Capitulo 01 - O Revidar.

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   Larry colou seu caderno rapidamente ao lado esquerdo da cabeça de Sal, impedindo que Travis Phelps, o garoto mais babaca que já viu na vida o atingisse com nojentas bolinhas com saliva. Saliva de um estúpido de merda. Eca. A capa do seu caderno estava definitivamente acabada de germes agora, mas pelo menos foi por um grande feito, afinal eles eram amigos, não eram? Okay, Larry estava torcendo para que não fosse um pensamento muito precipitado, pois essa era apenas a segunda vez que se viam.

Quando o sinal tocou, Larry se atrapalhou por não ter guardado seus materiais a tempo e por ter enfiado, estupidamente seu dinheiro do almoço em algum de seus bolsos super difíceis de se achar algo que não pode perceber que Sal na verdade tinha sido arrastado por Phelps e um de seus amigos, Greg, e não ido na frente sem espera-lo.

— Cara, obrigado por me defender na aula de história hoje, de novo. — Sally lhe agradeceu com a voz distraída enquanto massageava seu braço dolorido por cima da manga. Larry apenas sabia do sarcasmo preso na garganta dele.

— Eles-, Merda! — Larry gemeu batendo o pé indignado. — Você tem que tentar fazer alguma coisa quando esses babacas tentarem te pegar.

— Mas eu tentei! Eles apenas adoraram quando eu fiz isso, e agora tenho a impressão que estou sem uma de minhas costelas. E eles deixaram um lembrete da sua ajuda, é claro. — Sal ergueu a franja deixando a mostra uma mensagem com a letra garranchosa de Greg na sua prótese "Nem pense em tirar nosso Judas magrela de merda". — Isso deve ser permanente, não quer sair... — Ele tentou esfregar novamente as letras, mas nenhuma tinta aparecia em seus dedos quando parava, por fim ele desistiu — Droga!

— Eu estou falando Sal, você tem que revidar, você não pode deixar as coisas assim! — Larry ajeitou a franja de Sal de modo que a mensagem fosse parcialmente escondida. — Quando eu ver esses dois novamente eu vou acabar com eles, eu prometo!

Sally era bom em revidar com argumentos e insultos que até para ele era extremamente engraçados que deixavam os bullyings ainda mais irados, mas a física para ele era o desastre do seu corpo.

—Revidar? Com esses meus bracinhos finos? Não, acho que não. E você não está muito acima de mim. — Sal parou pensando no que disse depois que viu a cara raivosa e preocupada de Larry murchar. — Digo, é melhor deixar isso pra lá. Sempre que você me ajuda as coisas pioram cara, de qualquer forma um dia eles se cansam.

— Você está julgando a minha capacidade para derrubar Phelps e Greg com minha força física? Eu posso não ter uma cara de verme raivoso, mas — Ele é interrompido por Sally que mexia as mãos a frente do corpo em negação.

— Não estou duvidando da sua capacidade Larry, eu apenas acho que não vale a pena você me mostra-la saindo no soco com esses babacas — Sal já estava acostumado com garotos bullyings e depois de um tempo ele apenas passou a ignora-los e eles o deixaram em paz.

— Você vai deixar isso pra lá? A gente tem que fazer alguma coisa para se vingar de Phelps! — Larry tinha os olhos cintilantes de raiva.

— Eu sei, eu pensei em algo, mas hum, é uma ideia furada apenas por um detalhe... Eu pensei em sabotar os tênis e as chuteiras que ele tanto se gaba, mas essas coisas estão dentro do armário dele no vestiário e eu não sei abrir portas— Sal suspirou pesado olhando para o sorriso maligno de Larry.

— Eu sei. Eu te ensino como se faz. Enquanto você sabota o armário do Phelps eu me divirto com o do Greg. — Ele e Sal tocaram as mãos em um leve soco animados.

Eles esperaram até a aula de natação para irem sorrateiramente até o vestiário e Larry abriu o armário de Greg primeiro para mostrar a Sal como destravar a fechadura com um grampo e depois de despejar o saquinho com os restos da semana passada da cantina nos tênis e roupas de Greg. Havia mofo e uma população inteira de vermes, aquelas coisas ficaram com um tremendo mal cheiro. Os dois foram sorrateiros até o armário de Phelps, Larry esperou paciente enquanto guiava Sally a arrombar a fechadura, mas quando ele finalmente conseguiu, antes que pudessem fazer qualquer coisa, passos no vestiário foram ouvidos e quando as duas vozes familiares de Travis Phelps e Greg foram ouvidas Larry empurrou Sal para dentro do armário aberto.

— PUTA MERDA! ARGH! — Greg berrou furioso e logo depois uma pancada forte no metal do armário foi ouvida. — QUEM FOI O MALDITO?! EU VOU MATAR O DESGRAÇADO!

