8

52 1 1
                                    

JACK P.O.V

É óbvio que eu só inventei que estava com dor, eu queria ficar sozinho. Nunca que eu pensei em me apaixonar por alguém como ela, sim, isso mesmo, me apaixonar. Eu neguei até ontem, mas quando eu a vi naquela cama, com o cabelo bagunçado e resmungando coisas que eu nem ouvi, percebi que estava completamente caidinho por ela.

Eu tinha um certo medo dela, eu sei poucas coisas sobre ela, mas sei o suficiente pra saber que Kate é alguém muito perigosa. Meu pai me contava histórias sobre ela, sobre seus assassinatos. Me lembro de cada uma, nos mínimos detalhes.

Levanto e caminho até minha mala, remexo nas minhas roupas e retiro o pequeno caderno com tudo escrito. Eu queria me lembrar dessas histórias, então escrevia elas enquanto meu pai as contava. Abro o caderno e começo a ler :

Primeira história :

Assassinato policial

Era um dia normal para a polícia, mais um assassinato. De acordo com o jornal "Mais um cidadão morto". Dias se passaram, muitos dias, e então um policial morreu. E nos jornais dizia "Policial morre após desvendar assassinatos" e assim se seguiu o ano, nesse tempo 150 policiais morreram assassinados e outros 94 se "suicidaram", pois eles também foram assassinados, mas não souberam explicar como teriam sido mortos, então declararam suicídio. Eu me perguntava se seria apenas isso, mas houve mais um. O assassinato do meu tio. Papai disse que Kate o matou bem nova ainda. Perguntei com quantos anos, ele disse 15. E então percebi que ela nasceu para ser assassina.

Paro de ler e largo o caderno na cama. Eu preciso de um banho.

Depois de tomar banho e me trocar, eu ando até a mala da Kate e mexo nela um pouco. Encontro um par de adagas e outro par de punhais. As duas adagas tem algo escrito nelas, em uma língua que eu não conheço. As deixo na cama e vou até a porta, abro e encontro Kate sentada na escada.

- Kate ? - aperto o batente da porta até minha palma doer

- Sim ? - ela olha para mim e vejo novamente aqueles olhos frios. Eu sempre consegui saber o que as pessoas estavam sentindo só de olhar em seus olhos, mas com ela não. Eu não sabia quando ela estava triste ou com raiva. Ela estava apenas me encarando agora, como se tentasse ler minha alma - Jack... Eu devia te matar - o que ?! Por que ?! Ela se levanta - Você é um filho da puta mesmo. Não acho que alguém além dos seus pais e sua irmã iriam sentir saudade. Talvez um amigo, mas acho difícil. Eu duvido que muitas pessoas gostem de você - ela puxa algo das costas, uma arma, uma Magnum 44 - Tem só uma bala nesse tambor, se ela sair, eu vou ficar muito satisfeita em ter te matado. Mas se não, vou ter que te aguentar por mais dois meses. - ela põe o cano na minha testa, destrava e puxa o gatilho. Kate guarda a Magnum e me dá um soco, me desequilibro e caio de costas no chão, fazendo uma dor aguda percorrer minha coluna, ponho a mão no rosto na área que ela acertou, sentindo dor ali também.

- Por que ?! Primeiro a arma e agora isso ! - me levanto irritado, nunca tive problemas pra bater em alguém, homem ou mulher, então não teria agora só por estar apaixonado

- Vai me bater Bonitinho ? Bate se quiser, mas saiba que vai apanhar depois - ela agarra meu rosto com uma das mãos - Eu não sou igual aquelas suas sem-sal que você bate e ela abaixa a cabeça. Me bate e você apanha de volta. - ela me empurra contra a parede, entrando no quarto e segura a porta para fechar. Ela da uma pequena risada debochada, mas logo seu rosto se fecha em uma expressão séria - Deveria me agradecer por ainda estar vivo - ela bate a porta e a ouço trancar, me deixando do lado de fora. Subo para a piscina, deitando em uma das espreguiçadeiras, me ajeito e durmo, esperando que tudo não passe de um terrível pesadelo.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 07, 2019 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Aquela Mafiosa....Onde histórias criam vida. Descubra agora