um

2K 140 21
                                    


Dylan

O tempo seco, o sol ardente está me fazendo agonizar dentro dessa roupa quente. Me sento na cabine da picape amaldiçoando por essa lata velha não ter ar-condicionado. Coloco minha arma do lado da porta e respiro fundo.

Já fazem dois anos que estou no Afeganistão, entrei no exercito logo depois da morte da minha irmã, eu não queria ficar em casa vendo meu pai travar uma briga que não daria em nada, eu não queria mais ver minha mãe se afundando em depressão. Então eu decidi ir para bem longe com toda minha dor, eu fiz isso por mim e por Sabrina, minha pequena irmã que foi tirada de nós tão nova em um atentado em Nova Iorque.

- Esse calor parece ficar pior a cada dia, merda! – Ouço Robert que está sentado ao meu lado.

Pego uma garrafa de água e dou um gole arrebatador, minha vontade era de jogar todo aquele liquido na minha cara, mas eu não podia me dar esse luxo.

- Quando você volta para casa? – Lanço a garrafa para ele.

Robert estava o mesmo tempo que eu servindo no Afeganistão e agora iriamos para casa descansar um pouco. Eu tinha minhas duvidas se Robert voltaria, mas eu sem duvida estava já pensando na mala que farei quando voltar para esse lugar, ou para qualquer outro que precisasse de minha ajuda.

- Daqui duas semanas e você? – Ele suspira cansado.

- Nesse fim de semana. – Aviso e olho ao redor vendo o movimento diminuindo.

- Você é um filho da puta sortudo.

- Não sei com que cara vou voltar para casa. – Me lembro do choro desesperado de minha mãe quando decidi me alistar.

- Com essa cara lavada sua. – Ele zomba e me encara. – Se permita isso, Dylan. Nós fizemos bem aqui, agora está na hora de colocar os pés no chão e viver um pouco.

Eu não tinha tanta certeza.

No fim de semana eu estava voltando para o Texas, o lugar onde cresci, onde eu passei toda minha infância junto de meu irmão, o lugar que me deu as melhores memorias com Sabrina. Eu sentia falta da minha pequena.

A estrada até minha casa é longa, o céu estava reinando no céu limpo e agradeci mentalmente pelo carro que eu aluguei ter ar-condicionado. A estrada estava vazia e eu me sentia livre dirigindo.

Avisto um pouco a minha frente no acostamento uma mulher sentada em cima da sua mala embaixo daquele sol forte. Diminuo a velocidade e reparo que ela estava absorta a tudo, nem parecia que estava parada em um acostamento em uma estrada deserta.

Encosto o carro e abro a porta, caminho devagar em sua direção ela está tão distraída que nem percebe eu me aproximar dela.

Será que ela está bem?

- Moça? – Chamo e então ela me olha afastando seus cabelos loiros do seu rosto. – Você está bem?

Seus olhos verdes grudam em mim e ela abre um enorme sorriso, como se eu fosse sua salvação naquele lugar.

- Ah oi. – Ela diz um pouco perdida. – Você poderia me dar uma carona? – Olho desconfiado para ela, me certificando que ela estava mesmo sã. – Claro se não for nenhum incomodo. – Ela acrescenta parecendo envergonhada.

- Para onde você está indo? – Pergunto e me aproximo mais estranhando seu jeito.

Olho em seus olhos vendo se ela não estava drogada ou alcoolizada.

FredericksburgOnde histórias criam vida. Descubra agora