SINE CORDI

Capítulo 11 - יא

"O amor me move: só por ele eu falo".

- Dante Alighieri -

Quinn despertou atordoada. Piscou algumas vezes na tentativa de focar a vista. Havia uma mulher sentada numa ponta de um sofá, encarando-a com burla. Era morena e com profundos olhos azuis. Era bonita... Mas, quem era ela mesmo? A mulher riu. Ela parecia achar alguma coisa engraçada. O quê seria? Olhou ao redor... O sofá... Conhecia o sofá...

"Eu acho divertido quando você tem essas ausências porque está chapada de tanto remédio pra dor...", não findou o comentário, pois o olhar que a loira lhe enviou mudou numa fração de segundos de um que era perdido para um que continha um quê de malícia que ela vira algumas vezes e que a deixava insegura.

"Quinn...", chamou, mirando a loira que piscou algumas vezes e suspirou antes de cravar os olhos nela.

Agora Quinn parecia, outra vez, confusa.

O brilho mordaz do olhar desapareceu.

"Alex...", murmurou com a voz rouca e esfregou os olhos com as mãos, a fim de encontrar um pouco de equilíbrio. Sentia-se meio ida.

"O que aconteceu com você? Crise de dor? Pensei que isso estava sob controle", a morena comentou, cuidadosa. Sabia que a loira poderia mudar da água para o vinho num zás.

A advogada mirou a jornalista. E o olhar mordaz estava ali, desprovido de calidez. A loira deu um risinho de burla.

"Ah, Alex Bishop!... Você me conhece?", chegou a face perto da morena e cravou os olhos verdes nos azuis feito o mar.

"Está mais drogada do que eu pensei", a morena comentou com desagrado e se afastou. A forma como a advogada a fitava era incômoda.

Quinn riu outra vez antes de responder:

"Não estou drogada... Estou com sono... E um pouco... assim!", disse isso e se deixou deitar, fechando os olhos e adormecendo quase ao instante.

Alex, editora de moda da revista Models & Style, bufou e se ergueu, deixando o escritório e caminhando até a copa, onde encontrou Holmes em companhia de Agatha, a responsável, junto com ele, por cuidar de Quinn e da organização do penthouse.

"Há quanto tempo ela está dormindo?", perguntou, indo até a cafeteira e se serviu de um pouco do líquido preto feito no instante, fumegante, numa caneca que descansava sobre o balcão.

"Desde o meio da manhã... Ela está se debruçando sobre o processo que a Fabray&Advogados recebeu e tem passado algumas noites em claro".

"Ela está estudando os prós e os contras...", comentou a morena e se sentou à mesa redonda que havia ali, tomando um gole da bebida quente.

"É possível", o cuidador foi gentil, sob o olhar quieto, porém atento, de Agatha.

A jornalista suspirou.

"Acha que isso a deixou com essa crise?", quis saber, duvidando seriamente sobre a razão que parecia fustigar a amante, "ou teria a ver com o encontro casual entre ela e Rachel Berry?".

Holmes a mirou com curiosidade. Rachel Berry?

"Perdão, Srta. Bishop, mas não sei ao que se refere exatamente...", o homem pontuou, "ela certamente está se dedicando a estudar e avaliar o processo. Quanto a Rachel Berry, ignoro".