Capítulo 7 - Victória

174 26 11
                                    


Desconectei o pendrive do Notebook e o segurei na palma da mão. Estava tudo pronto. As fotos estavam prontas para serem reveladas e eu estava indo para a casa dele.

Deixei minha mente vagar para a noite em que Rod me trouxe em casa. Ele tinha me chamado de linda, e embora eu tenha gostado de ouvir isso – talvez gostado demais, devo admitir – sabia que ele havia dito apenas para ser gentil. Eu não fazia o estilo de garota que ele se interessaria. Eu sabia disso. Eu o vi com aquela outra garota na boate. Apesar disso, não pude deixar de fantasiar, não quando ele me deu material para isso.

"Tão linda que eu gostaria muito de poder desenhá-la agora".

Arrancando esses pensamentos da minha cabeça, guardei o pendrive na minha mochila e desci para o restaurante. Estava quase saindo quando minha mãe me chamou.

— Para onde vai, Sayuri-Chan¹? — perguntou, me observando com curiosidade.

— Vou fazer um trabalho da faculdade — menti rapidamente. — Ittekimasu!²!

Meus pais não me proibiam de sair, mas gostavam de saber por onde eu andava. E com quem. Se eu contasse que estava indo para a casa de Rodrigo, ela não gostaria nada disso. Meus pais eram bem conservadores em alguns aspectos.

Minha mãe acenou com a cabeça e respirei aliviada.

A cidade era pequena e logo eu havia chegado ao estúdio de Rod. Ele estava fazendo uma tatuagem em uma garota, então me sentei na recepção, aguardando-o. Olhei em volta, admirando o lugar. Rod mantinha tudo organizado e limpo. Os desenhos ali a disposição para as pessoas verem e escolherem suas tatuagens.

Peguei um dos cadernos e folheei, olhando os desenhos bem elaborados. Eu não era corajosa como Duda, mas tive vontade de eternizar um daqueles desenhos em minha pele. Aquilo era arte, e Rod era bom no que fazia.

Alguns minutos depois Rod e a garota saíram da salinha e levantei o olhar no momento em que ela se esticou e beijou o rosto dele.

— Logo estarei aqui de volta — disse ela sorrindo amplamente.

Rod assentiu e a acompanhou até a saída, então virou e estacou quando me viu.

— Você está aí a muito tempo? Não te vi chegar.

Balancei a cabeça.

— Só alguns minutos — respondi. — Você estava concentrado, então decidi te esperar aqui.

— Foi cliente de última hora, e como era uma tatuagem pequena, eu fiz. — ele explicou, enquanto ajeitava algumas coisas no balcão.

— Tudo bem. — Sorri, o observando.

— Vou só arrumar as coisas e já subimos.

Assenti e o acompanhei até a salinha onde ele tatuava seus clientes. Rod jogou alguns papéis toalhas fora, algumas outras coisas que eu não sabia o que eram. Espirrou álcool em outras coisas e as limpou com perfeição.

— É isso que usa para tatuar? — perguntei, curiosa.

— Sim, essa é uma das minhas máquinas — Ele levantou o objeto preto, com imagens de chamas incrustado nas laterais.

Ele me chamou com um gesto de mão, e me aproximei, observando enquanto ele terminava de arrumar o seu estúdio.

— Espero não atrapalhar — falei, pensando se ele teve que desmarcar com algum cliente.

— Não está, não tenho mais ninguém agendado para hoje. Sou todo seu agora.

Corei com suas palavras. Ele ergueu os olhos para mim, avaliou meu rosto e sorriu.

IMINENTE ATRAÇÃO - Série Atração #3 - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora