101| pov

1.2K 41 29
                                    

hayes.

Eu tava estático em frente à porta dos Moretz, só esperando alguém vir abrir. Minhas mãos suavam e meu coração palpitava de nervoso.

Eu sentia a história se repetindo uma vez mais e pra variar eu acabava vindo reconfortar a garota machucado pelo meu irmão. Antes a Ashley, agora a Clary, só Deus sabe quem virá a seguir. Talvez seja coisa de nome, sei lá, ambas terminam na letra "y" e é como meu amigo sheriff Stilinski diz; um é incidente, dois é coincidência, três é o padrão e quatro o suficiente para um mandato. E como não posso largar o Nash na prisão por quebra de coração, tenho que esperar até que ele vire serial killer.

"Oi." Vi uma mulher abrir a porta. Seus cabelos eram idênticos aos da minha melhor amiga, castanhos e lisos, pra não falar nos traços físicos, aí era só botar alguns anos na Clary que pronto tava igual.

"Ah oi." Sacudi a cabeça me livrando dos pensamentos. "Meu nome é Hayes, e vim aqui pra encontrar a Clary. Ela tá?"

"No quarto." A mulher apontou pro andar de cima e me deixou entrar. "Droga, não tenho nada pra oferecer. Aceita água?"

"Claro, adoro água." Forcei um sorriso.

Esperei ela ir a algum lado, talvez a cozinha, e pouco depois voltou com um copo de água. É, ela não tava de brincadeira mesmo.

"Vem, eu te levo lá."

Segui ela pelas escadas enquanto fui observando tudo à minha volta. A casa não era tão grande como a minha, mas não deixava de ser uma grande casa. Nem sei se isto fez sentido algum, tô demasiado nervoso pra pensar.

"Querida, o Hayes veio te ver." A mãe dela abre a porta do que me parece ser o seu quarto e eu fico ainda mais estático.

"Que porra é um Hayes?" Clary arrasta as palavras distraída com o verniz das suas unhas.

"Ela tomou alguns compridos pra se acalmar." A mulher explica ao ver a minha faceta de confuso. Assinto. "Você pode entrar, eu vou tar lá em baixo."

"Obrigado." Falo.

A porta é fechada atrás de mim e eu concentro-me na garota deitada em cima da cama. Ela vira seu rosto pra mim e eu posso ver as olheiras por baixo dos olhos e a pele pálida. Droga, ela tava horrível.

"O que faz aqui?"

"Vendo se você tá bem." Explico sentando na cama.

"Nunca tive melhor." Ela sorri se chegando mais a mim.

Vejo o frasco de comprimidos pousado na cabeceira e o pego pra ler o rótulo. "Minha mãe tomava isso quando tava em depressão..." Falo pra mim mesmo e ela ri, caindo na cama. "Aposto que você não diz 'O peito do pé do pai do padre Pedro é preto' dez vezes."

Clary revirou os olhos com tédio. "O peito do petro..." Tal como eu esperava. "O peu..."

"Você tá tão chapada..." Suspiro, colocando os compridos de novo na cabeceira. Ela ri mas logo fica séria de repente. "Clary?"

"Peito..." Ela diz. "Eu vi o peito."

"Que peito, Clary? O que você viu?" Tento arrancar informação dela mesmo que parecesse um caminho sem saída.

"Melissa..." Responde. "Melissa lambeu o peito do-"

"Nash?" Adivinho e ela me olha, surpresa. Provavelmente inconsciente demais pra lembrar que já todos sabiam da cena. "É, eu sei. Sinto muito."

"Porquê?"

"Você não merecia que eles tivessem feito isso." Eu ainda iria dar um bom puxão de orelhas naquele idiota que tenho de chamar de irmão.

"Tudo bem." Clary esconde o rosto nos braços. Segundo sei, falta pouco pra ela entrar num sono pesado e só acordar amanhã tal como acontecia à minha mãe na hora da medicação.

"É melhor eu ir indo." Falo já me preparando pra levantar.

"Não." Ela me olha. "Fica."

"Ficar? Você quer que eu fique?" Franzi a testa. Isso era novo.

"Fica." Ela ri e senta-se na cama toda inocentezinha mexendo no meu cabelo. Fecho os olhos com a sensação. "Por favor."

Não tinha como esconder, eu ainda era apaixonado pela Clary. Eu gostava dela desde a quinta série, bem antes do Nash sequer reparar que ela existia. Mas ela nunca deu conta. Pra ela eu não passava de um simples amigo que tava sempre na sombra pro que corresse mal. Eu ficava sempre lá, lhe dando os melhores concelhos que sabia mesmo que nunca tivesse passado por metade do que ela me contava.

Eu nunca fui de viver muito, arriscar e esperar pelo que vem, eu sempre tenho tudo planeado, tudo do jeito que eu quero. Por isso que as pessoas dizem que eu e o Nash somos completamente o oposto, mas será que se eu me comportasse como badboy a Clary gostaria de mim? Nunca iria saber.

"Fica, Nash. Eu sinto a sua falta." Ela arrasta e logo uma onda de desilusão cai em mim.

Claro que nada daquilo era verdade, ela era apaixonada por ele. Eu tinha que aceitar que não a podia ter, ponto final.

"Tô indo."

----------------
sei o que vão dizer e putzzz eu quero mesmo deixar uma marca de teen wolf aqui pq essa série me marcou mesmo

não achem que é plágio até pq essa foi a última intervenção na fic (tamos chegando na reta final lovers)

xx Buhh

Cool Kids Onde histórias criam vida. Descubra agora