09

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— dia 09: grave algo que te deixa triste.

(é possível ver uma parede branca e uma escrivaninha encostada nela)

— isso te deixa triste?

(uma voz fraca é ouvida)

— é claro, bebê.

(a outra voz é grossa. parece saudável)

— você está mentindo.

(a câmera se vira para o garoto pequeno. deitado, embaixo de vários cobertores)

— por que eu mentiria?

— você ta me gravando enquanto eu pareço um pedaço de lixo... você não me parece triste.

(zoom é dado no biquinho do garoto)

— você é o pedaço de lixo mais bonito que já vi.

(o garoto ri)

— você já viu o lixo da vizinha? os sacos são coloridos. eu me pergunto onde ela comprou aquilo.

(o garoto sai do foco. a câmera é posta de mal jeito em cima da cama)

— se você vestir aquela camisa rosa vai ficar bem parecido, não?

(é possível ver os braços do maior em volta do corpo pequeno)

— você não está triste e me odeia.

(o maior ri)

— e você é lindo.

(o garoto pega a câmera novamente. os dois estão no foco)

— por que você ta me gravando?

(o tom de voz era urgente)

— porque você 'ta todo manhoso.

(o menor faz um biquinho e esconde seu rosto no peito do outro)

— por que seu coração ta batendo rápido, seu imbecil?

(o maior ri [como se não fosse óbvio])

— porque eu to triste por você estar doentinho.

(a imagem perde foco pelo tapa que o pequeno deu no braço do camera-men)

— então você está triste?

(a câmera é colocado no peito do maior. o ângulo é ruim)

— é claro que estou. você sabe o quão difícil é pra mim não poder te beijar, por não querer pegar um vírus?

(ele recebe outro tapa)

— então é assim, seu merdinha?

(com os movimento na cama, a câmera cai no colchão. a parede branca volta ao foco)

— você está doente, não pule em mim dessa forma.

— você vai me pagar.

(é possível ouvir os gritos dos dois garotos antes de alguns estalos)

— agora o vírus está em seu sistema.

— sabe, eu queria muito um beijinho e sabia que você não iria me dar se eu pedisse... você caiu feito um patinho, soldado.

(ouve-se o grunhido do menor)

— quem vai cair aqui vai ser você, quando eu te jogar dessa cama.

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— ele ta todo doentinho, olha.

(o garoto pequeno dorme, na mesma posição de antes)

— febre alta e muita manha.

(o maior acaricia os cabelos macios do menor)

— chan...

(o menor murmura durante o sono)

— o que foi, anjinho?

— eu to com sede.

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