Unlikey Couple H.S | INCOMPLETA

(Re) Born

"... Desejo que todos os dias sejam floridos e mesmo que o outono chegue em seu jardim, continue acreditando que após aguentar as folhas secas, você irá florescer novamente."
– B.T

❋⃝⸙ꦿ

— Inspire, respire. Força! Força! Está quase lá! Vamos, você é forte. Isso. Só mais um pouco. Vamos. Já estou vendo. Aguente firme. Pronto. É uma menina. — a enfermeira segurou o bebê que chorava sem parar e entregou rapidamente para a jovem mãe.

— Minha pequena Alisson. Eu te amo, filha. — Gwen sorriu ao segurar a pequena pela primeira vez. — Não vou deixar ninguém  nos separar.

3 meses antes...

   Mike G estava arruinado, falido, perdido... Sua impulsividade e vício se tornaram uma mistura insana de destruição e caos. Para não ser reconhecido, o astro deixou o cabelo crescer novamente, a barba estava por fazer e suas roupas de manga longa escondiam suas marcas eternas na pele clara. Sua avó sabia sobre a adoção e quando Mike contou, a senhora apenas ficou surpresa, não pelo ato, mas sim pelo rapaz descobrir.

   Será que todos sabiam menos ele? Garrigton não sentira raiva da idosa, isso de uma forma indireta aqueceu seu coração. Mesmo sabendo que não lhe devia afeto, ela o tratava da mesma forma que trataria um neto de sangue. Talvez até mais. Tendo em vista que Melissa não tinha metade do afeto e atenção da velhinha de 65 anos.

   O ex astro do rock agora trabalhava numa loja de bebidas, qualquer emprego era melhor do que rastejar atrás de  Jonathan, é exatamente o que o empresário quer. Mike jamais iria dar esse gostinho para o calhorda. Então, ele apenas "se virou" como dissera o homem.

   Mike mantinha a mesma rotina, ajudava sua avó na estufa, preparava o almoço, trabalhava e depois voltava para casa ou ia beber com uns amigos que ele tinha feito no trabalho. Esses amigos, nem sabiam de sua carreira, aliás, ninguém sabia. Era como se o astro de rock Mike G nunca tivesse existido. Certo dia, quando o rapaz ajudava a avó Judith, ela fizera uma pergunta difícil de responder.

— Filho, você nunca pensou em casar? Em dar alguns bisnetos para a vovó aqui? — a senhora sorriu generosa. — Eles seriam lindos, teriam a cor de seus olhos.

— Bem, eu já pensei uma vez... Mas faz um tempo, acabei deixando essa oportunidade passar. — Mike suspirou fundo e limpou as mãos sujas de terra no macacão amarelo.

— Querido, nós só vivemos uma vez, mas nem sempre isso quer dizer que só iremos amar uma única vez. O amor pode estar batendo na portinha de seu coração mas de tanto as pessoas tocaram a sua campainha apenas por diversão, você simplesmente fechou a porta. — Judith sorriu e mudou uma planta de um vaso para o outro. — Não feche sua porta, senão, vou te dar umas palmadas.

— Vovó, isso foi tão poético. — Mike sorriu alegremente e pensou na metáfora de sua avó.

— Gosto de escrever poesias mas na maioria das vezes, prefiro fazer biscoitos. Não seja um idiota, meu menino. Você ainda é um rapaz jovem e lindo. Não feche o seu coração por causa de hóspedes indesejáveis. Jogue xixi neles e mostrem-lhes a língua.

— Que horror, vovó! — Garrigton gargalhou e Judith fez o mesmo. Os dois saíram da estufa e voltaram para a casa, indo devorar a bandeja restante de biscoitos com gotas de chocolate.

— Você é a minha única companhia, querido. Ninguém vem me visitar. Depois que sua mãe me deixou aqui, fico completamente isolada. Sorte que amo as tulipas, o cheiro de grama recém cortada e a calmaria. Nunca fui fã de metrópoles. Elas fedem. Eu amo todos vocês. Harry Styles, não importa. O que é importa é Michael Garrigton, o garotinho de olhos grandes que comia os biscoitos da vovó escondido.