Doença Terminal -Arnaldo-

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         Arnaldo e Little Tinker se encontravam na plateia, Arnaldo chamando atenção pelo fato de ser um Elfo que usa roupas cor-de-rosa, possuía um arco curto em suas costas e uma aljava com 30 flechas virada para esquerda. Little Tinker também não se camuflava muito bem, mesmo sendo um anão, usava uma armadura negra – Arnaldo sempre se impressionou com o fato da armadura caber nele –, um machado de dois gumes grande em suas costas e uma machadinha na cintura.

Uma grande plateia se encontrava virada para a lateral do Castelo principal do reino de Elvin da cidade de Elvinand. E um orador falava a frente.

''[...] por esse motivo, o Rei Trontes, de Elvin. Encontra-se doente, e nenhum médico foi capaz de cura-lo. A doença aparenta ser terminal e...''

- Ele é médico! – Gritou Little Tinker apontando para Arnaldo.

Arnaldo rapidamente volta a atenção para o Orador, que o chama a frente.

- É sério? – Perguntou Arnaldo a Little Tinker.

-'tô mentindo?

Arnaldo foi até a frente de todos com Little Tinker o seguindo e fez um aceno de mão. Seus olhos azuis começaram a lagrimejar com a luz do sol batendo. E seu curto cabelo loiro balançava ao vento.

- É verdade o que o pequeno homem diz? – Perguntou o Orador.

- Claro que é! – Gritou Little Tinker. Deixando o longo cabelo negro crespo bater em seus olhos castanho escuro. A barba descendo até abaixo da clavícula e a garrafa de Hidromel nas mãos escorregando.

- Sim, é verdade. – Afirmou Arnaldo.

- Ótimo! Vocês foram enviados aqui com a graça de Moradin! Guiarei vocês aos aposentos do Rei.

- É tão fácil assim entrar no castelo? – Tentou cochichar Little Tinker, mas acabou falando alto por causa do efeito do Hidromel.

- Ignore-o por favor. – Pediu Arnaldo.

Foram andando calmamente até o quarto do Rei. Enquanto andavam por dentro do castelo, Little Tinker recebeu várias olhadas estranhas de alguns guerreiros. Era um castelo grande e bonito, com várias armas penduradas nas paredes, muitas entradas e uma pequena sala ao fundo que chamou a atenção de Arnaldo. Pouco tempo depois chegaram ao quarto do Rei.

- Devo pedir que deixem suas armas aqui. – Falou o orador.

- Claro... - Confirmou Arnaldo, deixando seu arco e sua aljava com o orador.

- Vem pegar de mim seu magricela! – Gritou Little Tinker pegando seu machado e se preparando para batalha.

Alguns guerreiros se aproximaram com espadas ao ponto.

- Por favor, pare. – Pediram.

- Vão tomar no seus...

- Little Tinker, fica aqui e te pago uma bebida depois. – Falou Arnaldo.

Little Tinker parou, pensou um pouco, arrotou e sentou no chão.

- É bom ser das boas.

- Claro.

- Por aqui, por favor. – Chamou o Orador.

Arnaldo entrou no quarto do Rei, um típico quarto da realeza, com coisas douradas, armas penduradas, coisinhas fúteis para todo lado... Se Little Tinker estivesse aqui esse quarto ia ficar vazio, pensou Arnaldo. O rei encontrava-se na cama, deitado, sob um cobertor bonito e aparentemente bem confortável.

- Sua graça, este é... - Começou o Orador.

- Hã... Arnaldo. Arnaldo Odlanra. – Continou Arnaldo.

- Certo... Er... Arnaldo. Ele é médico. – Terminou o Orador.

- Tudo bem, aproxime-se meu jovem. – Pediu o Rei.

Arnaldo se aproximou do rei já o analisando. Estava pálido, aparentemente fraco e cansado.

- Parece tão jovem... Quantos anos tem? – Perguntou o rei.

- 252... - Respondeu Arnaldo.

- Oh! Sim, os Elfos vivem um pouco mais que humanos, é claro. Pode começar...

Arnaldo o analisou melhor, sua pele estava fria e seu olho inchado, sua língua quente e seca... Sua respiração parecia pesada e seu nariz entupido.

- Já entendi. – Falou. – O senhor está com uma doença rara, normalmente é comum em raças esquecidas, como Punpkins por exemplo, mas em humanos...

- Você consegue fazer algo? – Perguntou o Rei.

- Bem, existe uma certa erva ao norte que pode ajudar, bem na fronteira de Elvinand com Yurinoun. Não creio que algum outro pode encontra-la, terei de ir eu mesmo.

- Tudo bem.

- Retorno em uma semana, duas no máximo, até lá alguns sintomas piorarão, mas tomando um pouquinho do chá que deixarei, o senhor sentirá menos dores e menos cansaço. É o que posso fazer até voltar.

- Aguardarei seu retorno.

Arnaldo se retira do quarto junto com o orador, que ficou agradecendo diversas vezes, e dá a ele uma erva meio alaranjada.

- Bata nela até sair uma pequena seiva, coloque uma gota em água e misture com uma colher de açúcar, sempre que o Rei reclamar das dores ou cansaço, ofereça a ele um copo cheio.

- Ok, muito obrigado.

- Agradeça quando eu retornar. E pague também.– Respondeu Arnaldo enquanto pegava seu arco e aljava, que se encontrava no chão.

- Agora... Partiu taverna! – Gritou Little Tinker enquanto se dirigiam para fora do castelo.

- Vou ficar te devendo essa... Temos uma missão.

- Qual é? Tenho cara de quem aceita fiado?

- Você ao menos sabe o que essa palavra significa?

- Significa que vou te rachar no meio se não me pagar. – Gritou Little Tinker já preparando para pegar seu machado.

Arnaldo pega uma moeda de ouro e dá para Little Tinker.

- Por enquanto é só, se completarmos essa missão, você poderá construir uma casa de Hidromel, ok?

- Humpf!

- Vou ao norte agora. Você deve ficar aqui, volto em uma semana.

- E o que eu vou fazer em uma semana?

- Você tem uma moeda de ouro, vá beber. – Respondeu Arnaldo enquanto saia do castelo.

Little Tinker saiu andando meio desajeitado para dentro do reino e entrou em uma taverna um pouco adiante.

Arnaldo foi até um pequeno estabelecimento fora do reino e comprou mais 10 flechas. Uma pequena mochila e comida. Além de um saco de dormir.

Chegou a saída da cidade de Elvinand e olhou para o reino de Elvin que agora se encontrava longe ao sul.

- Espero que a gente ganhe ao menos uma boa arma para cada.

Contos de um taverneiro - Parte um: O resgate do Rei Onde histórias criam vida. Descubra agora