Capítulo 3

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P.o.v Lica
Ahhhh o domingo, o dia mais triste do final de semana, aquele em que todo mundo quer que nunca acabe, eu não sou muito diferente, por mais que ame trabalhar prefiro mil vezes ficar em casa fazendo nada.
Mas o dia já começou estranho, um dia com muita muita chuva, não que isso fosse incomum, mas era mais do que o normal, provavelmente um motivo pra eu me preocupar, mas o dia de ontem não saia da minha cabeça, foi um dia bom demais pra uma chuva estragar, então sem me importar nem um pouco, eu me levantei e fui tomar meu café da manhã, e ai o segundo sinal de um dia errado, meus pães haviam acabado, mas novamente não dei atenção e subtitui isso por bolachas salgadas, continuei minha manhã indo pra sala assistir absolutamente qualquer desenho que estivesse passando, e então o terceiro sinal de que alguma coisa estava muito errada, não tinham desenhos passando na tv, em nenhum canal em nenhum horário, o que nunca tinha acontecido, foi ai que eu parei pra reparar no que estava acontecendo, eu sou uma pessoa muito ligada a sinais então sabia que alguma coisa ia dar muito errado hoje, mas decidi tentar ficar calma pra não piorar o que quer que acontecesse, pra isso decidi escrever um pouco, eu estou em processo de criação de um livro, um triller, fala sobre uma menina que perde sua mãe e fica a mercê do pai que ela descobre ser um psicopata, ohh acho que conheço essa história, a sim, é a minha história, meu pai não era um psicopata mas era louco, quando minha mãe morreu eu tinha 10 anos, e foi horrível pra mim, eu não conhecia muito o meu pai e de uma hora para outra fui morar com ele, era desconfortável mas suportável, ate meus 12 quando ele me viu beijando uma amiga na pracinha perto da escola, a partir dai eu virei o monstro da família, o anticristo, a doente, a maldita filha que ele nunca quis, os xingamentos eram suportáveis, o problema foi quando no ano seguinte ele começou a me bater, e não eram tapinhas leves, ele me dava uma surra no dia seguinte eu não sentia forças nem pra ir a escola, ele sempre me batia em lugares que as roupas cobrissem por isso ninguem nunca soube o que acontecia, e eu vivi essa tortura até os meus 18 quando sai de casa em uma noite e deixei uma carta falando tudo, e desde então não vejo mais o meu pai, e não me sinto mal por isso, preferia nunca nem ter conhecido ele, é minha história é um pouco trágica, mas eu sempre posso fingir que isso nunca existiu e eu vivi uma linda e incrivel infância e adolescência com a minha mãe, eu não tive nenhuma trauma, ou medo das pessoas mesmo depois disso, na verdade isso me ajudou a criar força e resistência, e talvez essa tenha sido a unica coisa boa que me pai me deu, alem de lógico um triller que esta ótimo até agora. Depois de escrever mais um pouco do meu livro eu deixei o computador de lado no intuito de dormi um pouco, quando eu senti meu celular tremendo em baixo de mim e o peguei, me arrependendo de te-lo feito na hora que li a mensagem que chegou.

Guto: Acho que você deveria vir aqui pra casa por uns dias! Seu pai está na cidade!

Na hora achei que fosse uma brincadeira, de muito mal gosto, mas pra minha infelicidade era verdade, eu não pensei 2 vezes antes de arrumar minhas malas e ir pra casa do Guto. Mandei uma mensagem pra minha chefe que por ser minha amiga entendeu a situação e me deixou ficar em casa até que eu me sentisse segura pra voltar ao trabalho.
Assim que cheguei na casa do Guto ele me recebeu e disse.
-Lica você ta branca! Senta aqui q eu vou buscar água!!
Eu não falei nada só me sentei no sofá e fiquei lá parada olhando para o chão. Ele volta com a água e eu demoro a beber.
-Lica, você tem que falar com alguem sobre isso, de preferência com alguem da Polícia.
Assim que ele menciona a polícia eu pareço acordar.
-NÃO, Guto você ta louco, a polícia não pode saber de nada!
-Eles precisam lica, você não fala sobre isso com ninguem e tudo bem a gente pode ficar no escuro, mas a gente não tem como te proteger se nem sabe do que estamos falando
-A benê sabe...
-Mas a benê não consegue se defender nem dela mesma quem dira te defender do seu pai!
-Eu não posso deixar ninguem saber! Se não vai ser pior.
Assim que eu termino de falar sinto o nó na minha garganta se desfazer e eu caio no choro. Ele simplismente me abraça e me conforta, eu nunca contei o que aconteceu pro guto, assim que eu sai da casa do meu pai eu fui morar com a benê, e achei justo contar pra ela.
Eu acabo dormindo ali mesmo. E na manhã seguinte acordo na cama de guto, e ouço barulhos vindos da sala, e quando desço encontro meu pai no meio da sala de guto discutindo com o mesmo afirmando que exige me ver ja que, segundo ele, esse era um direito dele como pai.

As meninas do metrô - limanthaOnde histórias criam vida. Descubra agora