Capítulo I - O gato

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Enfim, Depois de ter uma noite mal dormida, chego à minha nova propriedade, a minha velha nova casa, antes pertencente ao meu avô. Portando uma pequena caixa de papelão com alguns pertences pessoais, tais como: Alguns livros, cadernos de anotações, CD's e algumas tralhas quaisquer.

O momento é pensativo, estou em frente à porta da minha nova casa e a ansiedade toma conta de mim. Estou prestes a abrir a porta e ver agora tudo o que, neste momento, me pertence. E enfim, quando abro com toda a expectativa e anseio, percebo que agora sou feliz por ser dono de... Um monte de móveis velhos e empoeirados. Vale ressaltar que os móveis tinham em torno de seis décadas.

Todos os velhos móveis estavam cobertos com panos que provavelmente, outrora foram brancos, mas que agora mostravam uma tonalidade amarelada, o que indicava que eu teria um longo trabalho pela frente.

Comecei por descobrir o antigo sofá de madeira acobertado por veludo, que ficava no meio da sala de estar, como se dividisse em duas a sala que era enorme. Bater com a palma da mão naquele estofado foi uma péssima ideia. No instante seguinte, me vejo no meio de uma nuvem espessa de poeira e outras partículas altamente prejudiciais à minha saúde


pulmonar. O que me faz entrar numa crise hedionda de espirros, tosses e algo que me parecia faltar de ar.

A cada móvel descoberto me vinha na mente à única certeza daquele dia... Eu vou ter um longo e árduo trabalho pela frente!

Após terminar parte nada considerável da limpeza de minha nova velha casa. Deito no sofá, para retardar o cansaço e inevitavelmente vem em memória a falta de meu avô. Olho em volta da casa e tudo que vejo só me faz lembrar ele.
"Como eu posso viver sem ver meu velho andando por esses velhos cômodos?" − Penso e voz alta.

(Susto) Levanto-me rapidamente ao ouvir o barulho de um sino. Era algo irreal, oque havia naquela casa?
- Olá? Tem alguém aí? – Apenas o silêncio me respondia, quando de repente – Miau...
— Um gato?

Miau...

— Ah! Um gato!

Como eu pude esquecer? Gatos apegam-se à propriedade e não ao seu dono.

Comecei a emitir sons ridicularmente estranhos, sons estes que por sua vez, dizia-se derivar de um chamado felino. Fiz isso na esperança de chamar a atenção do senhor...
— Espera! Qual é seu nome? Gatinho... Vem aqui! – Ok, eu não estava nada bem. Eu estava falando com um gato. Quem fala com um gato? Enfim, tudo bem! A essa altura não me importaria com isso. Eu poderia conversar até mesmo com as paredes se não tivesse uma companhia. Só para incentivar o desejo de esquecer os acontecimentos recentes.

Aproximo-me lentamente do Senhor ainda sem nome. Na sua coleira havia algo que parecia ser seu nome. Infelizmente, não era algo decifrável, a ferrugem já tomara conta daquele pingente. Ah! E por falar em pingente velho, eu não posso esquecer-me do detalhe de que aquela coleira azul não estava em bom estado. Parecia ter mais de um século. Eu poderia facilmente dizer que havia sido encontrado por meu avô em uma daquelas muitas tumbas que ele visitara. Tudo bem, isso é ignorável.

Continuei conversando com meu novo e talvez, único amigo.

— Tudo bem, Senhor sem nome. Como vamos te chamar? – Falei, ainda dirigindo-me até ele, pondo-o agora nos braços. Estava literalmente olhando para uma grande e gorda bola de pelos com uma indecisa e muito bem colocada cor, em tonalidade laranja nas costas, e um tom esbranquiçado com um bom tempo sem banho na parte inferior do animal. Suas patas nem são descritíveis. Aquilo me parecia um tom acinzentado, como se ele estivesse há tempos introduzindo-as em lugares empoeirados. Sendo assim, ainda estava eu atento à resposta que ele me daria quanto à pergunta que outrora eu fiz. E para a minha surpresa, ele me respondeu com um cortês e costumeiro...

IMPERIUM - OS 7 ANOS PERDIDOS DA HISTÓRIA [EM ANDAMENTO]Where stories live. Discover now