Afrodite estava cansada, a sessão de fotos que havia organizado a deixou completamente esgotada e pra melhorar o bendito do seu ex havia aparecido na sua porta, suplicando ajuda e com um bebê a tiracolo. Tudo que a jovem fotografa conseguia se perguntar era: "Mas no que será que esse ser se meteu agora?" Estavam sentados um de frente pro outro já fazia mais ou menos uma meia hora. O bebê que antes estava risonho, agora dormia no colo do rapaz. Decidida a esclarecer as coisas, foi ela quem quebrou o silêncio.
- Collins, o que você veio fazer aqui? E da onde saiu esse bebê? - Questionou ela e Peter viu que já não havia mais escapatória, teria que contar tudo a ruiva. Afinal, ele precisava da ajuda dela e talvez aquela criança fosse à chance de pelo menos poder voltar a ser amigo da mesma.
- Odeio quando me chama de Collins. - Resmungou ele, - Dite, eu...
- Não me chame assim, - Disse ela interrompendo-o. - você perdeu esse direito. Não somos amigos e não temos intimidade.
- Desculpa. - Murmurou ele cabisbaixo. - Afrodrite, esse menino é meu filho. - Peter não soube dizer qual foi à reação da mulher que estava na sua frente, Afrodite sempre fora muito boa em esconder o que passava em sua mente. Aproveitou o silêncio da mesma e decidiu continuar sua história. - Aparentemente, Clara engravidou de mim, teve esse bebê e o deixou na minha porta dentro de um bebê conforto com apenas uma carta.
- E quando foi isso? - Perguntou ela.
- Há uma semana, inclusive já fiz até o DNA e registrei o menino. - Respondeu ele, ajeitando o menino no seu colo para que o mesmo ficasse mais confortável. - Estou acabado, a minha vizinha a Sra. Mills me ajudou um pouco, porém não sei o que fazer.
- Não estou entendo aonde você quer chegar Peter. - O problema de Afrodite não era entender. A ruiva havia entendido tudo. O problema dela era o que o rapaz de intensos olhos verdes estava querendo dela e se fosse o que ela estava pensando, não saberia o que fazer.
- Afrodite, pelo amor de Deus. Me ajuda com esse bebê. Eu não sei ser pai e não posso fazer isso sozinho. Eu te imploro, me ajuda. Não tenho a quem recorrer. - Murmurou ele desesperado e um tanto apreensivo, não sabia o que esperar da ex-noiva.
De fato, Peter Collins não tinha a quem recorrer. Os pais haviam morrido em um acidente de carro quando o mesmo ainda era pequeno, foi criado e orientado pela tia até se formar em arquitetura e poder assumir os negócios da família. Não tinha irmãos e sua tia estava do outro lado do pacifico aproveitando um cruzeiro. Seu melhor amigo, um rapaz chamado Christian, estava passando um tempo na Inglaterra. E por mais que a ideia lhe parecesse doida, sua única opção, era a pessoa que havia dito que nunca mais queria ter qualquer tipo de contato com ele. Se Afrodite não quisesse lhe ajudar, ele estaria perdido de vez.
- Me dê à carta.
- O que disse? - Questionou ele sem entender.
- Eu disse: me dê a carta. - Respondeu ela. - Quero ver o que aquele projeto de ser humano escreveu. - Dito isto, a ruiva foi em direção ao homem, tomou o bebê em seus braços para que o mesmo procurasse o papel na bolsa do mesmo.
Não tinha como não notar a semelhança entre os dois, os traços no rosto do pequeno, a cor dos cabelos tão loiros quanto os do pai e os olhos, que apesar de estarem fechados, no momento em que o menino esteve acordado, ela pode notar que eram de um verde esmeralda tão peculiar que só um Collins poderia ter. Estava perdida em pensamentos e distraída analisando o bebê que tomou um susto ao sentir as mãos de Peter tirando a criança de seu colo e lhe entregando a carta que a suposta mãe da criança havia deixado.
“Peter,
Sei que isso não é coisa que uma mãe faça, mas fique ciente que já foi muito eu ter levado essa gravidez até o final. Tenho consciência que estraguei sua vida e me arrependo, mas não posso voltar atrás. Esse menino lindo é seu filho e peço que não exite em aceitá-lo na sua vida, sei que pode cuidar dele melhor do que eu faria, até porque não quero que o menino cresça com o péssimo exemplo de mãe que obviamente serei.
Cuide dele, apesar de estar deixando-o na sua porta, faço isso pois quero o melhor pra essa criança que não tem culpa da mãe maluca e irresponsável que tem.
Com carinho,
Clara.
P.S: Ele tem apenas vinte dias de vida, não o registrei e nem ao menos lhe dei um nome. Achei que você gostaria de fazer isso.”
Afrodite estava pasma. Sabia muito bem que Clara não valia nada, afinal o pivô do fim de seu relacionamento com Peter havia sido a falsa amiga e bom, o bebê era a prova viva da traição. Mas, em sua vida, jamais imaginou que alguém poderia chegar a esse ponto. “Pelo menos a piranha teve a decência de admitir que é irresponsável.” Ela sabia que o que estava para fazer iria virar sua vida de cabeça para baixo, porém não podia deixar o pequeno com um cara que não fazia ideia do que era uma fralda. Respidou fundo e começou a falar:
- Eu vou te ajudar a ser um pai pra essa criança, porque ele não tem culpa de ter tido uma mãe irresponsável e um pai que nem sabia de sua existência. - Disse ela. - E tem mais Peter, sem contatos físicos ou emocionais entre nós dois, não pense que o fato de querer te ajudar significa que eu tenha te perdoado.
- Muito obrigado, Afrodite. - Disse ele visivelmente aliviado. - Não sabe o quanto estou grato. Vou fazer de tudo para me tornar um bom pai. Me apaixonei por ele assim que o vi.
- Imagino, ele é apaixonante mesmo. - Disse ela abrindo o primeiro sorriso, desde o momento em que haviam começado a conversar. - A propósito, você mencionou que já o registrou. Qual nome deu ao bebê?
- Barry Allen Collins. - Respondeu ele sorridente e Afrodite caiu dura no sofá.
- Peter, isso é serio?
- Claro que é!
- Eu não acredito que você deu o nome do Flash para o seu filho! Tem noção do bullying que essa criança vai sofrer quando entrar na escola? - Perguntou ela em tom claro de reprovação. - E outra coisa: Allen é SOBRENOME.
- Ele não vai sofrer bullying! - Rebateu ele. - O Flash é o melhor super herói da DC Comics, ele vai é se orgulhar. E Allen ficou muito melhor como segundo nome.
Afrodite apenas balançou a cabeça em sinal de negação. Estava claro que teria um longo trabalho com Peter para tentar colocar um pingo de noção sobre o que era ser pai na cabeça dele.
-----//----
Espero que gostem, essa idéia veio do nada e bom estou amando escrever.
Tentarei postar sempre três vezes por semana.
Beijos!
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Repente PAI
RomanceO que você faria se um bebê fosse deixado em sua porta? No caso de Peter Collins, ele procurou sua ex-noiva Afrodite Müller. "- Eu vou te ajudar a ser um pai pra essa criança, porque ele não tem culpa de ter tido uma mãe irresponsável e um pai que n...