capítulo 1

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Arthur Golden - Memórias de Uma Gueixa
O coração morre, uma morte lenta. A esperança cai como folhas até que um dia não sobra esperança alguma. Nada permanece.

O que é pior, falhar ou nunca tentar?

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O que é pior, falhar ou nunca tentar?

  Essa era a pergunta que eu me fazia todas as noites depois de um dia cheio de humilhações, e maus tratos. A vida de um ômega é muito difícil, e tudo piora se você for filho de alfas e morrar na alcateia virtue uma das alcateias mais severas e ligadas a hierarquia de todo o mundo mágico.

Ômegas são os lobos mais fracos de uma alcateia e por isso a grande maioria é tratado como escravos.

As vezes penso em fugir daqui, procurar um lugar tranquilo para poder viver a minha vida em paz, mas sei que isso é impossível ômegas não tem paz, nunca!

E mesmo que eu consegui-se fugir, pra onde eu iria? Não conheço nada, nunca sai dessa casa. O meu maior sonho é sair daqui e conher o mundo!
Mas sei que nunca irei realiza-lo.

  Estranhamente Escuto vozes altas e alteradas vindo da cozinha, fico curioso e vou ver o que está acontecendo. Me escondo atrás da porta e vejo meu irmão com muita raiva discutindo com o seu melhor amigo e beta Ivan.

— eles vão me pagar! Isso não vai ficar assim. — O Rodrigo andava de um lado para o outro sem parar enquanto o Ivan tentava acalmar ele. — Calma cara, nos vamos pegar eles.

— Calma? Calma uma porra! Eu vou matar aqueles caras. Eles vão se arrepender de ter me desafiado.

É melhor eu sair daqui antes que sobre pra mim.

  Já estava me virando para ir embora quando sem querer esbarro em um pequeno vasinho de flores e ele cai de cima da mesinha cheia de vasos de cristal da mamãe que fica perto da porta.

Os dois se calam imediatamente. continuo andando de mansinho mas paro e fecho os olhos esperando pelo pior assim que escuto a voz do Ivan bem perto de mim. — Achei algo para você descontar a sua raiva drigo.

Com muito medo imploro — Por favor, não me machuquem... por favor...

— Calado verme! - O Rodrigo chega perto de mim e me dá um tapa —
Agora você vai aprender a não ouvir a conversa dos outros escondido. —  logo sinto uma sequência insana de socos e chutes em meu rosto, peito, e costelas.

— Por favor, para... — peço baixinho.

— calado!

  Já não aguentava mais quando ele parou e cuspiu em meu rosto antes de dizer — Você não vai falar nada do que ouviu aqui para ninguém senão pode se considerar um verme morto.

Fico alguns ainda minutos no chão, tentado me recuperar, mas logo lembro que meus pais podem chegar a qualquer momento e vão me bater mais, se verem o tão adorado tapete vermelho manchado com o meu sangue.

Levanto com muita dificuldade e limpo tudo, em seguida vou para o porão. O porão é onde eu fico, É bem apertdo não cabe muita coisa somente um colchão velho e uma pequena mesa de ferro toda enferrujada.

Deito no colchão e fico lá quietinho, apenas pensando na minha vida miserável e me lamentando. Depois de alguns minutos acabo adormecendo.

Acordo e vejo que já são 5h:30m  Consegui dormir pouco mais de uma hora o que é bom pois alguns dos meus machucados já estão quase curados. Fico mais algum tempo deitado na cama sem fazer nada apenas pensando na vida, até quê escuto...

— Erick! - grita minha mãe Olívia luna da alcateia virtue, ela me odeia porquê eu sou um ômega, a vergonha da família como ela mesmo diz.

Na verdade todos me odeiam, minha mãe, meu pai, meu irmão.

— Estou indo. - grito de volta e subo as escadas apressado.

Eu sou um empregado para eles. empregado não, escravo! É isso que eu sou pra eles. Minha própria família me trata como um escravo sem valor.

Chego na sala de estar e vejo todos reunidos meu pai Lincon, minha mãe Olívia, e o meu irmão Rodrigo. estranho pois estão todos nervosos, e parecem estar com raiva.  — O quê aconteceu? - eu pergunto.

— Nada que seja da sua conta, desgraça inútil! - meu pai me xinga me deixando mais uma vez triste e magoado. será que ele não percebe o quanto me machuca ao dizer isso? Será que eles não percebem o quanto me magoam com palavras e atitudes?

— Desculpa pai, — me desculpo e em seguida pergunto baixinho olhando para a minha mãe  — A senhora me chamou?

— Não, não, eu só gritei o seu nome medíocre porquê gosto dele. É claro quê eu te chamei, seu inútil! - fico calado segurando a vontade de chorar e esperando ela termir de falar. — vá limpar o escritório.

— Mas... - paro de falar com receio porém respiro fundo e com um único e solitário fiapo de coragem pergunto.
— eu limpei o escritório todo ontem, ele deve estar limpo. Porque tenho que limpar ele hoje de novo?

A resposta que recebi foi um tapa na cara dado por meu pai. Ele pegou no meu pescoço e saiu me arrastando e sufocando até o escritório ao chegarmos na porta eu já estava vermelho sem poder respirar, quando penso que ele vai apenas me soltar ele me joga para dentro do escritório, Caio em cima da elegante mesa de vidro fazendo a mesma se quebrar com o impacto, vários cacos de vidro perfuram minhas costas a dor é tão grande que grito.

— Limpe toda essa bagunça. — é só o que ele diz enquanto sai batendo a porta atraz de si me deixando sozinho, sozinho com minha dor, e com minhas lágrimas.

Lágrimas que começaram a escorrer por meus olhos segundos depois que a porta foi fechada. Lágrimas de dor, de tristeza, lágrimas de mágoa, de medo, mas acima de tudo lágrimas de esperança e alegria porque nesse exato momento sei a resposta para o meu dilema de todas as noites.

Não aguento mais isso, chega de humilhações, vou fugir!

Não aguento mais isso, chega de humilhações, vou fugir!

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