Mais uma noite

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     Mais uma maldita noite naquela rua. Mais um maldito dia. Meu estômago ronca e sinto sede.
     A três dias não como nada descente, e de novo, penso na ideia de voltar para casa. Sinto um calafrio. Não, não vou voltar. Não vou trocar um inferno por outro pior. Ainda está na minha mente os gemidos nojentos  daquele monstro. Sim, é oque Derek Blanders é. Um estúpido monstro que eu amava como se fosse meu pai. Como ele pôde? Ele me  levava ao parque quando eu era criança, ele me empurrava no balanço, ele comprava tudo que eu pedia. Até que... eles se foram. No começo eu estava muito deprimida, mas fiquei feliz de morar com meu tio, ele me conhecia desde que nasci.... até que um dia, quando eu saia do banheiro só de toalha, e encontrei ele sentado em minha cama, dentro do meu quarto.
     -Olá, querida.-disse meu tio, com seu tom carinhoso de sempre.-você fica cada dia mais bela.
     -Hum... obrigada tio. Você poderia me dar licença? Preciso me trocar.-eu respondi, um pouco desconfortável com seu olhar para meu corpo.
     -Olha esses seios...-ele disse, me surpreendendo.-tão grandes, com um aspecto tão macio... você é muito nova para ter um corpo assim, sabia?
     Olhei para ele pasma. Ok, sempre fui pernuda, bunduda e peituda (por isso mesmo, já recebi vários convites para seguir a "profissão" mesmo estando a apenas 3 dias nas ruas), mas ele nunca tinha falado comigo daquele jeito, com lascívia no olhar.
      -tio eu...
      -tire a toalha.
      Não me mechi, por causa do choque. Ao perceber isso, Derek pegou uma faca escondida atrás dele, se levantou rápido e veio em minha direção, me agarrando e colocando o metal em meu pescoço.
       -tire agora, ou eu vou arranca-la de você.-sussurrou em meu ouvido.
       Tirei a maldita toalha, ficando nua. Nunca olhei para meu tio com mais que amor de sobrinha, mesmo ele sendo um homem grande, muito bonito e inteligente. Mas não era um olhar de tio que eu via em seus olhos... era olhar de homem. De  homem vendo uma mulher que deseja.
       -Deite na cama. Agora.
      Obedeci, tremendo. Ele veio em minha direção e colocou a faca no criado mudo ao lado de minha cama de casal, e começou a desafivelar o cinto da calça. Assisti a tudo horrorizada, enquanto ele a abaixa e seu membro ficava extremamente evidente na cueca. Ele estava excitado. Excitado com meu medo.
       - Eu sei que você é virgem, mas se você gritar, Elenna, meu pau não vai ser a única coisa que vou enfiar dentro de você, entendeu?
       Estremeci outra vez, e acenei com a cabeça. Eu sabia que ele estava falando da faca.
      -Ótimo. Tentarei ir com calma no começo, para não te machucar muito. Não grite. Eu preciso disso entendeu? Talvez você até goste. Abra as pernas.
      Eu as abri lentamente. Eu estava com medo. Muito medo. Mas o pior, era que uma parte de mim estava querendo aquilo. Tenho nojo de mim.
      -Que bocetinha linda e virgem... Abra mais.
      Eu obedeci. Derek subiu em cima de mim e lentamente, me penetrou. Doeu, e eu quis gritar. Como se adivinhando oque eu ia fazer, ele colocou a mão em minha boca, a tapando.
      -Shh... logo vai passar.
      E passou mesmo, um pouco depois. Enquanto ele aumentava a velocidade, eu senti várias coisas. Prazer, nojo, raiva, vazio. Era bom sim, eu tenho que admitir. Mas ele é meu tio. Um homem, um pai. Ele não podia fazer isso comigo.
     Ele gemeu muito, e notei que ele ia com mais força perto de seu clímax. Então ele gozou. Relaxou. Depois saiu de cima de mim satisfeito.
     -Eu disse que talvez você gostasse...
     -Saia daqui, agora!-gritei, querendo mata-lo.
     -tudo Bem, volto depois docinho.
      Ele pegou suas coisas e saiu de meu quarto, me deixando sozinha, enojada e triste, na companhia apenas de minhas lágrimas, que desciam em abundancia.
      Ao lembrar que ele fez isso por 1 ano inteiro, quase todas as noites, me dá ânsia de vômito. Mas talvez o monstro nem seja tanto ele... talvez seja eu, por secretamente ter gostado, algumas vezes.

O destino me deu você Onde histórias criam vida. Descubra agora