Casa.

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Aquele homem estranho me guiou pela floresta a dentro, segurava fortemente meu braço ao ponto de o fazer doer, estava com medo e confusa com tudo que tinha acontecido, ele feriu meu pai sem dificuldade alguma, este homem é bom de luta e muito perigoso, estava com medo dele, mas não queria dar o braço a torcer, serei corajosa era isso que eu queria ser.
A paisagem ao redor era linda, tudo verde conforme nos aprofundavamos mais sobre a imensidão da floresta, tudo tão natural, minha primeira vez de verdade dentro de uma floresta, a única coisa ruim que eu estava com um homem doente bem diante dos meus olhos, mas é questão de tempo até me livrar dele, ele não pode me prender será difícil demais me manter presa.
-Chegamos.
Ele disse e logo olhei a frente avistando uma linda casa de madeira de dois piso, tão bonitinha e arrumadinha, tinha uma varanda pequena com uma rede e uma espreguiçadeira, tão lindo imagino como é o interior da casa, porque nossa... esse homem entende de beleza porque nossa, que casa linda.
-Entra.
-Me obriga. -respondi sem pensar, minha situação não estava muito boa, pra ajudar respondo desse jeito?
-Entre por bem ou mal.
Por algum motivo suas palavras me fizeram querer desafia-lo, mas opinei por não e andei até a porta da casa parando logo de frente com ela.
-Está trancada? -disse em sarcasmo.
-Não está, entre agora.
Eu me segurava pra rir mesmo sabendo que minha situação era a pior possível, já passei por tanta coisa que nem estou com medo, sei me defender um pouco e este "homem lindo" não me assusta nada.
-Sabe, por que não abre pra mim? -do nada ouvi um tipo de rosnado atrás de mim como protesto, aquele som me deixou preocupada não vou negar.
-O que foi? Não é cavalheiro? -não ouve resposta novamente.
-Tá bem cavalheiro eu abro sozinha, os homens de hoje em dia não tem delicadezas.
-Entra na casa agora.
De repente ouvi sua voz aguda e firme me ordenando, senti um calafrio, meu subconsciente avisava "perigo" direto, qual o problema deste homem? Quase mata o meu pai e acha que vou deixar barato pra ele? Se engana.
-E se eu não quiser entrar? -resolvi desafia-lo.
-Te obrigarei a entrar. -o escutei logo atrás de mim, logo me preparando para qualquer movimento brusco que ele fizesse.
-Então me obrigue porque eu não quero entrar.
-Entendido fêmea.
Senti suas mãos me agarrarem pela cintura, de imediato reagi o dando um chute no estômago assim que ele me virou, ele amoleceu suas mãos ao meu redor, mas não soltou assim me fazendo reagir novamente, só que desta vez empurrei minha mão como um tapa no seu gogó, que desta vez o fez cair, o ouvi rosnar como um animal, mas passando por ele nem liguei quando o sinto me segurar novamente, "este homem não desiste?" tentei revidar novamente, mas desta vez foi inútil seu aperto estava muito forte, ele segurava os meus braços assim não conseguia reagir, "quem é este homem que não cai?" estava confusa, normalmente um tapa com força no gogó de um homem o derruba de imediato tirando o ar dos pulmões, então como ele esta de pé? Quem é este homem?

Tentando reagir eu me debatia em seus braços, mas parecia que tudo que eu estava fazendo era inútil, ele não me soltava, sua força era absurda e isso estava começando a me assustar, como um único homem poderia ter tanta força assim? Não era possível, percebi que ele era bom de briga e perigoso, mas pra não cair com um tapa forte no gogó ele não poder ser normal, fora de cogitação, não é possível.

-Você conseguiu me enfurecer docinho, espero que esteja feliz agora. -o escutei rosnar novamente, ele me passava uma aura de perigo, que arrepiou todos os pelinhos de meu corpo.

-Como pode estar de pé?

-Como assim? Fala da sua agressividade? -senti sarcasmo na sua voz que de imediato me deixou furiosa.

-Você é um babaca sequestrador.

-Você é uma fêmea agressiva e determinada, gosto muito disso.

-Vai a merda seu cachorro desgraçado.

-Não sou nenhum cachorro meu docinho, não confunda, eu sou diferente.

-Não quero saber seu merda.

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