Vida?

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Um dia como todos, chato, sem novidades, sem gargalhadas, sem rotas diferentes, sem nada e olha que o dia nem começou. Eu finjo ter esperança, alegria, e finjo que não estou fingindo está acreditando que o dia possa ser melhor. Escutar as mesmas conversas de sala de aula, sobre o mesmo menino e a mesma amiga que não toma uma atitude, pra falar com ele. Como se isso fosse fácil, claro que sim, é fácil para uns, e difícil para outros, mas vamos falar né, o garoto é tímido, ela tem um pouquinho de timidez, mas comparada a dele... 

E eu corro pro terminal, desesperadamente, todo dia, pra poder sentar e não ficar quase uma hora em pé no ônibus, uma coisa nada engraçada de se dizer... Um dia estranho, muito estranho, eu sempre sento atrás do vidro, que fica do lado da porta do ônibus, sempre na janela, às vezes ocorre de alguém sentar lá, poucos sãos os casos. Mas voltando ao assunto, eu nunca me importei muito com quem senta do meu lado, mas, o garoto que sentou naquele dia talvez tenha chamado minha atenção (tá bom, "atenção", que clichê garota).

O mentiroso do meu subconsciente diz que eu talvez também tenha chamado a atenção dele, mas quanta ironia, como eu sei das coisas (vidente ela, ta bom) eu não vou deixar essa situação me iludir mais uma vez (trouxa). Tentei me controlar, eu tentei, mas eu fiquei nervosa e quando eu olhei para o vidro, vi seu reflexo e você me olhava, eu virei os olhos rapidamente, talvez ele tenha percebido melhor deixa quieto (o olho foi feito pra olhar, abestada). Tentei me tranqüilizar de todas as formas possíveis, porque eu estava nervosa, afinal, ele era como qualquer pessoa que senta do meu lado, que senta uma vez do meu lado, por pura normalidade da vida.

 Talvez nunca mais nos vejamos, talvez sim, mas não será no banco do meu lado e se for, coincidência, algo comum. Depois disso, de sair do ônibus e entrar em casa eu fiquei pensativa, bem pensativa, depois, fiquei de boa após uma passeada na praia. Era em meus próprios conceitos que eu acreditaria, não nas situações da vida, até porque não sei ler mentes, nem interpretar gestos. Mas a vida estava acostumada á fazer suas ciladas e como sempre caímos. Ou eu mesma era culpada, de cai nas minhas próprias armadilhas. Fazer o que? No fim, nem me conheço.

Vivendo Umas ParanóiaOnde histórias criam vida. Descubra agora