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DIA 1 - PARTE 1


Em primeiro lugar, se existir alguém mais arrasador de corações que Castiel Collins por aí onde você estuda, pode ir desistindo, rapazinho, porque suas chances acabaram de ir pro buraco.

Eu, particularmente duvido que exista um carinha mais disputado que ele. Ainda não sei direito o que viram nele, mas deve ser a grande quantia de nada de esforço que ele faz para ser perfeito. Notas altas, toca guitarra, tem uma boa aparência e é estrangeiro, acho que já são características suficientes para as garotas daqui — que são que nem a Lety, a maioria em massa pelo menos — caírem de amores por um cara como ele — uma delas literalmente caiu uma vez enquanto o seguia com o olhar, queria ressaltar aqui —. Boatos dizem que ele não é tão gentil quanto aparenta ser, e vindo de um cara como ele eu não duvido de muita coisa, ainda mais depois de descobrir o "sistema-pega-garotas" dele.

O negócio é o seguinte: na segunda-feira, ele sempre aceita a confissão da primeira garota que for até ele, e os dois namoram por uma semana. Sim, apenas sete dias, isso mesmo que você leu. Depois desse tempo que passaram juntos — no qual ele realmente as trata como namoradas —, ele decide se teve interesse ou não na garota, e não sendo nem pela maioria dessa vez, ou modo de dizer e derivados, mas Castiel Collins nunca teve interesse em nenhuma delas. Assim, nenhuma mesmo, sabe? E umas cinquenta garotas já devem ter passado uma semana de ilusões com ele — é brincadeira, não chega a tanto, mas pelo menos vinte já foram —. O fora é simples e milagrosamente as deixa de coração partido mas não o suficiente para, por exemplo, xingar muito no Twitter, então ele segue dizendo as versões evoluídas do "Não é você, sou eu" dele e a vida segue.

E...

Bem, eu não contaria tudo isso se não estivesse com o propósito de contar algo mais, que tem a ver comigo agora.

Há mais ou menos uns três dias ou mais do que isso, Kim, Peggy e Rosa estavam conversando no corredor sobre um assunto que costumávamos não conversar antes de eu chegar, e foi nesse círculo de conversa que eu descobri que o Collins nunca tinha beijado nenhuma das garotas com quem ele saiu. E é aí que entra o grande porém: Tá, Olive — que andou esquecendo de se apresentar —, mas e daí?

E daí que estaria tudo bem se a Rosalya não adorasse me testar um pouquinho sempre que podia, ver até onde meu bom senso ia — se é que ele ainda existe, né — e me desafiar com umas coisas bem nada a ver.

E aí, por um nem tão atrativo acaso, as três acabaram me desafiando a ser uma das namoradas do Collins por uma semana, conseguindo um beijo dele ao final dela.

Na hora em que elas disseram algo como: "Castiel nunca beijou nenhuma das suas namoradas provisórias", eu quase retruquei com um "Ainda bem, até outro dia" e segui reto para nunca mais voltar, mas mudei de ideia quando a palavra "Desafio" e o nome "Olive McGuire" caíram ó, juntinhas, bem amiguinhas na mesma frase, aí eu tive que intervir, né, meu bem. Aceitei essa droga.

Não deveria ser assim, tão ruim, certo?

• ♠ ♪ × ♪ ♠ •

— Você sabe que ele nunca beijou nenhuma delas, né? — Nath perguntou, sentando-se à mesa da cantina com a bandeja ainda em mãos.

— Sim, eu sei, eu sei, amigo. Estou cansada de saber, na verdade. Pra todo amigo que compartilho a informação, recebo a mesma pergunta-que-não-é-bem-uma-pergunta e fico com cara de tacho, dou uma risada sem graça e sigo firme.

— Ah, desculpe. — Ele riu do meu comentário por alguns breves segundos e voltou a prestar atenção no seu almoço. — Acha que consegue ser a primeira de hoje?

KISS | Amor Doce - CastielWhere stories live. Discover now