Seven Deadly Sins

I

Alex

- Pra onde você tá indo?- grita Bruna perto da minha orelha por conta do barulho da festa.
- Vou buscar mais bebida, já volto- respondo também gritando.
Ela me beija e vai até Patrícia e Flávia, suas melhores amigas. Caminho entre o amontoado de pessoas suadas pulando até a geladeira. Abro a porta e enfio minha cabeça dentro dela. O ar frio contrasta com o calor de minha pele. Pego uma garrafa de refrigerante e fecho a porta.
- Olha quem saiu da caverna- exclama Júlia que se apoiava na pia ao lado da geladeira- Pena que saiu e trouxe o ninho de cobras consigo.
- Cala a boca!
Me viro e tento voltar para a festa, mas a garota segura meu braço.
- Você pode até fingir que esqueceu, mas eu não. Seu lixo!
Ela empurra meu braço e sai da casa.
- O que tava acontecendo?- pergunta Bruna se aproximando- O que ela queria?
- Nada Bru.
- O que tá acontecendo aqui?- pergunta Patrícia se aproximando.
- Nada Paty- exclamo.
- Então vamos voltar à festa!

Júlia

Saio da casa.
- Júlia! Como você tá?- pergunta Gael.
- Tô mal, acabei de brigar com Alex. Dá pra acreditar que ele não tá nem aí? Parece até que ele esqueceu do que fez.
- Não tem como... Ele é um bosta, mas eu não. Sempre estarei ao seu lado.
- Obrigada Ga.
- Sabe, eu tô meio cansado dele. Ele tem a vida perfeita, namorada perfeita, boletim perfeito, e eu? Não tenho nem família direito...
- A gente podia mudar essa história.
- Mas como?

Alex

Patrícia pega minha na minha mão e na de Bruna e nos leva de volta ao nosso grupinho.
Flávia está sentada no colo de Gus enquanto conversa com Carlos e Laura. São os dois casais mais incríveis (exceto eu e Bruna) que conheço.
Flávia e Gus namoram há dois anos.  Eles se amam demais. Já foram em várias manifestações juntos por compartilharem os mesmos ideais.
Carlos e Laura namoram há um ano e alguns meses. O típico amor à primeira vista. Ela, amada por todos, sempre muito alegre, sem inimigos.  Ele, animado, festeiro e fissurado por exercícios e vida saudável.
Já eu e Bru, éramos melhores amigos até ano passado, quando a pedi em namoro. Aliás, amanhã é nosso aniversário de namoro...
- Vou ao banheiro- diz Flávia beijando Gus. Seus longos cabelos negros formam dois coques meio bagunçados.
Já meio zonza e sem os característicos óculos *Harry Potter*, caminha se apoiando nas pessoas até o banheiro do segundo andar.

Flávia

Tropeçando, vou até o banheiro. Ao abrir a porta, me deparo com um casal se pegando na banheira. Como há uma cortina, eles nem me notam.
Uso o banheiro e saio. Estou muito zonza. No corredor escuro, vejo um vulto que entra num quarto.
O casal da banheira sai do banheiro e desce as escadas. Sigo-os.
Alguém segura meu braço antes de eu pisar no primeiro degrau e me puxa para trás.
- Eu sei o que você fez- diz me fazendo recuar- E eu te garanto, todo mundo também vai saber!- grita golpeando minha cabeça.
Caio no chão. Rastejo até o banheiro e fecho a porta. Quando toco a chave para trancá-la, a pessoa abre a porta rapidamente e acerta meu rosto.
Quase inconsciente, encaro o vulto a minha frente. A pessoa pega meus cabelos e enfia meu rosto na privada.
- Vagabunda!- grita afundando ainda mais meu rosto na água.
Agonizo por um longo tempo tendo aquela água suja invadindo meus pulmões.
Num súbito movimento, tira minha cabeça e a atira contra a parede.
- Vamos dar um show aos convidados Flávia! Se você morresse aqui não teria graça- sussurra.
A pessoa novamente pega meus cabelos e me joga no chão. Com uma faca, a pessoa rasga meu vestido e dilacera minha vagina arrancando um pedaço dela. A dor é inexplicável.
Dou berros de dor que são abafados pela música alta.
A pessoa me pega pelos cabelos e me leva até a escada.
- Acabou pra você.
A pessoa me joga da escada.

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