Fui atender a porta. Mas quando eu cheguei lá não era que eu esperava. Pelo menos não agora. Por que ele não fazia isso no ano passado?
Isso mesmo, Patrick estava na porta da minha casa com um sorrisinho quando me viu "arrumada".O que ele queria? Quando estávamos no colégio só aparecia na minha casa arrastado por outras pessoas, seja para fazer trabalhos ou apenas umas sociais. E agora, quem diria, a minha paixãozinha "passada" estava na porta da minha casa e eu sem conseguir responder o seu Oi por ter me distraído.
- Olá mocinha, não vai falar nada? Vai me deixar plantado na porta? - ele deu uma risadinha e me abraçou, como cumprimento.
Que isso?! Pegadinha?
- Oi Patrick, o que está fazendo aqui? - ri um pouquinho para não soar grossa e dei espaço para que ele entrasse.
- Estava passando por perto e me deu vontade de vir falar com você. Éramos mais próximos sabia? - jura querido?! Até eu desejar mais que tua amizade e você não estar nem aí.
- Ah sim. Acho que é só por conta da correria, e como não temos mais aula todos os dias fica difícil né - dei uma risadinha sem graça. Por que tantas risadinhas?
- Entendi. Está toda arrumada, vai sair? - Vamos dar um troféu para esse "adivinhão".
Não sei se digo onde vou e com quem vou, ou se eu apenas respondo que sim. Droga. Não sei como agir com ele. Tinha que ser logo hoje?
Antes que eu pudesse responder, a campainha toca de novo. Esse dia só está começando.
Sem responder Patrick, fui atender a porta. E adivinha só, o Gabriel chegou. Foi eu abrir a porta um pouco mais do que deveria que o Patrick colou atrás de mim para ver quem era. Ótimo, cada vez melhor.
- Oi Lisa. - Gabriel me disse meio seco. A verdade é que ele disse meu nome, mas não era para mim que estava olhando. Como assim? Cadê a atenção de alguém que vai sair com você?
- Oi Gabriel - sorri para ele - esse é meu amigo Patrick, estudávamos juntos.
Por alguns segundos achei que ele não tinha me ouvido, mas ele saiu do seu transe e entrou quando o convidei para entrar. Teve uma troca de olhares bem intensa entre os dois, e sinceramente eu nem sei o que pensar. Minha cabeça estava bem confusa. Até que Patrick me tirou dos meus pensamentos.
- Acho que isso responde aquela minha pergunta. Bom, estou atrapalhando, então já vou embora, mas a gente se vê Lisa. - e antes que eu pudesse reagir ele me deu um abraço demorado e um beijo de tchau. Ok, o que está havendo com esses dois?
Disse tchau a ele e quando fechei a porta me virei novamente a Gabriel, que parecia mais tranquilo do que alguns minutos atrás.
- Eu não sabia que ele ia aparecer, mas acho que isso não atrasou nossos planos. - disse para cortar o clima estranho.
- Claro que não. Marquei horário com uma ótima guia, não posso perder a oportunidade de ver as belezas da cidade, e as dela. - ele disse deixando um sorriso fofo no rosto. E como ficava lindo daquele jeito. Não pude evitar e fiquei um pouco vermelha pelo que ele disse.
- Que bom, gosto de ajudar a vizinhança. - eu disse mudando de assunto, já que eu não sabia o que dizer.
Depois de uns segundos só sorrindo um para o outro me toquei que estava na hora de irmos. Peguei meu celular, coloquei no bolso e saímos.
(...)
Caminhando pelo centro da cidade a noite tudo parece estar ao nosso favor. As luzes iluminam nosso caminho, não há muitos carros, apenas pessoas andando assim como nós e observando o céu escurecer cada vez mais, dando espaço para as estrelas brilharem e embelezarem mais a noite.
Já passamos pela avenida que é cheia de lojas. Gosto de ir lá e analisar o movimento, e ele estava atento, assim como eu, em tudo ao nosso redor. Mostrei as minhas lojas favoritas e contei algumas histórias que passei por lá com os meus melhores amigos. Ríamos e conversávamos como se nos conhecêssemos a anos.
Passamos por uma praça onde fica o melhor hot dog da cidade. Tinha desistido da pizzaria , já que era para conhecer a cidade, não poderia deixar esse lanche passar, e confesso que foi engraçado ver ele se atrapalhar todo para comer e não se sujar, diferente de mim que já não me importava em estar derrubando metade do meu lanche.
E agora chegamos no ponto final do passeio, estamos em frente à fonte dos desejos, que além de bem iluminada, está linda ao modo que lança a água, e me faz pensar em todos os milhares de desejos que recebe todo dia e as moedinhas no fundo são as provas disso.
Sentamos em um banquinho que fica ao redor da fonte e um silêncio paira sobre nós, pela primeira vez em todo o trajeto, talvez ele esteja perdido em pensamento, como eu. Mas não demora muito até que ele se pronuncia.- Acho que entendo por que você gosta desse lugar. - ele diz olhando para fonte e em seguida se direciona a mim.
- Por que? - pergunto e percebo que ele parece estar enxergando além dos meus olhos enquanto me analisa.
- É calmo, o som da água caindo deixa nossos pensamentos fluírem mais rápido, e além disso, simboliza a esperança de cada pessoa que deixa uma moeda e um pedaço de sua história. - ele diz calmo, mas não mais me observando, e sim nosso redor.
Gosto do modo como ele conseguiu perceber isso e tem o mesmo sentimento que o meu ao estar aqui.
Sinto que demoro um pouco para lhe responder, mas o repondo.
- A cada dia que passa uma nova pessoa vem em busca de acabar com seus problemas, de vencer seus medos, mesmo que seja buscando por um milagre. Acho que vir aqui me acalma, por que sei que não sou a única a ter medos. - não entendo bem o motivo, mas estou me abrindo para ele, mesmo que não completamente.
Ele se vira novamente para mim e agora vejo um brilho em seus olhos que não sei dizer o que significa, talvez paz interior, admiração, confusão, é difícil dizer.
Quando achei que ele responderia, ele se calou, ficou apenas pensando, mas não por muito tempo.
Ele me olhou novamente mas agora foi diferente. Afastou a mecha do meu cabelo, que insistia em sair de trás da orelha, e me olhou nos olhos, meio que me pedindo permissão e não me movi, apenas esperei.E então ele tomou meus lábios com os seus, num beijo calmo e doce. Enquanto uma de suas mãos ainda estavam pousadas em meu cabelo, a outra chegou a minha cintura e me puxou mais para si. E quando percebi já estava entregue ao beijo, com uma das mãos em seu peito e outra indo de encontro a sua nuca e acariciando seus cabelos.
Seu beijo me abalava de uma forma nova, como se me protegesse ali e me fizesse esquecer onde estou e que a única coisa que importa era continuar ali.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Conhecendo o Amor
RomanceLisa acaba de terminar o Ensino Médio, e espera que junto com ele, seus sentimentos por seu colega Patrick também acabem. Mas ela não sabe que tem algo muito mais interessante prestes a acontecer. Ela vai descobrir que há um sentimento que vai além...