Conhecendo o Amor

1. Novo começo

Era apenas mais uma noite comum, em que eu olhava pela janela do meu quarto em busca de um refúgio, mas era como se eu não estivesse ali. Eu não estava realmente focada na vista, era como viajar nos meus próprios pensamentos. Só conseguia pensar nele, o garoto que faz com que meu coração acelere a cada vez que o vejo, e estava cada vez mais difícil me esquivar dessa situação. Não consigo evitá-lo. E sei que ele nunca pensou em mim da mesma forma que penso nele. Triste pensar que talvez as coisas se manteriam assim para sempre, ou até o momento em que eu fosse embora. Mas hoje eu estou decidida a esquecê-lo e ele não terá mais esse poder sobre mim.

Minha amiga Lola já havia me dito várias vezes, que a vida não acaba com o fim do ensino médio, ela se inicia, e que eu conheceria muitas pessoas ainda. Sou jovem e ainda tenho muito a viver. Mas como saber se sentiria a mesma coisa novamente, ou melhor, que seria recíproco dessa vez?
E foi pensando nisso, e em muitas outras situações que passei na escola, que acabei adormecendo.
No dia seguinte estava decidida. Não iria correr atrás de Patrick, ele sempre quis apenas minha amizade, e olhe lá, por que na maioria das vezes era por interesse próprio.

Hoje seria um novo dia, meus pais e eu íamos para nossa casa no lago. E sabia que essa seria uma boa deixa para pensar em outras coisas, afinal, mesmo que seja apenas eu e meus pais, e isso faça com que me sinta solitária às vezes, eles me proporcionavam os melhores momentos da minha vida, e nossa relação sempre foi muito aberta, já que confio totalmente neles para tudo.

E depois de um dia divertido, cheio de jogos, lanches, pesca, e conversas, fui me deitar, após dar boa noite aos meus pais. Logo, notei que o dia tinha sido diferente, como havia prometido a mim mesma, não pensei nele. Só queria saber o que esse ano me reservava.

(...)

O Natal e o ano novo já haviam passado e meus amigos, Lola e Fellipe estavam quase voltando de suas viagens. Confesso que gostaria de ter ido viajar, mas como meus pais não puderam tirar férias, aproveitei o máximo com eles nos finais de semana.
Não via a hora da chegada deles, e eu estava ansiosa, já que Lola me mandou mensagem logo pela manhã avisando que estava voltando e de Fellipe, a quase 30 minutos, de que voltará amanhã. Estava uma pilha de nervos querendo fofocar com eles sobre suas férias malucas, então decidi sair para caminhar e passar o tempo.
Ainda eram 14hrs da tarde e eu poderia aproveitar para comprar um sorvete na nova sorveteria do centro, que aliás estava sendo super bem falada pela vizinhança.

No caminho estava totalmente desligada apenas aproveitando o que a natureza tinha a me oferecer. O sol unindo-se ao vento fresco e as árvores ao redor da avenida, formando uma linda passarela. Até que avistei a sorveteria, e não via a hora de saber o que era tão especial naquele sorvete.

A decoração era uma das melhores que já tinha visto pelas lojas da vizinhança, tinha um aspecto retrô, mas sem deixar de lado alguns luxos. Fui logo escolhendo os sabores, e eram tantos! Já estava vendo a pesagem no final me levando a falência.

Depois de dúvidas cruéis, tinha montado o sorvete no cascão da forma que eu queria, e fui em direção ao caixa, para pesar e então, pagar. Mas congelei quando vi o funcionário. Nunca tinha o visto pela vizinhança, e com certeza me lembraria se esse encontro tivesse ocorrido.
Ele era alto, cerca de 1,80m, seu cabelo era castanho, mas com as luzes, refletiam alguns fios loiros, além do seu olhar penetrante. Aqueles olhos pretos profundos, que de alguma forma encara-los me fez entrar em transe.
Depois de alguns segundos congelada como uma retardada, consegui responder o seu boa tarde, que também me distraiu por conta da sua voz marcante.

Fiz a pesagem, e como imaginava, lá se foi todo o dinheiro que tinha levado. Paguei pelo sorvete, agradeci e fui embora, antes que me perdesse e me atirasse para aquele desconhecido.
Quem será que era ele? Precisava descobrir e eu faria isso com certeza quando Lola e Fellipe chegassem.