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deixem comentários aaaaaaa galerinha eu tô surtando

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Holborn, 16 de março de 2017

Certa vez, em torno de dez anos atrás, meu pai havia permitido que eu o acompanhasse até o trabalho - embora tenha sido Oliver quem me fez companhia a todo momento

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Certa vez, em torno de dez anos atrás, meu pai havia permitido que eu o acompanhasse até o trabalho - embora tenha sido Oliver quem me fez companhia a todo momento. Neste dia, enquanto me distraia observando os homens estressados na pequena delegacia, uma mulher cruzou o corredor. Com postura impecável e olhar atrevido, ela emanava confiança. Eu, que até o momento nunca havia avistado uma figura feminina ali que não estivesse prestando queixa, chorando para soltarem o marido ou que fosse Sandra - a antiga responsável pelo lanche, fiquei impactada. Meus pequenos lábios emitiram um suspiro seguido por uma pergunta em tom espantoso.

"Pode ser menina e policial ao mesmo tempo?"

Ela, que permanece em minha memória em um pedestal, disse que eu poderia ser o quisesse, contando que me tornasse inabalável. Desde então tento ser essa mulher, ou ao menos fingir ser. Porém, agora que estou em frente ao prédio dos Willians, com as pernas bambas e gotas gélidas de suor descendo pela espinha, me encontro no auge da distância desta idealização.

Olho para cima, o letreiro ainda está aqui, mesmo com um grande percentual de lâmpadas queimadas e outras arrancadas. O edifício está em desuso a, no mínimo, sete anos. Descrevê-lo como deplorável seria um eufemismo. Sendo assim, o Elísio para um fugitivo.

Ao lado, alguns amigos adentram depressa na lanchonete tão conhecida por mim. Eles gritam entusiasmados, uma integrante está prestes a se casar, aparentemente estão planejando sua despedida de solteira. Olho para a noiva, que ilumina o recinto com sua alegria, e então vejo o brilho de orgulho estampado nos rostos ao seu redor. Eu a invejo, a todos, na verdade. Gostaria profundamente de estar prestes a me acomodar em um banco acolchoado, despejar cerveja pela minha garganta até trocar as palavras e estar cercada por entes queridos relaxados na mesma medida.

Ao invés disto, estou afundando minhas botas surradas nos entulhos da entrada.

Matthew os deve ter acumulado aqui de propósito, se sua intenção foi dificultar a entrada, devo lhe dar tapinhas nas costas pois foi comprida com louvor. Com a paciência reduzida, farpas nos dedos, até mesmo um pequeno prego preso à sola do sapato, finalmente estou por completo onde costumava ser a recepção da livraria. O balcão, assim como tudo, se encontra com parte prestes a se destruir ou já destruída. Teias de aranha, dejetos de ratos e embalagens de drogas fazem a decoração do primeiro andar. Vasculho para encontrar qualquer objeto que mostre que Matthew está aqui, todavia minha tentativa é falha. O homem sabe se esconder.

O ÚLTIMO CASOOnde histórias criam vida. Descubra agora