O Menino da Casa Abandonada Cap 5.

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Disse tentando sair do quarto novamente.

-Pedro, eu sei que você não quis dizer isso.

Disse Juliano.

-Você se acha muito falando essas palavrinhas bonitas, e que não adiantam de nada. São só palavras de um mendigo idiota, imbecil, que mesmo estando na merda ainda quer ver o lado Bom. Me diga qual é o lada bom em ser essa merda que você é. Me diga?

Fala Pedro Henrique entre berros de raiva, descontando toda a sua magoa em Juliano, que começa a chorar.

-Eu sei que sou tudo isso. Obrigado.

Fala Juliano indo em direção a porta entre lagrimas.

-Juliano! Juliano!

Corre Pedro Henrique segurando Juliano pelo braço.

-Desculpa, por favor, me desculpa. Não queria descontar minhas magoas em você. Desculpa.

-Não queria, mas mesmo assim descontou. Eu não entendo, você fica aí se lamentando tanto, no entanto tem uma casa para morar, tem uma mãe, mesmo sendo pouco presente é por causa do trabalho, trabalho esse que deve sustentar o luxo que tens nesse apartamento. Eu entendo que sofre pela morte de seu pai, mas garanto que tem belas recordações dele. Mas sabe o que eu lembro dos meus pais? Sabe qual foi a última coisa que eles fizeram comigo?

(Pausa)

Juliano conta tudo, entre lagrimas de tristeza e raiva de tudo que sua família lhe fez, enquanto Pedro escutava atentamente de cabaça baixa e surpreso pela sua história.

-A última coisa que eles fizeram antes de é claro me expulsar de casa, foi uma surra, uma surra bem dada, eu fiquei cheio de marcas, não só na pelo com aqui dentro, no coração.

Juliano para um pouco tentando tomar folego para continuar.

-A única coisa que eu pensava enquanto caminhava pelas ruas de um lugar que não conhecia e no meio da chuva, era:

-Por que comigo? Eu que sempre fui um menino educado, carinhoso, estudioso. Sempre fiz tudo para agradar aos meus pais... Aí eles fazem isso, destroem o bom filho que eu era, me tornando nisso que você acabou de dizer. "Um mendigo idiota, imbecil, que mesmo estando na merda, ainda quer ver o lado Bom.

Conta Juliano ainda em lagrimas, e se sentando no chão encostado na parede.

-Você não é isso tudo. Desculpa, só estava com raiva. Ainda vejo o menino lindo, educado e carinhoso.

Disse Pedro Henrique se ajoelhando no lado do menino, e passando a mão em seu rosto tentando limpar suas lagrimas.

-Esse Juliano já está morto, as ruas me deixaram assim, é natural. Um mendigo.

Falou Juliano.

-A sua família e muito idiota por fazer isso com você, ela que está perdendo um grande filho.

Fala Pedro Henrique, levantando-se, e estendendo a mão para Juliano.

-Eles vão arrumar outro, se é que já não arrumaram. Sabe, meus pais também eram ausentes, tanto que eu chamava a empregada de segunda mãe, já que meus pais mesmo só falavam comigo sobre a escola, os cursos, a faculdade que eles queriam que eu fizesse para assumir os negócios da família, assim 99% do meu tempo eram gostos estudando para assumir o império deles, já que eu era filho único.

Falou Juliano agarrando na mão de Pedro Henrique e se levantando do chão.

-Um império? Tipo os Miller?

O Menino da Casa AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora