URSOS & DONZELAS

A VIDA DÁ VOLTAS

A noite estava apenas começando e seria memorável para muitos. Alexandre Brandes saiu de casa com a coragem de se tornar naquela noite o inimigo número um dos irmãos Mollinus. Lá estava ele... alcoolizado, mas ainda sóbrio (Donattella não era a única ...lembram o estado dela ao chegar no casamento?) ...lá estava Alexandre com um andar sem sintonia, os cabelos loiros bagunçados, os seus 1,84 não estavam alinhados, sua camisa de linho cor creme estava com três botões desabotoados, quase aberta por completa e segurando uma garrafa média de vodca...ele se considerava o dono, o maioral, o respeitado, o cara da alameda 76 no bairro da arborizada, onde cresceu junto dos irmãos Mollinus. Seus pensamentos àquela altura estavam contra - mão do bom senso e Alexandre não parava de pensar em vingança. Depois de andar por cerca de quinze minutos, chega bem em frente ao alvo da sua desejada vingança...a barbearia Ursos Mollinus. A barbearia pertence à família Mollinus e desde que Hércules completou dezoito anos, foi posto por sua mãe como dono, mas ainda debaixo do pai. Como cresceu e junto com seus irmãos viu o pai zelar pela profissão de barbeiro com amor profundo, decidiu aprender junto do pai a arte do cortar cabelo. Depois de ter assumido a responsabilidade da barbearia, decidiu trazer os irmãos para montar o time. Apenas Bethoven, o mais novo, não aceitou, mas apoiou totalmente.

E ali estava Alexandre... olhando para a fachada da barbearia cujo letreiro se encontrava apagado em plena sexta-feira, dia dos happy hours na barbearia. Mas estava fechada pelo fato de Hércules está se casando. Esse acontecimento e a sua demissão foram a faísca para acender a vingança de Alexandre naquele instante, ali...parado...com algo tenebroso em mente...incendiar a barbearia.

A música eletrônica continuava na festa pós casamento e todos comentavam o brilho e a alegria viva em Hércules e Marina que estavam frente a frente dançando, indo e voltando para trás com seus corpos, isso tudo de forma rápida conforme as batidas contagiantes.

—Eu te amo minha princesa! —gritou Hércules bem alto para Marina ouvir.

—Como te amo meu príncipe —Marina retribuiu em grito ao seu amado.

Donattella estava odiando tudo aquilo que acreditava ser uma cena de quinta, uma inverdade total.

—Mãe, eu vejo que não queria estar aqui. Onde está sua alegria pelo meu irmão? —disse Calvin tentando ser ponte entre Donattella e Hércules. —É muito precioso esse dia pra ele...sério mãe.

Donattella terminou de ouvir as palavras do seu filho e friamente se levantou, acendeu um cigarro e foi para a parte da fazenda onde os animais ficaram presos.

—Ela não te escutou não é? —disse Elvis ao chegar —Eu disse que seria mesmo perda de tempo. Ela está em chamas ainda. Vai acabar se queimando se continuar dando ibope pra ela.

—Meninas, sabe de uma coisa? —disse Melissa —chegou o momento bafo onde nós madrinhas e padrinhos dançarão no embalo da eletrônica.

—Bafão mesmo! — enfatizou Brenda

—É isso mesmo meninas, chegou nossa vez brilhar —disse Hellen

—Vou fazer sinal pra Marina. —disse Melissa

Enquanto isso Bethoven, Caruso e Albert comentavam sobre as amigas de Marina

—Cara, essas madrinhas de casamento estão umas gracinhas. —comentou Bethoven segurando um copo com energético e olhar penetrante nas meninas

—Opa...sinal amarelo acendeu. —disse Caruso com risadas.

—Se eu tivesse um pingo se quer de algo chamado coragem, já estava conversando com uma delas. —falou Albert em tom de humor