Prólogo

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Estou me tremendo.

Eu quero muito, realmente quero.

Mas também tem o medo de dar algo errado.

Eu não iria só fazer uma brincadeira infantil, como por exemplo: atiçar o Charlie Charlie para me responder perguntas.

Eu simplesmente iria invocar um demônio, seria só isso se eu não soubesse que realmente iria dar certo.

Quando eu escutei os boatos pela escola de que dava certo, pensei que fosse só mas uma brincadeira que um bando de adolescentes faziam para dar alguma graça em suas vidas monótonas.

Mas isso foi antes de ver alguém tentar.

Um grupo de meninas resolveu tentar, e eu sem querer, ouvi elas falando onde e como iriam envocar. Apesar de achar que era brincadeira, as segui para ver com meus próprios olhos se a "coisa" iria dar certo.

E quando as vi no local marcado fiquei nervoso, e fiquei mais ainda quando teve um clarão e uma delas começou a se contorcer, e as outras começaram com os "pedidos". Pensei que ia ficar por isso mesmo, até seus pedidos irem se realizando aos poucos.

Fiquei maravilhado, então resolvi tentar.

E agora cá estou eu, nervoso e suando frio.

Eu realmente iria fazer isso? Eu teria coragem?

Estou diante do pentagrama desenhado no chão, as velas estão ao redor perfumando o local - era para ser velas comuns, mas só havia aromatizadas em casa - agora é tarde para desistir.

No papel que jogaram em mim na semana passada com as instruções, dizia que eu teria de cortar meu pulso e espalhar meu sangue ao redor do pentagrama.

Fala sério eu já estava com medo de tentar, imagina cortar o pulso?!

Odeio ver sangue.

Então resolvi só furar o dedo indicador e esperar fazer uma "poçinha" de sangue no centro do pentagrama, sem olhar para a mesmo.

É sangue de qualquer forma, irá funcionar do mesmo jeito. Certo?

Fiquei olhando o fogo das velas enquanto tomava coragem. Respirei fundo e começei a recitar as palavras em latim.

Estava escrito que poderia ser em coreano mesmo, mas nos livros dizem que, as bruxas faziam seus feitiços e invocações em latim.

Se era para dar certo, que fosse feito direito.

Ao terminar de recitar, continuei de olhos fechados, com medo demais para abri-los.

Quando finalmente abri os olhos uma rajada de vento veio e apagou as velas.

Ajudou muito no meu medo. OBRIGADO NATUREZA.

Ainda de olhos abertos, apesar de não adiantar de muita coisa por estar escuro, procurei a caixa de fósforos e retornei à acender as velas.

Não tinha acontecido nada.

Nada de contorções, nada de vozes, nada de clarões, nada de arrepios ou sensações de presenças à  mais. Nada.

Abaixo a cabeça e deixo sair uma risada nervosa e solto o ar que nem tinha percebido que segurava.

- Eu já deveria saber - digo ainda de cabeça baixa e de joelhos em frente ao pentagrama.

Levanto a cabeça quando escuto um barulho atrás de mim. Meu corpo tenciona e me viro lentamente para trás e.....

Nada.

《Particular Demon》Onde histórias criam vida. Descubra agora