— Quem fez isso ainda pode estar por aqui Greg. Vamos olhar nos outros corredores. — Phelps falou alto como se fosse um rosnado ameaçador a qualquer um que estivesse alí. — Vamos achar o desgraçado e dar uma passagem só de ida para baixo.

Os passos dos dois foram se aproximando aos poucos e Larry podia ver os olhos de Sal arregalados. Não havia tempo para arrombar outra porta, eles estavam cada vez mais próximos.

— Não se preocupa carinha, eu não vou deixar eles te machucarem. Vou atrasa-los e você corre. — Larry disse firme e com uma confiança que até ele mesmo duvidava que tinha. Sally segurou a porta com força antes que Larry desse qualquer passo e o segurou pelo braço o empurrando para dentro do armário junto a si de supetão causando um tremendo barulho pelo seus corpos se colidindo dentro das paredes super apertadas de metal e com muita dificuldade Sally esticou seus braços magros e fechou a porta do armário.

— Você ouviu isso? — Perguntou Greg com a voz agora no corredor de armários do lado.

— Lembra do eu te disse? Eu não quero que você caia no soco com esses caras, eles não se importam com lutas limpas ou irem longe demais. — Sal sussurrou para o ombro esquerdo de Larry que pressionava ainda mais seu corpo para a parede no fundo do armário. Se mexer parecia impossível agora.

— O barulho veio daqui. — Larry pode ver pelas finas frestas da porta Phelps procurando como uma águia -ou como um verme de pupilas roxas-  por todos os lados e seus passos foram até o final do corredor e quando se aproximou do próprio armário ele parou um instante e tanto Sally quando Larry trancaram a respiração. Era uma tremenda desvantagem estarem espremidos dentro de uma armário minúsculo. Phelps e Greg poderiam soca-los a vontade se abrissem a porta, pois mover o corpo para fora do armário seria trabalhoso, mas antes que Larry colocasse o seu plano estúpido de abrir a porta e saltar encima de Phelps primeiro, um estrondo muito mais alto que do primeiro foi ouvido no armário ao lado. Greg acabara de chutar um armário com força.

— Aposto que foi aquele merdinha de maria-chiquinha azul! —  rosnou. Larry tentou da melhor forma que pode mexer seu braço esquerdo e seu corpo para o lado deixando Sal totalmente escondido no fundo do armário. Caso eles abrissem a porta teriam que passar por ele primeiro. Sally tentou se mexer frustado pelo comportamento de Larry que passou a esmaga-lo com o tronco.

— Não, aquele viadinho já apanhou o suficiente para saber que não gostamos de ser zoados. — Larry tremeu de raiva quando Phelps falou. — É mais provável que tenha cido Lucio Degg, talvez a gente tenha "passado dos limites" acabando com o presentinho da mamãe morta dele. — Os dois riram e Greg chutou mais uma vez o armário ao lado.

— Vamos pegar ele! — Phelps disse e quando os passos deles morreram distante Sal soltou um suspiro alto e Larry abriu a porta e os dois saíram respirando aliviados.

— Essa foi por pouco, muito pouco. — O menor comentou logo depois fazendo uma tremenda careta. — Estivemos dentro do armário do Phelps! E saímos vivos depois de ter entrado! É um milagre! Seus vermes-filhos devem estarem rastejando em um passeio longe do seu pai, até eles devem odiar o verme-pai deles.

Larry riu, gargalhou com vontade enquanto colocava as mãos sobre a barriga quase derramando o saquinho com restos da cantina nos pés.

— Ele nem mesmo tem cérebro suficiente para incriminar alguém muito menos descobrir quem foi. Lucio Degg se formou no ano passado! — Larry disse depois de passar o saquinho para Sally. — Quer fazer as honras?

— Mas então quem eles tem espancado chamado Lucio Degg? Não é a primeira vez que ouço falar dele da boca de Phelps e Greg. — Sal despejou o saquinho com o conteúdo nojento e podre dentro da chuteira e dos tênis de Phelps que estavam inacreditavelmente bem cuidados - as duas únicas coisas -, Sally tinha certeza.

— Deve ser o irmão mais novo de Lucio, Lucas Degg. Eles são loucos cara, é você tem razão; é melhor ignora-los. — Larry fechou o armário e os dois voltaram sorrateiros para o ginásio. — Tenho um pouco de tinta no meu armário, vamos tirar essa merda da sua testa.

NOTAS DA AUTORA:
Olá, fiz essa fanfic baseada no jogo, eu me apaixonei por aquele universo. Alguns personagens novos serão incluídos no decorrer da fanfic, esse é o meu primeiro Sarry, espero que gostem.

Comentários são bem-vindos! 🐷

Essa fanfic também esta sendo postada no Spirit fanfiction 🐖

Lo-loading • Sally x LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora