∂ σ ท ' τ g σ

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Eu já tive medo de perder.
Já tive medo de que você partisse.
Noites adentro, por medo, chorei.
Medo de que me deixasse?
Medo de querer me deixar?

Mas em um gesto de coragem,
Todo esse medo se esvairou.
Receio e angústia tentaram me impedir.
Mas por alguma razão eu queria aquilo.
Havia consequência,
Mas o que não há?
Tinha chegado a hora de arcar com todas elas.

E então, eu o fiz.
Um simples ato que poderia te fazer partir.
Uma passagem apenas de ida para muito longe de mim.
E o medo, que havia ido embora, como um raio voltou.
Mas o que tinha a se fazer?
Esperar que rasgasse a passagem.
Que ficasse ao meu lado, independente de tudo.
Que me escolhesse.
Que espantasse meu medo.

Mas, como previsto, não a rasgou.
Apenas aproveitou a viagem para nunca mais voltar.
E eu, ali, apenas te assistindo partir.
Percebi que aquilo era inevitável.
Que você esperava apenas uma brecha para ir.
Que nossos destinos jamais iriam se cruzar.

E perante aquela cena,
Perante aquela desilusão,
Uma lágrima quente escorregou pelo meu rosto,
E como um copo de vidro caindo no chão,
Meu coração se dividiu em pequenos estilhaços.

E eu soube.
Que você, querida, nunca sairia dele.
Que mais ninguém jamais pisaria nele.
Pois quando partiras,
Levaste consigo um pedaço de mim
Me impossibilitando de esquece-la.

Me condenou a um castigo eterno.
A dor de um desejo privado.
A dor de um abraço não dado.
A dor de um amor roubado.

- Parrilladovale

Querida Paixão.Onde histórias criam vida. Descubra agora