Lugar Secreto - O verdadeiro amor pode ser encontrado

Capítulo 5

HELOISA

A aula acabou, e hoje eu tenho que correr pra essa reunião, a Mari está me esperando e eu não quero ela reclamando comigo sobre ter mais responsabilidade com as coisas de Deus e blá blá blá de sempre.

Saio correndo do banheiro assim que terminei de dar uma ajeitada no cabelo, logo hoje ele não está de brincadeira comigo, está bancando o difícil se fazendo de rebelde e todo cheio de frizz, resolvo fazer um coque meio bagunçado coloco meus óculos, e pronto, é só a igreja não tem muito motivo pra se arrumar mesmo.

Chego no portão da faculdade e vejo Lia, mas ela não está sozinha tem um rapaz junto com ela, espera!!! Aquele não é o ... Caleb?

Lembrei agora que ela tinha comentado um dia desses que ela estava noiva, mas não imaginei que fosse ele, se bem que olhando assim eles se parecem um pouco. Me sinto um pouco surpresa, meio desapontada com o que vejo, mas isso é estranho, o que eu tenho a ver com isso. Tá! Eu admito que o Caleb é muito bonito, tipo assim, o cara mais bonito que já conversou comigo talvez, e aqueles olhos claros, Jesus! Como alguém pode ter olhos tão bonitos?! Mas enfim, eu sou mesmo uma bobona.

Já me apaixonei antes, eu tinha quinze anos, ele também. O nosso namoro acabou porque na época a gente era bem cabeça de vento, imaturos que só! E minha família foi cristã a vida inteira e quando eu contei que nós dormimos juntos todo mundo pirou comigo! Não podia nem sair de casa mais, fui obrigada a terminar com ele e não nos falamos mais, foi bem feia a situação. Muita gente falou horrores de mim, me escondi fiquei muito tempo sem sair de casa, me revoltei com igreja, família e pessoas que diziam ser minhas amigas.

Mas depois de uns anos a Mari meio que me resgatou, a gente já era amiga, mas ela foi a única a me entender, e dizia que estava orando por mim, para que eu perdoasse as pessoas que falaram coisas horríveis a meu respeito, foi um erro o que eu fiz na minha opinião, foi errado pois nós dois éramos da igreja e sabíamos que nossos pais discordariam, éramos adolescentes e não somos donos do nosso nariz nessa época. Cada um escolhe como quer viver, mas eu me senti mal, e mesmo sem saber o que fazer eu pedi perdão para mamãe e para meus avós que me abraçaram e oraram por mim e eu orei junto, talvez mais por eles do que por mim. Lembro bem de minha avó me dizendo que todos nós fazemos coisas das quais nos arrependemos, mas o amor de Deus sempre será maior do que as nossas falhas.

Enfim, depois disso eu tentei namorar, mas nunca dava certo, na verdade eu nunca entendi pois nem chegávamos ao nível de namoro, era sempre um começo de alguma coisa que terminava afastando os dois, foi assim por duas vezes, eles se aproximavam, me faziam gostar deles com aquele jeito "perfeito" de ser. Conversávamos muito e depois de um tempo eles apareciam namorando outras meninas, eu sempre fiquei abalada com isso, é como se eu não valesse a pena, e isso machuca.

- Heloisa! – Sou interrompida dos meus pensamentos com alguém me dando um empurrão.

- Ai meu Deus, desculpa. – Aqueles olhões claros me encaram segurando meu braço e meu coração só pode ter ido parar no meu joelho agora.

- Desculpa, eu... – Caleb volta para o lado de Lia que ria tanto que deixa Caleb com vergonha. – Estava falando com a minha irmã e não te vi, acabei esbarrando em você.

- Ah tudo bem, eu sou distraída nem percebi que estava parada no meio da passagem, desculpa.

- Tudo bem, acontece. Essa é minha irmã Lia

- Irmã? – Sem perceber meu sorriso se abre e posso sentir uma alegria que eu desconheço, nunca fiquei tão feliz em saber da existência do irmão de alguém como a irmã dele. – quer dizer – clareio a garganta – é por isso que se parecem tanto, hã... porque olhando pra vocês agora... vocês são bem... parecidos. – Nem falar direito eu consigo, meu Deus quem acreditou no que eu disse?!