Capítulo 11 - Suspeito!

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Enquanto se encaminhavam em direção ao colégio para iniciarem mais uma sequência de aulas — o que não parecia ser necessário assistir a todas as aulas, apenas algumas — o silêncio entre o trio ficou por ali mesmo, outros garotos e garotas conversavam entre si, sobre como havia sido suas férias, sobre garotos e as aventuras que viveram.

Thom queria poder contar a eles que a aventura que tivera fora mais emocionante e também mais arriscada que as deles, que se divertiram no Planeta Terra. Mas isso seria muita arrogância de sua parte, e refletindo sobre tal pensamento, estranhou-se.

— Você está bem, Thom? — indagou Johnny, que dessa vez estava sentado entre os dois. Ele havia pego seu amigo encarando sua barriga, como se algo o estivesse perturbando.

— Não é nada — respondeu, forçando um sorriso.

— Talvez esteja lembrando do beijo que a querida Branca de Neve lhe deu, não é mesmo? — respondeu Keyla, sem tirar os olhos da janela, vendo as constelações passarem como raios de um velocista do lado de fora.

Aquelas palavras deixaram o jovem mago chateado e com um pouco de vergonha ao ouvir sua namorada — ex-namorada — falando dessa maneira. Mas sua tristeza não permaneceu ali por muito tempo.

Quando perceberam, um brilho fraco de sol invadia parcialmente o interior do ônibus, despertando alunos que cochilavam durante a viagem; dentre esses alunos que dormiram à viagem toda, alguns haviam tido seus rostos pintados com maquiagem por algumas meninas que disfarçavam os risos.

Quando dois deles despertou e olhou do lado de fora, sorriu ao notar que estavam em terra firma, mas logo uma expressão confusa estava exposta em seu rosto. Ao passar as mãos por seu rosto e encara-las, logo gritou:

— Quem foi que me maquiou? — as pessoas ali riram da pintura que as meninas haviam feito nele, uma pintura de mascará de palhaço. — É bom que vocês não contem para ninguém, senão...

— Fui eu, oh palhação! — se levantou uma menina asiática que estava sentada no banco da fileira da direita. Ela cruzou os braços, o encarando. — Tem algum problema?

— Tem sim — de repente, seu punho fechado se transformou em rocha, fazendo com que Thom ficasse apreensivo com uma futura briga que pudesse ocorrer ali dentro. — O problema é que te deixarei desfigurada, sua...

Um assobio alto ecoou pelo ônibus todo, obrigando Thom e os outros alunos a taparem seus ouvidos. Aquele som era ensurdecedor, mas o motorista do veículo parecia ter controle sobre ele.

— É melhor que não haja confusão, senão mandarei os dois de volta para as suas casas. — ele os ameaça, e a menina parecia não se abalar. — A senhorita Cho, quero que se desculpe com o senhor Joseph.

Joseph — o garoto com cara de palhaço, literalmente — pareceu não curtir muito ser chamado de "senhor".

— Mas por que eu preciso me desculpar? Foi só uma brincadeira. — diz a garota chamada "Cho" — ou era seu sobrenome — não querendo se desculpar por ter sido apenas uma brincadeira. — Não é justo eu ter de pedir desculpas por uma brincadeira.

O Sr. Cross suspira.

— Eu pedirei se ele me pedir também — ela faz uma contraproposta.

— Espera... eu por que? Você quem fez uma piadinha comigo...

— Tudo bem, de acordo. — concluiu o Sr. Cross, deixando Joseph indignado, — Você também a ameaçou, esqueceu, senhor Joseph?

— Não me chame de "senhor", Harrison! — exclamou ele, seus braços ficando marrons de tons de pedra.

O Mago das Sombras: RevelaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora