Prólogo

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P.o.v Lica

Mesma rotina, mesma roupa, mesmo céu nublado, mesma eu, nada muda, tudo do mesmo jeito, só tem 2 coisas que por mais que sejam iguais são boas no meu dia, a 1° é trabalhar, eu sei que parece louco já que a maior parte das pessoas detesta trabalhar mas isso me faz bem, trabalho em uma cafeteria pequena no centro da cidade, o lugar é quente e aconchegante, tem um cheiro bom de café fresco, mesmo que pequeno por conta da quantidade de coisas dentro da loja é um lugar que atrai muitas pessoas, e me faz bem todos os dias ver os clientes e servi-los da melhor maneira que puder, ver as pessoas e poder imaginar suas historias é bom, e a 2° coisa boa do meu dia é pegar o metrô o que tambem é estranho já que as pessoas tambem detestam pegar metrô, mas não é o ambiente do metrô que me faz bem, e sim alguem que esta nele, eu não sei nada sobre ela, sequer seu nome, mas ela me traz algum tipo de paz, como se eu soubesse quem ela é como pessoa e soubesse que ela se parece comigo, mas pelo menos eu sei onde ela trabalha, por alguma brincadeira do destino ela trabalha a 1 quarteirão de distância da cafeteria, numa floricultura muito grande bonita, eu sempre fico tentada a ir até lá e comprar uma flor mas não sei se confio nas minhas próprias cordas vocais pra garantir que conseguiria formular uma frase, então continuo na minha esperando que um dia por algum acaso ela venha até aqui e compre um café para que eu ao menos descubra o nome dela, é estranho pensar nela como a menina do metrô.

P.o.v Samantha

Meus dias são sempre uma surpresa, nunca sei se de manhã ainda vou ter um trabalho ou se por uma infelicidade da vida a senhora que é dona da loja terá ido para o hospital novamente, uma pena ela ter tantos problemas de saúde o mundo merecia ouvir mais daquela mulher, mas fora isso meus dias são normais e calmos, trabalhar em uma floricultura requer paciência, nos dias de hoje as pessoas acabam ligando menos pra flores e plantas diferente de antigamente, cresci vendo meu padrasto levar flores a minha mãe toda semanas e levo isso até hoje como um gesto de demonstração de carinho, mas as pessoas estão tão ocupadas vivendo em seus mundos digitais que se esquecem da vida real, vivemos apressados vagando por ai sem ligar pras pessoas ao nosso redor, e me chama atenção pessoas fora desse estranho padrão de hoje em dia, sempre que venho para a floricultura vejo uma menina no metrô, não sei seu nome, nem nada sobre ela, mas percebo que ela não é como as outras pessoas, sempre a vejo lendo um livro, ou desenhando, e as vezes até me olhando, ela é linda mas não tenho ideia de como começar uma conversa com ela, então ela vai continuar sendo a menina do metrô

As meninas do metrô - limanthaOnde histórias criam vida. Descubra agora