Prólogo (Uma noite trágica)

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- Oi meu amor! - pude ouvir minha mãe chegar- Como você se comportou?
- Bem mamãe, onde está o papai? - eu falei com um sorriso no rosto- Ele vai demorar a chegar?
- Não meu amor, hoje ele vai sair mais cedo do trabalho- minha mãe falou com um sorriso no rosto, era difícil ele sair de lá.
    Minha mãe foi para a cozinha e eu fiquei na sala brincando com as minhas bonecas, eu olhei pela janela e vi meu pai e dois homens, eles estavam apontando uma coisa para ele não sei o que era, tenho apenas 7 anos não me julguem, chamei minha mãe e nesse mesmo momento que ela entrou na sala meu pai entrou eu corri e o abracei, o ouvi dizendo as quase últimas palavras.
- Eu amo todas vocês- ele disse e me deu um beijo na testa e deu um beijo na mamãe e nos deu um abraço caloroso.     
     Eu comecei a chorar quando ouvi o disparo, meu pai caiu no chão ainda com vida, minha mãe acionou a ambulância. E eu corri, abracei o meu papai, minha mãe estava chorando e dizendo que tudo ia ficar bem, que ele tinha que aguentar. Eu tinha certeza que ele ia aguentar meu pai era forte.
- K-Karen, cuida bem da nossa Melanie.
- Meu... Meu amor, v-vamos cuidar dela juntos, p-por favor não vai...  N-não me deixa- minha mãe falou entre lágrimas - Derick meu amor, Rick não se vá.
- Papai? Papai!- comecei a chorar, ele estava indo embora, ouvi o som da ambulância graças a Deus- Eu te amo muito papai- dei um beijo e um abraço caloroso, eu estava suja de sangue pelo corpo todo, mas, não estava preocupada com isso, eu queria meu pai, eu queria muito meu pai- Mamãe? O papai vai ficar bem? Vai, não vai? - eu perguntei para minha mãe chorando.
- Sim meu amor, vamos, eu vou para o hospital e você fica com a vovó, tudo bem? -minha mãe me disse, se segurando para não chorar na minha frente, ela estava sendo muito forte.
       Assenti, a vovó era chata, mas, que escolha eu tinha? Além de ir para o hospital com a minha mãe, eu vi meu vizinho correndo em minha direção, era o Jack, que por sinal é meu melhor amigo. Ele me abraçou e viu que eu estava suja de sangue, não perguntou nada sobre, ele realmente é a pessoa mais legal do mundo.
- Mel, eu vi tudo, eu sou um covarde- olhou para o chão e eu o vi chorar, que fofo! - Eu... Eu sou um covarde, um idiota mesmo devia ter dito para minha mãe e ela podia ligar para a polícia, eu sinto muito.
- Ei, Jack... Não se culpe, eu também o vi, você não é um covarde, você é um amor. E aliás, eu jamais o culparia por isso.
     Jack começou a ficar vermelho, eu quis tanto rir,mas, minha avó me chamou dizendo que agora só tinha ela lá, e eu precisava obedecer, pois estava sem mãe e pai naquele momento. -eu disse que ela era chata- Entrei e sentei no chão olhando para a as minhas bonecas, estavam sujas de sangue e o chão também, e quando minha vó chegou, olhou para mim com uma cara de te raiva e desaprovação.
- Mocinhas da sua idade não conversam com meninos, sozinhos como vocês estavam. E aquele abraço?! Ah se fosse no meu tempo, você ia levar uma bela de uma surra!
      Eu não entendi nada, porque eu não poderia conversar com o Jack? O que ele fez? Nossas casas são "grudadas" uma na outra, nos nossos quartos têm uma janela por onde nós nos falamos. O nome da minha vó é Hulda, não sei porque ela é assim comigo, mantém a cara fechada 24 horas por dia, mamãe também não gosta muito dela, acredito que minha avó estava sofrendo muito pelo meu pai, é o único filho dela. Fui na cozinha pegar um copo de água e quando voltei a sala vi vó Hulda limpando o chão, subi as escadas, entrei no banheiro, liguei a torneira e entrei na banheira, lembrei do dia em que meu pai estava sentado na borda dela, brincando com arminhas d'água comigo, foi mágico! Senti medo de nunca mais fazer aquilo novamente, comecei a chorar e ouvi a voz da minha mãe, me lavei bem rápido, me vesti e fiquei espiando pelas brechinhas da escada, minha mãe estava pálida e chorando, e pela primeira vez vi minha avó se preocupar com minha mãe, estou vendo mesmo isso?
- Hulda, ele... E-ele... E-ele m-morreu- minha mãe e minha avó estavam chorando- ele morreu, como vou dizer á Melanie? Como vou viver sem e-ele?
- Calma querida, eu receio que deixe passar essa noite e amanhã diga a ela e...e...- ela não terminou de falar as lágrimas rolaram e ela chorou muito.
      Não! Não! Não! Eu me neguei a acreditar, pai você não, o que você podia ter feito para merecer isso? Comecei a chorar ali na escada, minha mãe me viu e correu para me abraçar e disse que tudo ia ficar bem, mas, ela começou a chorar, eu corri para fora, bati forte na porta da casa do Jack, ele abriu e eu o abracei bem forte, Jack retribuiu o abraço.
     Contei tudo para ele, e aqueles foram os piores anos da minha vida. 






Gostaram do Prólogo? Espero que sim, agora sim nossa história vai começar, apertem os cintos!

~Ellen Carvalho

Pesadelos de Amor (Concluída-Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora