Eu odeio tudo que envolva dia 31 de outubro e Im Jaebum.

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Eu, Jackson Wang, estou oficialmente pronto para arrancar a cabeça de Im Jaebum e jogá-la de comida para os cachorros. Ah! E também odeio o Halloween a partir de hoje.

Meu namorado é o pior tipo de pessoa que o mundo pode abrigar. Não, ele não mata formigas por tédio ou faz careta para bebês chorarem — apesar de eu duvidar muito disso. Ele também não masca chiclete e prega em baixo da carteira da faculdade torcendo para que algum idiota tenha suas roupas prejudicadas, mas eu mesmo faço isso então esse tipo de exemplo não está valendo. Im Jaebum, com um pouco mais de dez anos de idade mental, está vestido de Bart Simpson enquanto me arrasta para dentro de uma dessas casas de horror montadas para matar algum idoso do coração — e por que algum viria aqui, de qualquer forma? Estou começando a delirar de tanta ansiedade.

Hoje é Halloween, mas para os desinteressados é apenas dia 31 de outubro mesmo. O meu caso deveria ser o segundo, mas Jaebum não me deixa ser desinteressado quando o assunto é Halloween, nunca deixou. Nunca vi um adulto tão animado em algum dia festivo como ele fica hoje, sério. Chega a ser frustrante, mas não por causa da animação dele, afinal adoro ver Jaebummie todo animadinho, mas sim porque ele me obriga a participar dessas furadas com ele! O hyung sabe muito bem que eu morro de medo de visitar essas atrações temáticas, e porra! Eu me assusto até com a minha própria sombra, por que ele tem que piorar a minha experiência cotidiana de ser Jackson Wang — o que já é difícil — fazendo isso? Meu amor não basta para esse desocupado?

— Não, Jaebum, eu não vou — travei na porta, minhas pernas pareciam concreto — Tem coisas que a gente precisa fazer sozinho, essa é sua vez de provar que esse ditado é verdadeiro.

— Amor — Im Manhoso Jaebum, demais para que eu pudesse lidar — Não vamos ficar nem cinco minutos lá dentro.

Soltei-me dos braços dele, cruzando os meus em seguida.

— Não é não, fim de papo!

Jaebum fez bico, mas eu estava decidido e não seria dessa vez que ele me ganharia. Eu cedi na última e acabei com metade do meu cabelo ruivo, dessa vez não funcionaria.

***

— Vai quebrando Senhor! Quebra toda obra de feitiçaria! — gritei pela sétima vez, meu braço tão preso no de Jaebum que eu acho que ele deve ter perdido a capacidade de mexer a mão — Acaba com tudo Jesus, é você campeão!

— Jackson que merda você 'tá falando? — Jaebum franziu o cenho — A gente mal passou da porta de entrada oficialmente.

Respirei fundo e abri os olhos, espiando por cima do meu ombro e vendo que não tínhamos dado sequer sete passos para dentro. A porta de entrada atrás de nós estava fechada, mas havia uma em nossa frente abertinha nos esperando. Eu e Jaebum ainda estávamos parados em uma espécie de salão, uma recepção amigável com algumas máscaras arrepiantes e luzes neon roxa. Se eu não soubesse exatamente onde estou diria que voltei na época do ensino médio onde as garotas usavam maquiagem demais e os garotos passavam tanta base que o rosto parecia ser um bloco de nada sem linhas de expressão. Mesmo estando mais ligeiramente tranquilo, com a mão livre comecei a fazer o sinal da cruz e pregar.

E eu nunca fui à igreja e nem mesmo sigo religião alguma, mas hoje em dia o Youtube nos mostra tudo antes e eu não preciso sair de casa para saber como é e se vou gostar. Ponto para você, grande plataforma vermelha que eu confundia com site de vídeo pornô.

— Para com isso amor — Jaebum suspirou, claramente impaciente — Vamos entrar, te prometo que vai ser legal.

— Eu entro, mas eu vou rezando.

Eu odeio o HalloweenOnde histórias criam vida. Descubra agora