de uma vez só, então Temari entrou praguejando e ameaçando um deles com um leque, chegando a acerta-lo uma vez na cabeça antes do mesmo conseguir se proteger, o outro apenas observava e sinaliza algo como um pedido de sessar fogo.

"O Baki estar aqui não vai mudar em nada!". Ela não costumava entrar assim no escritório do irmão, mas notar que o belíssimo vestido que usaria na segunda parte da cerimonia estava faltando fez sua raiva subir ao limite.

— Da próxima vez que mexer nas minhas roupas, faço você vestir elas por um mês inteiro! Em que marionete idiota colocou meu vestido!? — Temari continuava com as ameaças, se preparando para acertá-lo uma segunda vez com o leque.

"Essa sua fixação com as minhas roupas só faz parecer que quer mesmo usar elas! Eu vou rasgar todas as suas roupas e você só vai ficar com essa droga de capuz!". Ela continua com seus pensamentos ameaçadores. Dessa vez se preparava para um golpe mais forte, mas poucos centímetros antes do leque acertar seu alvo ouve-se risadinhas adoráveis e delicadas de um dos cantos da sala.

— Temari, não se bate em alguém na frente de crianças, jaan! — o irmão do meio ressaltou, saindo da mira do leque e se afastando alguns passos, se recuperando do choque inicial. — Eu só peguei porque estava precisando, viu? — ele aponta para a criança ruiva, que estava rindo com toda aquela situação.

— Não é bom fazer este tipo de coisa na frente do seu irmão, crianças se impressionam fácil. — Baki falava pela própria experiência, adquirida há pouco tempo.

— G-Gaara? — ela olhava incrédula, demorando alguns segundos até deixar o leque de lado e ir até o pequeno, mexendo nos cabelos dele e acariciando o rosto, como se não acreditasse ainda.

— Oi! — ele sorri corado de leve, olhando-a.

— É você mesmo? — ela continuava com as caricias, tentando reparar em cada detalhe para ter certeza que não era uma brincadeira de mal gosto ou um sonho.

— Temari, deixa ele e presta atenção, jaan... — Kankuro fala enquanto fecha a porta e aproveita para certificar-se de que não havia ninguém ali perto.

"Pelo visto é um assunto delicado". Temari fica séria, mas ainda mexendo no cabelo de Gaara. "É impossível resistir a toda fofura!".

Gaara ChibiOnde histórias criam vida. Descubra agora