Onde a guerra começou

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A fazenda estava diferente, não haviam patos, galinhas, porcos e até mesmo o casal de avestruzes que haviam ali. Estava cheirando à aromas de pétalas com cheiro de lavanda leve. Sob o céu aberto, havia uma estrutura perfeita para uma cerimônia ao ar livre: Haviam mesas espalhadas pelo gramado de verde forte, nas árvores espalhadas pela fazenda, haviam fotos do casal, gaiolas com ramos lindos de flores azuis e rosas, um varal de mini lâmpadas, cestos de flores coloridas estavam dos dois lados da passarela até a tenda onde os noivos se tornariam marido e mulher. Uma passarela coberta de pétalas brancas e muita flor pelo caminho em contraste com os bancos rústicos e brilhantes de verniz. Um arco volumoso de flores brancas e azuis claro, uma cortina de mini flores e uma mesa rústica de cor marron linda, formavam o lugar onde o casal diria o sim, eu aceito. A natureza com seu pôr do sol envolvente, era sem dúvida o principal elemento de toda a decoração.

A fazenda pertence à família Esteves que é a família de Marina, a noiva. Que nasceu ali e cresceu sob muito amor e cuidado dos pais, aprendendo a amar a natureza e toda sua espécie de vida. Marina é filha única, moça simples e de uma beleza física de chamar a atenção de todos os homens e até mesmo de mulheres. Mas nunca perdeu o chão quando se trata de vaidade...ter os olhos verdes claros, cabelos sedosos e ruivos escuros, apesar de ter 1,79 e pele branquinha e um sorriso largo e iluminado...todos esses atributos não a fizeram perder o chão, pois o lema dela sempre foi NÃO EXISTE PADRÃO. Essa frase a inspirou quando conheceu Dafini uma garotinha negra que foi abandonada por seus pais aos seis anos, nesse momento triste Marina também tinha seis anos e as duas cresceram juntas. Os pais de Marina adotaram Dafini e Marina fez a festa, pois poderia compartilhar momentos altos e baixos com sua nova irmã. Bem, o tempo foi passando, as fases da vida vieram e Dafini sofreu o impacto de estar no primário, no ginásio e até na faculdade, lugares onde se feriu muito com o preconceito por sua aparência. É claro que Marina estava lá em todos esses momentos como uma mamãe leoa pronta para defender sua cria. Certo dia, as duas foram para o farol que ficava próximo a fazenda e lá Marina disse que não existia padrão, que cor, tipo de cabelo e roupas não mostravam o real das pessoas e sim o coração. Neste mesmo dia, Dafini prometeu a Marina que seria uma nova mulher por dentro e por fora.

E dez anos depois, neste dia, Marina estava casando com um rapaz chamado Hércules e Dafini junto de Albert (o irmão de Hécules) seria quem celebraria a união dos dois. Durante a manhã, Marina pensava em como é a vida...pensava em Dafini, na reação dela, com saudades dela, e de poder chorar junto com ela e suas outras seis amigas íntimas que são um pedaço dela também. Pensava também em como foi árdua a jornada desde o primeiro momento em que sentiu seu coração amar Hércules até o dia em que ele a pediu em casamento, depois de oito meses de noivado. Árdua por dizer aos pais que teria de deixá-los para se unir com o homem da sua vida, árdua por passar por momentos em que se dedicaria na escolha de vestido (cor, tecido, bordado, joias), árdua por ter que preparar o lugar, os convites... muita coisa estava deixando-a louca, essa loucura toda nunca fez parte da sua vida. Foi aí que surgiu a ideia do casamento ao estilo ar livre...sob o céu aberto. Ela uniu o útil ao agradável e os gastos seriam menores com uma cerimônia celebrada não por padres, rabinos, pastores, mas celebradas pelos amigos do casal.

Uma semana antes do casamento e até mesmo no dia anterior ao grande dia, chovia muito e Hércules (seu noivo) estava apreensivo, com o pensamento de que tudo seria adiado. Enquanto Marina com seu jeito doce e calmo de ser, o acalmava com palavras positivas, abraços e beijos carinhosos. E olha que deixava o rapaz de 1,88 calminho como uma ovelhinha. Então, no dia do casamento, logo pela manhã, a chuva parou e os outros cinco irmãos de Hércules já estavam com toda a energia secando a grama, retirando os animais e limpando toda a sujeira que os ventos trouxeram na noite de chuva. É claro, que uma hora depois, as seis melhores amigas de Marina chegaram para cuidar dela, da organização e decoração do lugar. Todos estavam se doando ao máximo, pois o início da cerimônia foi planejado para cinco da tarde enquanto houver sol e terminar quando ele se pôr, como Marina e Hércules desejaram: ser banhados pelo pôr do sol. A entrada dela aconteceria no momento em que o sol está se pondo, iluminação mais perfeita não há. Todo o trabalho foi finalizado às três da tarde e o Buffet (a parte da comida) aprovado de acordo com o estilo já estava pronto e posicionado sobre as mesas para depois do sim do casal.

URSOS & DONZELASWhere stories live. Discover now