Capítulo X

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— Faz trinta e oito dias que estamos aqui. — Lucy murmurou pensativa.

— O tempo parece passar tão rápido quando estamos com eles. — Noah deu um sorriso triste. — Quero que seja para isso que retornemos no futuro.

— E se tudo isso der errado, Noah? E se o papai ainda decidir ir para Bradford naquela noite? — Lucy suspirou, não gostando de pensar na possibilidade de um fracasso em seus planos para salvar os pais.

— Temos de acreditar que não acontecerá, teremos de ter fé, nenhum de nossos cálculos ou estatísticas poderão nos responder sobre isso. — Noah falou.

Lucy se encolheu mais no canto do sofá onde estava sentada, seus olhos indo para a parede próxima a janela que permitia acesso para a sacada, onde se encontrava Jay, o mesmo tinha suas pálpebras fechadas e feixes de luz azul o rodeavam esporadicamente, um sinal claro de que estava no processo de absorção das energias dispostos em suas cápsulas de alimentação.

— Você está preocupada. — Noah observou  ao olhar a irmã.

— Tudo que estamos fazendo está o desgastando, ele está precisando cada vez mais de energia, a cibernética deste tempo não é próximo de nem um terço do que desfrutamos no futuro, temo que caso ele precise de algum reparo, não serei capaz de ajudá-lo. — Lucy suspirou.

— Jay ficará bem, ele é resistente.

— Ele não é um robô desenvolvido para suportar viagens no espaço-tempo.

— Nem nós mesmo somos, mas todos estamos aqui, acredite que tudo dará certo. — Noah buscou tranquilizar a irmã.

— Gostaria de ser tão positivo como você é, sério, eu apenas não consigo afastar o medo das falhas tão longe assim para conseguir trazer esse positivismo em mim. — Lucy murmurou.

Noah bagunçou seus cabelos, ficando pensativo por um breve momento.

— Se não pensarmos em um lado bom, simplesmente não há determinação para ser esforçar ao máximo em algo, o nosso lado bom aqui é salvarmos nossos pais futuramente. — Noah disse. — Nada mais que aconteça importa.

A garota olhou o irmão por alguns segundos, estudando-o atentamente em busca de algo errado com o mesmo, pela maneira profunda com a qual suas últimas palavras soaram havia algo errado, mas Lucy não conseguiu identificar nada, decidindo deixar passar, ela era boa em ler pessoas então optou por não pressionar o irmão em algo que pudesse deixá-lo desconfortável, não era momento para isso.

— Temos de pensar em quando teremos de retornar e como faremos isso, somos incapazes de recriar nossa máquina aqui. — Lucy falou.

— Estou pensando em algo sobre isso, vamos tentar não sufocar nosso tempo com nossos pais pensando em como sair daqui. Okay? — Noah esperou que a irmã concordasse.

Lucy deu um suave aceno ao irmão.

Passos soaram do corredor e um Zayn com a cara amassada de sono apareceu na sala.

— Como é possível estarem acordado tão cedo? — Zayn perguntou descrente.

— Apenas dormimos cedo ontem à noite. — Lucy respondeu ao pai com um sorriso.

— Vocês já comeram?

— Não, estávamos sem fome e decidimos esperar por você. — Noah respondeu.

— E Jay? Ele está bem? — Zayn perguntou com a voz preocupada ao olhar para onde Jay estava.

— Ele está apenas se recarregando, em poucos momentos estará concluído. — Lucy explicou.

Kashmir (AU! Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora