I will always be there for you.

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Hoje eu faço 21 anos. Eu sempre gostei muito de aniversários, mas normalmente é uma semana triste porque minha mãe morreu bem perto do meu aniversário. Hoje Justin fez de tudo para me animar, como eu não estava muito a fim de ir para algum bar ou balada, combinamos que de noite pediríamos pizza e a mãe da Jade faria um bolo de chocolate.

Desligo a chamada com meu pai e solto um suspiro. Ele está tão animado pelo bebê que vem aí, e eu também me sinto muito feliz por ele, mas infelizmente hoje não fui capaz de mostrar essa felicidade.

Justin entrou no banheiro faz uns cinco minutos, então novamente meus pensamentos estão em minha mãe.

Eu pego o celular e coloco no meu bolso da calça, saio do quarto e desço as escadas. Antes de entrar na cozinha escuto Jade e a mãe dela, elas dão risada de algo e conversam animadas, elas se abraçam e depois Ellen diz a filha como a ama e como sentiu sua falta.

Meu coração se aperta e meus olhos enchem de lágrimas. Eu não tenho inveja da Jade ou da relação dela com a mãe, eu apenas sinto falta da minha.

Nossa relação era exatamente assim, cheia de amor. E eu sinto tanto sua falta.

Eu abro a porta da casa e saio, puxo o capuz do moletom e coloco na cabeça, cruzo os meus braços e começo a caminhar.

Enquanto eu caminho lágrimas descem pelo meu rosto, eu tenho que parar por um segundo para respirar melhor, eu puxo o ar com força e solto devagar. Em seguida caminho mais um pouco e me sento em um lugar escondido.

Sempre foi difícil para mim, mesmo tendo o meu pai do meu lado eu ainda sim sentia a falta dela, de tudo. Até de quando a gente brigava e cinco minutos depois a gente estava se abraçando.

Já se passaram algumas horas desde que saí, o meu celular toca novamente e eu olho para o visor aceso vendo o nome e o número do Justin, eu ignoro a chamada novamente e fecho os olhos jogando a cabeça para trás, solto um suspiro alto.

Eu sei que não deveria ter saído sem falar com ele, mas eu só queria ficar sozinha. Pensar em minha vida, relembrar da minha mãe e chorar. Sim, eu queria chorar porque só assim eu conseguiria me livrar desse aperto do meu peito, dessa coisa me incomodando como se tivesse algo preso em minha garganta.

Então logo depois de chorar muito, eu me sinto melhor e mais livre.

Abro a porta da casa dos pais da Jade. Logo Justin é o primeiro a aparecer, ele parece preocupado e também parece estar com raiva, mas ele logo se aproxima e me abraça. Eu me sinto segura em seus braços. Fecho os olhos quando encosto a cabeça em seu peito, seu cheiro invade minhas narinas e eu me sinto bem aqui.

— Nunca mais faz isso comigo, Lou. — Ele sussurra.

— Eu sei e me desculpa.

Eu e Justin subimos as escadas depois de eu me desculpar com todo mundo, eles me entendem e eu agradeço mentalmente por isso, pois não suporto saber que alguém está com raiva de alguma atitude que tomei no calor do momento.

Eu sei que queria ficar só, mas deveria ter avisado a eles.

Justin se senta na cama e eu me sento do seu lado, ele pega minha mão e entrelaça nossos dedos. Eu olho para ele e ele sorri. Logo ele desvia o olhar.

— Você não sabe como fiquei preocupado. — Ele fala com os olhos fixados na parede em nossa frente.

— Me desculpa por fazer isso. — Eu acaricio sua mão com o dedão. — Eu só precisava ficar sozinha.

— Eu sei. — Ele me olha e se aproxima. Justin beija minha bochecha e depois se afasta. — Vamos dormir.

Eu acordo melhor, depois do banho eu e Justin estamos na cama. A gente conversa e dou risada das bobagens que ele diz.

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